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A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17)
A Voz da Diocese
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
A humanidade anseia ardentemente pela paz. Esta deve ser buscada em cada decisão e ação dos agentes sociais. A Doutrina Social da Igreja adverte que a paz é posta em perigo quando o homem é ferido em sua dignidade e quando a organização social não é orientada em direção ao bem comum, isto é, a construção de uma sociedade pacífica só será possível com a defesa e promoção dos direitos humanos (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 494).
O Papa Francisco em discurso às autoridades governamentais, à sociedade civil e ao corpo diplomático de Myanmar e Bangladesh afirmou categoricamente que “o árduo processo de construção da paz e reconciliação nacional só pode avançar através do compromisso com a justiça e do respeito pelos direitos humanos. A sabedoria dos antigos definiu a justiça como a vontade de reconhecer a cada um aquilo que lhe é devido, enquanto os antigos profetas a consideraram como o fundamento da paz verdadeira e duradoura” (28 nov. 2017).
Esta reflexão é sustentada pelas palavras do profeta Isaías: “A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17). Nisto se engendra nossa responsabilidade comum em zelar pelo equilíbrio de todas as dimensões da pessoa humana e da sociedade. A conversão pessoal nos impõe “a obrigação de trazer às instituições e às condições de vida as correções convenientes para que elas se conformem com as normas da justiça e favoreçam o bem, em vez de se lhe oporem” (Catecismo da Igreja Católica, 1888).
Aproximamo-nos de um importante dia em nossa luta pela justiça e pela paz: as eleições; oportunidade de todo cidadão participar efetivamente da vida comunitária, exercendo livre e responsavelmente seu dever cívico ‘com’ e ‘pelos’ outros. Por isso, se faz necessário e urgente a conscientização desta ferramenta da democracia.
Assim, “merecem uma preocupada consideração todas as atitudes que levam o cidadão a formas participativas insuficientes ou incorretas e à generalizada desafeição por tudo o que concerne à esfera da vida social e política: atente-se, por exemplo, para as tentativas dos cidadãos de “negociar” com as instituições as condições mais vantajosas para si, como se estas últimas estivessem ao serviço das necessidades egoísticas, e para a praxe de limitar-se à expressão da opção eleitoral, chegando também, em muitos casos, a abster-se dela” (CDSI, 191).
No dia em que elegeremos nossos representantes municipais, cuidemos por escolher aqueles que manifestem propósitos de diligência e abnegação no desempenho de suas funções. Estejamos atentos aos ideais de igualdade, imparcialidade, fraternidade principalmente de justiça, pois quando esta “chega tarde ou não chega, se engendra muita dor e sofrimento, a dignidade humana fica ferida e o direito postergado” (Papa Francisco, carta ao presidente da Suprema Corte da Argentina).
Conscientes, respeitemos a ordem, busquemos as virtudes da prudência, sabedoria, integridade e fortaleza, afim de que, com nossas escolhas, derrotemos o mal e tutelemos a verdade.
Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras
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