Papa: Ano Santo Jubilar da Esperança

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Um caminho de esperança

Parte 2

5. “Deste entrelaçamento de esperança e paciência, resulta que a vida cristã é um caminho, que precisa também de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, insubstituível companheira que permite vislumbrar a meta: o encontro com o Senhor Jesus. Apraz-me pensar que um percurso de graça, animado pela espiritualidade popular, tenha antecedido a proclamação do primeiro Jubileu em 1300.

Com efeito, não podemos esquecer as diversas formas através das quais se derramou com abundância a graça do perdão sobre o santo Povo fiel de Deus. Recordemos, por exemplo, o grande perdão que São Celestino V quis conceder a quantos iam à Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em Áquila, em 28 e 29 de agosto de 1294, seis anos antes do Papa Bonifácio VIII instituir o Ano Santo. Por isso, a Igreja já tinha a experiência da graça jubilar da misericórdia.

Antes, em 1216, o Papa Honório III acolhera a súplica de São Francisco, que pedia a indulgência para quantos tivessem visitado a Porciúncula nos dois primeiros dias de agosto. O mesmo se pode dizer da peregrinação a Santiago de Compostela: de fato, o Papa Calisto II, em 1122, concedeu que se celebrasse o Jubileu naquele Santuário sempre que a festa do apóstolo Tiago calhasse num domingo. É bom que continue esta modalidade «generalizada» de celebrações jubilares, de modo que a força do perdão de Deus sustente e acompanhe o caminho das comunidades e das pessoas.

Não é por acaso que a peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. A peregrinação a pé favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade. Também no próximo ano, os peregrinos de esperança não deixarão de percorrer caminhos antigos e modernos para viver intensamente a experiência jubilar. Além disso, na própria cidade de Roma, haverá itinerários de fé que se juntarão aos tradicionais das catacumbas e das sete igrejas. Deslocar-se dum país ao outro como se as fronteiras estivessem superadas, passar de uma cidade a outra contemplando a criação e as obras de arte, permitirá acumular experiências e culturas diferentes e levar dentro de si, harmonizada pela oração, a beleza que faz agradecer a Deus as maravilhas que Ele realizou.

As igrejas jubilares, ao longo dos percursos e em Roma, poderão ser oásis de espiritualidade onde é possível restaurar o caminho da fé e dessedentar-se nas fontes da esperança, a começar pelo sacramento da Reconciliação, ponto de partida insubstituível de verdadeiro caminho de conversão. Nas Igrejas particulares, deve ser dada uma atenção especial à preparação dos sacerdotes e dos fiéis para as Confissões e para o acesso a este sacramento na sua forma individual.

Aos fiéis das Igrejas Orientais, sobretudo àqueles que já estão em plena comunhão com o Sucessor de Pedro, quero dirigir um convite particular a cumprir esta peregrinação. Eles que tanto sofreram, muitas vezes até à morte, pela sua fidelidade a Cristo e à Igreja, hão de sentir-se particularmente bem-vindos a Roma, que também é Mãe para eles e conserva tantas memórias da sua presença. A Igreja Católica, que está enriquecida pelas liturgias antigas e pela teologia e espiritualidade dos padres, monges e teólogos, quer exprimir simbolicamente o acolhimento deles e dos irmãos e irmãs ortodoxos, num tempo em que vivem já a peregrinação da Via-Sacra, sendo muitas vezes obrigados a deixar as suas terras de origem, as suas terras santas, donde a violência e a instabilidade os expulsam rumo a países mais seguros. Para eles, a experiência de ser amados pela Igreja, que não os abandonará mas há de acompanhá-los para onde quer que forem, torna ainda mais forte o sinal do Jubileu.

6. O Ano Santo de 2025 está em continuidade com os anteriores eventos de graça. No último Jubileu ordinário, atravessou-se o limiar dos dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo. Em seguida, no dia 13 de março de 2015, proclamei um Jubileu extraordinário com o objetivo de manifestar e permitir encontrar o “Rosto da Misericórdia” de Deus, anúncio central do Evangelho para toda a pessoa e em cada época.

Agora chegou o momento de um novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus, que desperta no coração a esperança segura da salvação em Cristo. Ao mesmo tempo, este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de facto, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Abre-se, assim, diante de nós um percurso marcado por grandes etapas, nas quais a graça de Deus precede e acompanha o povo que caminha zeloso na fé, diligente na caridade e perseverante na esperança (cf. 1 Ts 1, 3).

Sustentado por longa tradição e certo de que este Ano Jubilar poderá ser, para toda a Igreja, uma intensa experiência de graça e de esperança, foi estabelecido a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, no último dia 24 de dezembro de 2024, iniciando-se assim o Jubileu Ordinário. No domingo seguinte, 29 de dezembro, foi aberta a Porta Santa da Catedral de São João de Latrão, que celebrará, no dia 9 de novembro deste ano, 1700 anos da sua dedicação.

No último dia 1º de janeiro de 2025, na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, foi aberta a Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior. Por fim, no dia 5 passado, foi aberta a Porta Santa da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros. Estas últimas três Portas Santas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro de 2025. A peregrinação, desde a igreja escolhida para a concentração até à catedral, seja o sinal do caminho de esperança que, iluminado pela Palavra de Deus, une os crentes.

Durante o percurso, leiam-se algumas passagens deste Documento e anuncie-se ao povo a Indulgência Jubilar, que poderá ser obtida segundo as prescrições contidas no mesmo ritual para a celebração do Jubileu nas Igrejas particulares. Durante o Ano Santo, que terminará nas igrejas particulares no próximo dia 28 de dezembro, zele-se para que o Povo de Deus possa acolher, com plena participação, tanto o anúncio de esperança da graça de Deus, como os sinais que atestam a sua eficácia.

O Jubileu Ordinário terminará com o encerramento da Porta Santa da Basílica Papal de São Pedro, no Vaticano, na solenidade da Epifania do Senhor, dia 6 de janeiro de 2026. Que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos. E que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo.”

Fonte: Bula “Spes non Confundit”

Vaticano

Papa Francisco

Publicidade
TAGS:

A Voz da Diocese

a voz da diocese

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.