A Família, Fonte de Vocações

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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Iniciamos como Igreja, no último domingo, dedicado aos pais, a Semana Nacional da Família que, dentro do Ano e do mês Vocacional, tem como tema "A Família, Fonte das Vocações", levando todas as paróquias, comunidades eclesiais missionárias, todas as pastorais e movimentos a refletir sobre a importância da instituição familiar, como berço e sementeira dos diversos vocacionados de Deus. Vocação vem do verbo Vocare, em latim, que significa "chamar".

A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar nos apresentam um valioso subsídio, a "Hora da Família", com vários encontros e celebrações sobre as diversas vocações, trazendo junto reflexões da "Hora da Vida". Na apresentação, o presidente da Comissão Episcopal, D. Ricardo Hoepers, nos diz:

"Neste tempo em que vivemos o Sínodo, todos somos chamados à comunhão, participação e missão. No seio familiar, Igreja doméstica, com suas alegrias e tristezas, com seus dons e suas fragilidades, Deus chama as diferentes vocações para servir a Igreja, na multiplicidade de carismas a serviço da missão. Quanto mais nossas famílias compreenderem a importância de cultivar dentro dos lares os valores cristãos, mais veremos surgir vocações para servir toda a Igreja. (...) Nossas crianças, adolescentes e jovens precisam de referenciais para descobrir o chamado e a família deve ser sempre o apoio que vai dar suporte para os filhos realizarem a vontade de Deus." 

O livreto abre sua temática, falando sobre a vocação da paternidade, que é uma dádiva, um dom, numa missão que deve ser assumida à luz do mistério de Cristo, refletindo a bondade, a misericórdia, a ternura de Deus Pai.

"Ser pai é uma vocação, é doação e persistência, é decisão, é razão, mas também muita emoção. É ser presença de Deus, é corrigir quando necessário, proteger, ensinar e perdoar." (...) "Deus é Pai e quis que alguns fossem chamados de pais, para dizer que devemos amar como Ele nos ama. Então, o pai deve entender que ele deve ser para os filhos o que Deus é para nós: uma fonte de amor".

São José é apresentado também como o modelo da paternidade santa, recebendo o múnus de cuidar do Menino Jesus, educá-lo e protegê-lo, doando toda a sua vida à Pessoa e à Missão do Redentor, o filho de Deus.

"Assim é a vocação de cada pai, que tem a missão sagrada de gerar e de ser o verdadeiro mensageiro de Deus na vida e seus filhos: ensinar a rezar, transmitir a fé e conduzir para exercer a cidadania consciente".

A presença e o testemunho dos pais é o alicerce para o bom desenvolvimento integral da criança. O texto se desenvolve frisando também o quarto mandamento: "Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra..." ( cf Ex 20,12), mostrando a educação dos pais como colaboração com Deus para que os filhos encontrem as virtudes e a felicidade, no plano de amor do Senhor.

"Educar é formar homens e mulheres verdadeiramente livres". Ensinar a usar a liberdade com verdade e responsabilidade. "Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não há de se afastar (Pv 22,6)”.

"O justo caminha na integridade; ditosos os filhos que o seguirem" (Pv 20, 7). Os pais são chamados por Deus a serem os educadores para a fé, a missão e a vocação dos filhos. Assim a família é a base de toda a sociedade, como a primeira escola das virtudes humanas e cristãs, na formação do caráter e da personalidade, santuário onde se valoriza e se protege a vida, desde a concepção até a morte natural.

Seguem os encontros com vários títulos: "Vocação: Graça e Missão", tema do Ano Vocacional; "Chamados a ser Povo de Deus"; "Vocação dos Discípulos Missionários", dentre outros. Ressalta-se o objetivo do Ano Vocacional que é "promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus" (CNBB, Vocação, Graça e Missão, n°3, p. 11). 

"A vocação é fruto das graças recebidas de Deus e a missão nasce a partir da experiência com a pessoa de Jesus Cristo, o que nos leva a sentir o abrasamento do coração e nos desafia a nos colocar a serviço da evangelização." Esta é a base para o lema da Semana Nacional da Família: "Corações ardentes, pés a caminho" (Lc 24, 32-33).

No testemunho do amor e da fé no matrimônio dos pais, se fecundam, além da vocação à vida e à santidade, todas as outras vocações que se baseiam na missão cristã do batismo: os diversos carismas e ministérios do tríplice múnus de ensinar, santificar e pastorear, como Igreja, no Sacerdócio comum ou régio, como leigos casados ou solteiros consagrados, discípulos missionários, salgando e iluminando o mundo, em suas profissões, talentos e habilidades, como  evangelizadores e catequistas, agentes de pastorais, ou como ministros ordenados, diáconos, padres, bispos, no Sacerdócio ministerial, ou na consagração como religiosos e religiosas, freis, freiras, monges, monjas. 

Toda vocação é um chamado de Deus a servir com alegria e amor aos irmãos, como povo do Senhor, permanecendo com Ele, Jesus, fonte da graça transformadora e capacitadora. Por isso é sempre comunitária, ou seja, um serviço em favor do bem, da libertação integral e da salvação dos irmãos, mesmo que na oração e espiritualidade de uma clausura ou eremitério. Estamos sempre na comunhão e missão de uma só Igreja, membros do corpo de Cristo, o Bom Pastor. 

Da nossa parte deverá sempre ser uma resposta de amor ao Amor de Deus que gratuitamente nos chama para a felicidade, á realização, à salvação, saindo de nós mesmos rumo ao outro, para servir, a exemplo de Maria, Nossa Mãe que nos ensina como responder à voz vocacional do anjo: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" ( Lc 1, 38).

 

Pe Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é Assessor Eclesiástico da Comunicação Institucional

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