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Agir com misericórdia
A Voz da Diocese
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
Aproxima-se o fim de mais um ano e a abertura de mais um ciclo em nossas vidas. Todo recomeçar é permeado da esperança de que tudo será diferente. No entanto, está sob nossa responsabilidade fazer construir essa nova realidade. Diante de tudo o que vivemos em 2021, é desejo comum que em 2022 sejamos promotores de humanidade. Assim, é urgente que a misericórdia ocupe o primeiro lugar em nossas atitudes.
Na bula de proclamação do Ano Santo da Misericórdia (2015-2016), o Santo Padre convocou toda a Igreja para ser sinal eficaz do agir de Deus Pai. Somos chamados a testemunhar a misericórdia de Deus por toda a humanidade. Não é aleatória a escolha deste tema na era em que vivemos. O mundo está necessitado de misericórdia, a humanidade está necessitada de compaixão.
Como um pastor que conduz seu rebanho, o Papa Francisco encaminha toda sua grei às entranhas da misericórdia de Deus. Ele traça com clareza o caminho que devemos seguir, mostra-nos necessitados da misericórdia, evidencia exemplos, ensina-nos a ver a misericórdia divina que toca nossa humanidade e nos faz relembrar como deve ser o agir de um verdadeiro cristão.
O Sumo Pontífice faz-nos perceber que somos necessitados da misericórdia de Deus. Já em sua primeira missa com o povo (17 de março de 2013), o Santo Padre diz que o primeiro passo para experimentar a misericórdia é reconhecer que somos necessitados dela. Somos homens feridos pelo pecado. Sabemos escolher entre o bem e o mal, mas devido a nossa fraqueza escolhemos o mal. E esta realidade acrescenta-se à ideia de que nosso pecado não pode ser perdoado. Falta-nos a experiência concreta da misericórdia. “(...) é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais” (Misericordiae vultus, 10).
Nosso agir, por vezes, se aproxima do “servo sem compaixão” (Mt 18,22), que tendo sido perdoado de uma alta dívida foi incapaz de perdoar a pequena parcela de seu devedor. Afirma, categoricamente, o Santo Padre que a misericórdia não pode ser compreendida por nós só como a agir do Pai, mas é um dever para nós cristãos. “Somos chamados a viver a misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco” (idem, 9). Assim, por termos experimentado a misericórdia divina, somos impelidos a expressá-la em nosso agir.
Façamos com que este próximo ano seja marcado pela misericórdia, estando atentos às dores de nossos irmãos, às suas necessidades mais urgentes, partilhando como verdadeiros irmãos e fazendo acontecer a paz, igualdade e fraternidade.
Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.
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