Zumbi dos Palmares

Um dos líderes do Quilombo que comandou a resistência contra os ataques portugueses
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Nascido livre em 1655, na então capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga, Zumbi é considerado um ícone da resistência negra à escravidão. Liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares. 

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da luta contra a escravidão, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no país. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Historiadores relatam que ele foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, em Porto Calvo, quando ainda tinha cerca de seis ou sete anos. Batizado com o nome Francisco, recebeu uma educação esmerada, aprendendo português e latim, além do catecismo para ser batizado na fé católica.

Aos 10 anos de idade, já era fluente em português e latim. Mas, aos 15, fugiu e voltou para o Quilombo de Palmares. Alguns anos depois, em 1675, Zumbi ganhou notoriedade ao defender o quilombo do ataque de tropas portuguesas. Nesta batalha sangrenta, demonstrou suas habilidades de guerreiro jaga.

Aos 25 anos, desafia o tio, e em 1680 assume o lugar de Ganga Zumba como líder de Palmares (segundo estudiosos, Ganga Zumba teria sido assassinado). Sua postura diante do governo colonial é de desafio e enfrentamento. Assim, os líderes portugueses contratam os serviços dos bandeirantes Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo.

Em 1694, eles lideram o ataque que irá destruir a 'Cerca Real do Macaco', capital de Palmares. Destruíram-na completamente e ferem o líder Zumbi, que consegue fugir. Mas, em 1695, no dia 20 de novembro, Zumbi é delatado por um de seus capitães, Antônio Soares, e morto pelo capitão Furtado de Mendonça. O líder de Palmares tinha 40 anos de idade.

Após derrotar e matar Zumbi, o capitão foi premiado com cinquenta mil réis pelo monarca D. Pedro II de Portugal. Sua cabeça foi cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro, exposta em praça pública de modo a acabar com o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Dúvidas que permanecem

"Sabe-se muito pouco sobre a vida de Zumbi. No entanto, a pesquisa histórica procura desembaraçar algumas informações a respeito da biografia dessa grande personalidade brasileira. As profundas lacunas a respeito da vida de Zumbi estão em torno de sua vida pessoal. A respeito de sua infância, o único relato existente é o do jornalista Décio Freitas, já descrito acima.

Mas, essa versão clássica da infância de Zumbi não é levada em consideração pelos historiadores e é tida como improvável, porque não existem evidências que a comprovem, além do próprio relato de Décio Freitas. Outra coisa que não se sabe é se Zumbi teve esposa e filhos, apesar de existir uma carta escrita pelo rei português D. Pedro II para Zumbi sugerindo que este os tinha.

Nesta carta, D. Pedro II oferece perdão a Zumbi pelas ações por ele realizadas contra colonos portugueses, desde que Zumbi aceite ser seu súdito, e o faz por meio deste convite:

"Eu El-Rei faço saber a vós Capitão Zumbi dos Palmares que hei por bem perdoar-vos de todos os excessos que haveis praticado […]. Convido-vos a assistir em qualquer estância que vos convier, com vossa mulher e vossos filhos e todos os vossos capitães, livres de qualquer cativeiro ou sujeição, como meus fiéis súditos, sob minha real proteção, do que fica ciente meu governador que vai para o governo dessa capitania para que o cumpra e guarde […]".

Ganga Zumba teria aceitado a oferta, mas Zumbi, indignado, teria defendido que a liberdade fosse uma conquista para todos. Assim, acredita-se que Zumbi, ou um de seus aliados, tenha assassinado Ganga Zumba e se autodeclarado líder de Palmares, conduzindo a resistência palmarina nos anos seguintes até a capitulação final do quilombo, quando as tropas de Domingos Jorge Velho atacaram e destruíram Cerca Real do Macaco. (Fonte: //brasilescola.uol.com.br/)

 

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