Uso de celulares proibido nas escolas da capital

Confira as exceções. Medida foi adotada após consulta pública, na qual 83% concordaram com a restrição
sexta-feira, 02 de fevereiro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Um decreto do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) publicado no Diário Oficial da capital desta sexta-feira, 2, proíbe o uso de celulares nas escolas da rede municipal — inclusive no recreio. A medida entrará em vigor em 30 dias.

Desde agosto do ano passado, os estudantes das escolas municipais cariocas já não podiam utilizar os celulares dentro das salas de aula, somente nos intervalos. A partir de março deste ano, a proibição se estenderá também durante o recreio.

Diz o decreto: “Fica proibida a utilização de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos das escolares da rede pública municipal de ensino nas seguintes situações: dentro da sala de aula; fora da sala de aula quando houver explanação do professor e/ou realização de trabalhos individuais ou em grupo na unidade escolar; durante os intervalos, incluindo o recreio.”

“Os celulares e demais dispositivos eletrônicos deverão ser guardados na mochila ou na bolsa do próprio aluno, desligado ou ligado em modo silencioso e sem vibração”, especifica o decreto. “Acreditamos que a escola é um local de aprendizagem e interação social. As crianças não podem continuar ficando isoladas nas suas próprias telas, sem interagir umas com as outras, sem brincar. A escola precisa dessa interação humana”, disse o secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.

Exceções

O aluno poderá utilizar o celular nas seguintes exceções:

  • antes da primeira aula do dia, desde que fora da sala;

  • após a última aula do dia, desde que fora da sala;

  • quando houver autorização expressa do professor regente para fins pedagógicos, como pesquisas, leituras ou acesso ao material Rioeduca;

  • para os alunos com deficiência ou com condições de saúde que necessitam destes dispositivos para monitoramento ou auxílio de sua necessidade;

  • durante os intervalos, incluindo o recreio, quando a cidade estiver classificada a partir do Estágio Operacional 3; (O que significa? Quando há pelo menos uma ocorrência de impacto na cidade. Como isso me afeta? Dependendo de onde você estiver, pode enfrentar alagamentos ou problemas de mobilidade. O que preciso fazer? Evitar o local afetado e buscar um local seguro);

  • quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar em casos que ensejem o fechamento ou interrupção temporária das atividades da unidade escolar, de acordo com o protocolo do programa Acesso Mais Seguro;

  • durante os intervalos para os alunos da Educação de Jovens e Adultos;

  • quando houver autorização expressa da equipe gestora da unidade escolar por motivos de força maior.

Em caso de descumprimento pelo aluno, “o professor poderá advertir o aluno e/ou cercear o uso dos dispositivos eletrônicos em sala de aula, bem como acionar a equipe gestora da unidade escolar”.

Justificativas

A medida veio depois de uma consulta pública, aberta em dezembro, em que 83% dos respondentes concordaram com a restrição. O resultado saiu no último dia 23. Ao justificar o decreto, Paes citou a própria pesquisa da Secretaria Municipal de Educação e recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre limites no tempo de tela para crianças.

“A análise [da Unesco] de uma grande amostra de jovens com idades entre 2 e 17 anos nos Estados Unidos mostrou que um maior tempo de tela estava associado a uma piora do bem-estar; menos curiosidade, autodisciplina e estabilidade emocional; maior ansiedade e diagnósticos de depressão”, escreveu Paes.

“A tecnologia pode ter um impacto negativo se for inadequada ou excessiva. Dados de avaliações internacionais em larga escala, tais como os fornecidos pelo Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa) — maior avaliação mundial de estudantes —, sugerem uma correlação negativa entre o uso excessivo das tecnologias (...) e o desempenho acadêmico.

Descobriu-se que a simples proximidade de um aparelho celular era capaz de distrair os estudantes e provocar um impacto negativo na aprendizagem em 14 países”, prosseguiu o prefeito. Paes afirmou ainda que “estudos da Bélgica, Espanha e Reino Unido mostram que proibir telefones celulares nas escolas melhora o desempenho acadêmico, especialmente para estudantes com baixo desempenho”.

“Um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo Pisa, revela que 45% dos alunos relataram sentir-se nervosos ou ansiosos se seus telefones não estivessem perto deles, em média, nos países da OCDE, e 65% relataram serem distraídos pelo uso de dispositivos digitais em pelo menos algumas aulas de matemática. A proporção ultrapassou 80% na Argentina, Brasil, Chile, Finlândia e Uruguai”, detalhou. (Fonte: G1)

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