Transtornos alimentares afetam as mulheres e estão ligados à cultura do corpo perfeito

Segundo a OMS, 4,7% da população brasileira sofre com esses distúrbios, principalmente jovens mulheres
quinta-feira, 03 de novembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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O que você considera o “corpo perfeito”? Embora essa pergunta possa ter muitas respostas, a principal delas é bastante conhecida das mulheres: magro, firme, curvilíneo. Esse modelo de corpo, uma construção social ainda muito enraizada no Brasil, é considerado um padrão de beleza a ser seguido, um tipo de representação de boa saúde e sucesso, algo especialmente cruel com as mulheres brasileiras. Faz também parte da nossa cultura, em geral muito machista, que entende o corpo feminino como um objeto.

Um padrão que leva muitas pessoas a uma corrida para alcançar o tal corpo ideal, uma busca que, em muitos casos, pouco tem a ver com saúde. Na direção contrária, o reforço cultural do padrão de beleza magro é relacionado como uma das principais causas do surgimento de comportamentos alimentares de risco na população, com impactos na saúde mental e física de muitos indivíduos, a maior parte mulheres.

Segundo a OMS, 4,7% da população brasileira sofre com esses distúrbios, principalmente jovens mulheres. A ocorrência da anorexia, da bulimia nervosa e da compulsão alimentar entre as mulheres está diretamente ligada à busca para se encaixar nos padrões estéticos estabelecidos. Entenda algumas delas:

Anorexia

O sintoma base da anorexia nervosa é a restrição excessiva de ingestão calórica, como aponta o DSM5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, edição 5). Esse comportamento está associado, principalmente, ao medo exagerado de ganhar peso, além de uma distorção profunda da imagem corporal. Pessoas afetadas pela anorexia nervosa se olham no espelho e se vêem muito acima do peso, quando muitas vezes estão excessivamente magras.

Outros sintomas: perda rápida de peso; prática exagerada de exercícios físicos; preocupação excessiva com valor calórico dos alimentos; interrupção do ciclo menstrual; depressão, síndrome do pânico, comportamento obsessivo-compulsivo.

Bulimia

Pessoas com bulimia nervosa têm episódios de compulsão alimentar em curtos períodos de tempo, em que o paciente perde controle sobre a quantidade de alimento que ingere, em geral, com alta quantidade de calorias. São observados também comportamentos que envolvem a alimentação. Uma vez saciada a vontade de comer a pessoa recorre a purgativos como vômitos induzidos, dietas, exercícios físicos vigorosos e outras ações que de alguma forma “compensem” a compulsão alimentar. 

Outros sintomas: uso indiscriminado de laxantes e diuréticos; episódios temporários de dietas severas; depressão, ansiedade, comportamento obsessivo-compulsivo, automutilação; flutuação de peso; distorção da autoimagem e baixa autoestima.

Compulsão alimentar

A compulsão alimentar é classificada no DSM5 como transtorno de compulsão alimentar. Suas características envolvem a ingestão de grandes quantidades de alimentos com altas taxas calóricas e a perda de controle sobre a sensação de fome e saciedade. Além desses dois indícios, ainda podem ser destacados o hábito de comer escondido, mesmo quando há ausência de fome, sensação de desconforto físico por comer excessivamente e sentimento de culpa após a alimentação.

Outros sintomas: insatisfação com a quantidade de alimentos ingeridos; depressão; problemas anteriores com o sobrepeso ou obesidade; sistemas hormonais alterados devido a hábitos alimentares excessivos; existência de certos gatilhos emocionais que despertam vontade de comer.

‍Tratamento de transtornos alimentares

O tratamento de transtornos alimentares envolve uma abordagem multidisciplinar, com acompanhamento de cardiologista, endocrinologista, nutricionista ou nutrólogo e terapia.

Diante da necessidade de uso de fármacos, a assistência de psiquiatras é fundamental. O tratamento farmacológico envolve o uso de fluoxetina, um inibidor seletivo de recaptação de serotonina e medicação específica para transtornos alimentares. 

Uma boa relação médico-paciente é fundamental para a eficiência do tratamento, já que muitas pacientes com esse tipo de transtornos apresentam episódios de ansiedade e depressão. Portanto, o acolhimento e o diálogo são importantes ferramentas de adesão ao tratamento. (Fonte: https://www.ipemed.com.br/blog/)

 

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