Roubo de carga: Estado pode ganhar programa para reprimir assaltos

Projeto de lei cria o Proeis Carga Segura, que prevê policiamento e escolta dos veículos após mapeamento das áreas mais violentas
quarta-feira, 14 de junho de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)

Tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), um projeto de lei que visa reduzir o alto índice de roubo de cargas nas principais rodovias fluminenses. De acordo com o autor da proposta, deputado estadual Rosenverg Reis (MDB), após mapeamento das áreas de maior incidência desse tipo de crime, com o Proeis (Programa estadual de Integração na Segurança) Carga Segura, o Governo do Estado poderá traçar e realizar ações estratégicas de policiamento ostensivo e escolta de cargas em toda a extensão das rodovias a partir de convênios entre o Estado e os órgãos de segurança dos municípios.

Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta crescimento de 9,7% no número de roubo de cargas no estado, no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2022. De janeiro a março deste ano foram registradas 1.117 ocorrências, o que representa um prejuízo de R$ 104,5 milhões, ante R$ 95,3 milhões registrado em 2022. O recente panorama, com base na avaliação dos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que o índice desse tipo de crime continua elevado, com mais de dez roubos de carga por dia, sendo 97% (1.084) dos registros na Região Metropolitana.

De acordo com a proposta, a participação dos agentes de segurança pública no Proeis Carga Segura será voluntária, podendo se candidatar  agentes das polícias Militar, Penal e Civil, e deverá atender aos requisitos previstos no Regime Adicional de Serviço (RAS). O agente que participar receberá os mesmos valores previstos no RAS da respectiva categoria. O Proeis existe desde 2019 para garantir aumento no efetivo de policiais nas áreas com maior incidência de crimes. 

Prejuízos das transportadoras 

Para o  presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Nova Friburgo (Setcanf), Jackson Thedim, todo projeto que visa a segurança no estado e no transporte de cargas é muito importante. “O Rio vem perdendo muitos negócios, porque temos que investir muito em segurança. Além disso, a renovação de contratos de seguros de mercadorias aumentou muito onerando o transporte no estado”, explicou Jackson.

Ele também alerta que, hoje, são poucas seguradoras que fazem o seguro de roubos de carga no estado. “Todas estão exigindo a Participação Obrigatória no Sinistro (POS). Essa participação obrigatória varia entre 10% e 30%. Em um sinistro de R$100 mil, a companhia só paga R$ 70 mil. Tenho que arcar com os 30%, o que inviabiliza o custo de frete”, relatou ele.

Mancha criminal 

De acordo com a Firjan, 91,8% dos roubos de caminhões e cargas aconteceram na Baixada Fluminense, no primeiro trimestre de 2023. A região de Duque de Caxias teve aumento de 80% no número de casos. Nos três primeiros meses do ano foram 155 registros, 69 a mais do que no primeiro trimestre de 2022.

A região do Porto do Rio teve aumento de 78,9% no período, o que representa 90 casos a mais. Já a região de Bonsucesso concentrou 100 casos no primeiro trimestre, 54 a mais em relação ao mesmo período de 2022 (aumento de 117,4%). O cenário é mais favorável para as regiões da BR-493 (arco metropolitano), que apresentaram uma redução de 12,1% nos registros de roubo de carga. O trecho que no primeiro trimestre de 2022 teve 198 casos, este ano contabilizou 174 ocorrências.

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