Após um surto de febre amarela que surgiu a partir de 2017 que reduziu em cerca de 32%, em dois anos, a população do mico-leão-dourado, a Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD) comemora neste mês de agosto o crescimento da espécie de 2,5 mil indivíduos, em 2019, para 4,8 mil, em 2023. “Foi um risco muito grande que a gente estava correndo e sentindo de perder muito mais. Mas, felizmente, agora com o novo levantamento, a gente está constatando que esse surto está sob controle e a população voltou a aumentar”, disse à Agência Brasil o secretário-executivo da AMLD, geógrafo Luís Paulo Ferraz. O Dia Nacional do Mico-Leão-Dourado foi comemorado no dia 2.
A ideia é compartilhar esse trabalho de conservação com o público, com visitantes, escolas, pessoal da região e com turistas internacionais. Com esse objetivo, a AMLD construiu no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado um mirante e duas estruturas para facilitar a observação da fauna e da flora da região.
Em setembro próximo, a AMLD vai inaugurar no parque uma exposição permanente chamada Casa do Mico. “Era uma antiga baia de cavalos que existia aqui na fazenda e nós fizemos uma reforma grande. Ela vai ter uma exposição interativa para falar da espécie, como os micos vivem, como se organizam nas famílias, o que eles comem, como se comunicam. É um espaço interativo logo na chegada dos visitantes para entenderem um pouco como vive essa espécie tão conhecida e tão ameaçada ainda. A gente quer ampliar a comunicação com o público relacionada à conservação do mico e da Mata Atlântica. Cada espaço da sala vai contar um pouco dessa história”. A exposição está sendo montada agora e ficará pronta em setembro, disse Luís Paulo Ferraz.
O Parque Ecológico do Mico-Leão-Dourado está localizado no interior do estado do Rio de Janeiro, no município de Silva Jardim. Luís Paulo Ferraz explica que essa é a única região do Brasil onde existe essa espécie animal. “Ela é endêmica daqui. Nunca teve em nenhum outro lugar A gente trabalha nos fragmentos de floresta que sobraram, para tentar criar uma área na de floresta grande o suficiente, protegida e conectada, para que os micos possam, um dia, sair da lista de espécies ameaçadas”.
Começo
Os trabalhos em prol do mico-leão-dourado tiveram início na década de 1970, com os primeiros estudos e iniciativas para proteger a espécie, mas a AMLD foi criada em 1992. A mudança para o Parque Ecológico ocorreu em 2019. Na maior parte do tempo, os pesquisadores trabalhavam dentro da Reserva Biológica de Poço das Antas, área protegida pelo governo federal e vizinha ao parque. As visitas ao Parque Ecológico ocorrem de quinta-feira a sábado. Há perspectiva de, em breve, ampliar para domingo. O agendamento pode ser feito no site micoleao.org.br. (Com informações da Agência Brasil)
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