A primeira chama produzida pelos humanos na Terra

As fontes de luz desde os tempos em que nossos ancestrais viviam em cavernas
sexta-feira, 09 de dezembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

A criação das velas data a partir das descobertas feitas por arqueólogos em pinturas nas cavernas — fonte de luz primária para a civilização. A fonte de luz vinha de um prato repleto de gordura animal e o pavio era feito de fibra vegetal. Essa gordura estava em constante estado líquido para ser queimada. Outras pinturas, porém, indicam que a vela existia bem antes dessa época, cerca de 50 mil anos atrás. 

Mitologias

No Egito e na civilização grega, em 3.000 a.C., as velas ganharam seu primeiro formato: bastões. No Egito, eram símbolos de divindade, e na Grécia serviam para homenagear a deusa da caça, Artêmis. A luz representava a Lua, o corpo celeste que “cuidava” da Terra. Já na Idade Média, as velas iluminavam as igrejas e monastérios durante a noite e a madrugada.

Naquela época a fabricação das velas tornou-se rentável para os artesãos, e sua comercialização rapidamente se expandiu. O sebo (gordura animal) era o principal material utilizado, entretanto, com o passar dos anos, o odor e a fumaça incomodavam os moradores: com a chama queimando continuamente, o cheiro azedo se espalhava por todo lugar.

Nesse ínterim, como alternativa surgiu a cera de abelha com suas chamas brilhantes. Entretanto, a demanda por velas era tão grande, que a capacidade de produção não conseguiu atender às expectativas do crescente mercado.

À medida que a popularidade da vela se disseminava pela Europa, também se tornava um item de luxo destinada à nobreza. Afinal, elas eram adquiridas por uma classe em condições de pagar por velas de altíssima qualidade, que deixavam qualquer castiçal (de prata ou madeira) mais belo e charmoso. 

Por volta do ano 1290 havia em Paris mais de 70 fabricantes e artesãos de velas. Estes profissionais eram prestigiados pela sociedade e motivo de orgulho para suas famílias.

A evolução e a estearina

Já na terra da rainha da Inglaterra, as velas começaram a ser produzidas com ceras e os artesãos ingleses eram considerados os melhores em comparação com os fabricantes de velas de sebo. As de cera atravessaram fronteiras, tornando as vendas ainda mais rentáveis, mesmo sendo um artigo de luxo.

Em 1462, o comércio de velas foi regulamentado e até os fabricantes dos produtos de sebo foram incorporados. Com a melhoria no padrão de vida da população inglesa a partir do século XVI, aumentou a procura por castiçais e suportes de velas. Naquela altura, as velas passaram a ser vendidas por atacado devido à demanda. Afinal, eram a principal fonte de luz à noite, em todos os lugares, inclusive nos salões e teatros. 

Com o tempo, novas descobertas: por exemplo, que a chama ficava maior quando em contato com oxigênio puro. Mas, no século XIX, a iluminação a gás decretou a decadência para a indústria de velas. Só que a classe mais baixa continuava usando a vela como iluminação primária e essencial. E o governo emitiu uma regulamentação, tornando necessário uma licença para a fabricação das velas.

Até que, em 1825, os químicos franceses Michel Eugène Chevreul (1786-1889) e Louis Joseph Gay-Lussac (1778-1850) introduziram a estearina. Bem antes, em 1811, ao descobrir que o sebo era composto por dois ácidos gordurosos combinados com glicerina, Chevreul decidiu tirar a glicerina, criando a estearina, um composto que brilhava mais e durava mais tempo. E assim, o pavio também foi moldado conforme a vela evoluía.

Os pavios tornaram-se enrolados, como os atuais. A união dessas duas novidades trouxe uma queima uniforme para a vela, além de uma chama mais brilhante. Cinco décadas mais tarde, o subproduto do petróleo, a parafina, por ser mais dura e menos gordurosa, junto com a estearina começaram a ser utilizadas para a fabricação de velas.

Em 1921, tentou-se criar um padrão internacional das velas conforme a luminosidade emitida pelas lâmpadas incandescentes, entretanto, a tecnologia foi reinventando-se, desmitificando esse padrão. Após a 2ª Guerra Mundial, a parafina sintética tomou lugar no pódio.

Hoje, continuamos a utilizar as velas para fins diversos: relaxamento, rituais religiosos e decoração. Nos dias atuais, temos a vela ecologicamente correta, que não é tóxica, não agride o cliente nem o meio ambiente. E quando tem apagão, ao que recorremos? A elas, as velas! (Fonte: chamadeouro.com.br/como-foi-criada-a-vela/)

 

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