O combate aos roubos de veículos e de cargas no Estado do Rio de Janeiro ganhou um reforço desde esta quarta-feira, 9. As polícias Civil e Militar iniciaram a Operação Vigilância Integrada, um conjunto de ações com o objetivo de reprimir o roubo de veículos e outros crimes em todo o território fluminense.
Uma ação importante, já que um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que o roubo de cargas nos municípios fluminenses causou prejuízo de R$ 388 milhões no ano passado, considerando o valor médio das mercadorias. Apesar da queda desse tipo de crime no Estado nos últimos anos, em 2022 foram registradas 4.239 ocorrências – média de 12 por dia.
A Firjan, no entanto, ressalta que, além do prejuízo direto, existem custos indiretos, com a contratação de segurança privada e seguros contra roubos e furtos, por exemplo. “Percebemos que algumas ações contribuíram para a diminuição do roubo de cargas no estado, mas o número de ocorrências ainda é muito alto. É importante colocar também que esse crime está muito concentrado na Região Metropolitana. Além disso, as regiões de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e do entorno do Porto do Rio, no centro da capital, tiveram aumento significativo no número de roubo de cargas. É fundamental a atuação integrada das forças de segurança para o combate a esse tipo de crime que tanto prejudica o desenvolvimento socioeconômico”, disse Carlos Ernane de Aguiar, vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança Pública da federação.
De acordo com o Governo do Estado, a proposta da operação surgiu a partir de um encontro entre as cúpulas das duas forças de segurança, realizado no fim de abril. As ações estão acontecendo em diversos pontos da capital, da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana.
O estudo da Firjan aponta ainda que, em 2022, a Região Metropolitana concentrou cerca de 97% dos casos de roubo de cargas. A Firjan também sinaliza que dez das 137 Circunscrições Integradas de Segurança Pública (CISPs) do estado registraram mais da metade das ocorrências. Essas dez CISPs são cortadas pelas rodovias BR-040 (Washington Luís), BR-101 (Avenida Brasil), BR-116 (Presidente Dutra) e BR-493 (Arco Metropolitano).
A Operação Vigilância Integrada
Segundo o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o planejamento é feito dia a dia, se adaptando à realidade dinâmica dos crimes. Os locais e horários das ações estão sendo definidos com base na análise dos dados de inteligência recentes mais relevantes. São sempre avaliadas as regiões em que os crimes acontecem, mas também outras áreas relacionadas, como, por exemplo, os locais em que os veículos são recuperados ou onde há transbordo da carga. A meta é cercar os criminosos por todos os lados.
(Jackson Thedim)
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Nova Friburgo (Setcanf), Jackson Thedim, essa operação é muito importante para o setor. “Está havendo muito roubo de carga no Rio de Janeiro e também roubo de veículo. O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga) do Rio de Janeiro tem feito um trabalho muito próximo às policias Civil, Militar e Federal, através de um grupo de whatsapp, onde tudo o que acontece é informado naquele canal de comunicação. Os assaltantes, geralmente chegam de moto, com um garupa armado, e mandam o motorista se dirigir para as comunidades. Quando conseguimos passar as informações dos rastreadores do veículo para polícia, através do grupo, muitas vezes, a polícia consegue evitar a continuação do assalto. Só que os bandidos conseguem fugir, quando percebem a polícia chegando e voltam a cometer outros roubos”, relatou ele.
Jacksson acredita que, com a operação, o governo está atendendo uma reinvindicação da classe, também sabendo que o número de roubos de ainda é alto no estado. “Estamos muito felizes com esse investimento com foco na prevenção do roubo de veículos e de carga”, finalizou ele.
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