Parar de fumar é uma grande decisão e dizer não ao tabaco, a melhor escolha

Segredo para quem está parando de fumar é viver um dia de cada vez
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Parar de fumar é uma grande decisão e dizer não ao tabaco, a melhor escolha

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica, causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco, e é o maior fator de risco evitável de adoecimentos e mortes no mundo. Além disso, é uma condição importante para complicações da Covid-19.

Os riscos do tabagismo também estão relacionados ao contágio, pois o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos (e possivelmente de cigarros contaminados) com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. O uso de produtos que envolvem compartilhamento de bocais para inalar a fumaça — como narguilé (cachimbo d’água) e dispositivos eletrônicos para fumar (cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido), pode facilitar a transmissão do coronavírus. Há ainda o tabagismo passivo que aumenta o risco de infecções respiratórias agudas.

Por esses motivos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o INCA e diversos órgãos da saúde, encorajam as pessoas a pararem de fumar para minimizar os riscos associados à pandemia de Covid-19, tanto para os fumantes quanto para as pessoas expostas ao fumo passivo.

Um compromisso de todos

Em 2011, houve um grande avanço que tem contribuído para que não haja mais a poluição tabagística ambiental nos recintos fechados. Foi aprovada a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro, proibindo o fumo em local fechado em todo país.

Assim, o fumante deve ter conhecimento de que a fumaça do seu cigarro ou de outro produto derivado do tabaco pode causar doenças nas pessoas com quem convive em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos e que não existe nível seguro de exposição à fumaça.

A Convenção da OMS para o Controle do Tabaco em seu artigo 8º, recomenda que os países signatários elaborem, adotem e apliquem leis que garantam ambientes fechados 100% livres de fumo em locais fechados de trabalho, meio de transporte público, entre outros. 

Zelar pela saúde pública é um compromisso que deve ser assumido por todos: patrões, empregados, usuários de serviços públicos e privados, enfim toda a população, pois a Constituição da República estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos”, se sobrepondo dessa forma aos direitos estritamente individuais e aos interesses de determinados grupos ou classes sociais e econômicas.

(Fonte: INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva)

Tabagismo é o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos

Segundo o Inca, o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Mais do que isso, ele integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais, uma vez que a nicotina é uma substância psicoativa.

    Das 8 milhões de pessoas mortas por tabaco, mais de 160 mil ocorrem no Brasil, o que representa cerca de 440 mortes por dia. A OMS aponta que o tabagismo é o terceiro fator de risco para anos de vida perdidos, ajustados por incapacidade. Em outras palavras, é a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.

    “O tabagismo também é considerado uma doença epidêmica”, informa Izabella Barbosa de Brito,  farmacêutica da Coordenação Geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo (CGCTAB) do Ministério da Saúde. Ou seja, afeta uma grande quantidade de pessoas dentro de uma mesma região. Além disso, é responsável pelo surgimento de outras 50 doenças fatais e incapacitantes.

Mesmo com todos esses dados significativos, os produtos derivados do tabaco, que incluem, além do cigarro, arguilé, cigarro eletrônico e com sabores, cachimbos e charutos, ainda são bastante consumidos no país e no mundo.

Tratamento pelo SUS

“É válido parar de fumar em qualquer fase da vida, independentemente da idade e há quanto tempo fuma, pois os benefícios são imediatos, melhorando o paladar, olfato, circulação sanguínea e capacidade pulmonar, além de voltar gradativamente a ter a mesma probabilidade que não fumantes para infarto, por exemplo”, explica Andrea Reis, técnica do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Ela lembra que há uma rede de tratamento pelo SUS totalmente gratuito, que trabalha com terapias comportamentais, encontros em grupo e, quando necessário, é disponibilizado medicamento para quem tem dependência severa. “Para participar do programa, basta procurar uma unidade de saúde do SUS na localidade onde mora”, destaca Andrea.

Mas, sabendo-se dos malefícios e consequências do tabaco, o que ainda leva tantas pessoas a iniciarem e não conseguirem parar de fumar? Para Andrea, a dependência à nicotina faz com que os fumantes tenham medo dos efeitos iniciais de ficar sem a substância.

“A principal dificuldade para quem quer parar de fumar é o medo de ficar sem o cigarro, uma vez que o tabaco é uma substância psicoativa, que atua no sistema nervoso central, e parar de usar pode causar desconforto físico e mental. A nicotina leva de 7 a 19 segundos para chegar no cérebro, atuando de forma rápida no organismo, o que leva à síndrome de abstinência. Ao entender esse processo fica mais fácil parar de fumar”, explica a especialista.

Praticar atividades físicas ajuda a manter os jovens afastados do cigarro e auxilia quem está parando de fumar e, aos que já pararam, a não terem recaídas. Os jovens ainda são bastante atraídos pelo fumo, por isso a prevenção é muito importante nessa faixa etária.

“O cigarro carrega um estigma muito forte de socialização e rebeldia para os jovens, com a falsa impressão de que arguiles, cigarros eletrônicos e com sabores são menos danosos, que os tornam a porta de entrada para a dependência”.

O fumo passivo, que se refere àqueles que não fumam mais convivem com fumantes, também aumenta os riscos de doença. Sete não fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo e essas pessoas têm 30% maior risco para câncer de pulmão e 24% para infarto.

“Mesmo que a pessoa ache que ao fumar em um local isolado não está prejudicando os outros, as toxinas presentes na fumaça do cigarro se espalham por todos os ambientes da casa, prejudicando os demais moradores. Crianças que convivem com fumantes têm maior incidência de problemas respiratórios decorrentes da fumaça”, alerta Andrea.

 

 

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