Não basta ser pai e avô, tem que participar

A VOZ DA SERRA ouviu esposas e filhas daqueles que cumprem com maestria seu papel
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Infelizmente, essa máxima não faz parte da vida de muitos filhos e netos. Mas, nesse Dia dos Pais, A VOZ DA SERRA ouviu esposas e filhas daqueles que cumprem com maestria seu papel. Exemplos de pais, não só para quem convive com eles, mas para outras pessoas. E, essa é a forma de presentear esses homens tão incríveis, já que essas homenagens são surpresas para eles também. Parabéns, papais!

Pai que divide tudo com a mamãe

Emanuella fala sobre a participação constante do papai Carlos Pierre Vieira de Aguiar, na vida de Caio, de 4 anos, e do exemplo do seu pai, Josimar Nunes Bunifacio, que, mesmo morando longe se faz presente.

“Nós estamos juntos há 13 anos e o Caio chegou na nossa vida em 2019. Eu sou costureira e trabalho com facção, e meu marido, além de cortador de confecção, também trabalha como motorista de aplicativo. Meu filho está no espectro autista e faz algumas terapias. Meu marido é muito presente, levando Caio às terapias, ajudando muito na estimulação dele e fazendo de tudo  para ajudá-lo a progredir.

Às vezes eu não consigo estar junto nas terapias. Ele vai, conversa muito com as terapeutas e me passa todos os relatórios. Ele também leva e busca da escola, fazendo perfeitamente o papel de pai.

(Caio e o papai)

Além do trabalho, eu também faço cursos e Pierre fica com ele para eu poder ir, e isso me incentiva bastante. Tem situações que ele deixa o trabalho para ficar com Caio.

Todo final de semana, ele tira um momentinho para sair com nosso menino sozinho e fala até que é o dia dos homens, levando ele ao campo pra jogar bola, na praça para brincar, para lanchar só os dois. Parece pouco, né? Mas realmente era o papel que todo pai deveria fazer, e, em muitas famílias, não vemos isso. 

(Caio e o vovô)

Agradeço pelo meu marido ser tão presente na vida do meu filho, assim como meu pai, Josimar, que é pedreiro e um homem muito honrado e trabalhador. Pai de 4 filhos, sou a filha mais velha de seu primeiro casamento.

Ele nunca mediu esforços e nunca deixou de me amparar, faz de tudo pela família e pelos seus filhos! Moramos em cidades diferentes, mas a distância nunca atrapalhou. Sempre vi seu cuidado e amor em suas atitudes. É admirável, mesmo de longe sempre se fez muito presente.”

Avô que é pai dos netos, um paizão

A história do avô Ricardo Alexandre de Oliveira, contada pela avó, Pérola Luiza Areias de Oliveira, que também é a “mãe” das crianças.

“Temos três netos, Miguel, de 10 anos, Vicente, de 8 anos, e Bento, de 6 anos, que moram conosco desde 2020. Nosso quarto neto, que é o Theo, não mora conosco.

Somos aposentados, mas continuamos trabalhando. Nosso dia a dia é muito corrido, porque voltamos à fase de escola, atividade extraclasse (futebol, judô e terapias). Além de atividades de lazer, como cinema e passeios, mas isso tem nos ajudado a rejuvenescer! 

Ricardo é o leva e traz da maioria das atividades, pois é empresário e fica mais fácil de fazer seu próprio horário. Temos um neto autista, que demanda muita atenção, e ele é um avô nota 1000. Tem adoração por ele.

O judô entrou na vida do vovô por conta dos netos Miguel, Vicente e Bento. Ele participa das competições e dos jogos de futebol. No momento, estamos tentando incluir o Vicente nas atividades dos irmãos e primo.

Acho que ele busca dedicar o tempo que ele não teve para os filhos, por conta da época e das obrigações daquele momento. Ele representa a segurança e a fortaleza para os meninos, que briga e acolhe. Um coração sem tamanho. Um bom pai, marido e um avô especial!

Avô e pai dividem tarefas do dia a dia 

A mãe de Miguel, de 5 anos, Patrícia Maia, fala da importância de seu sogro, Sérgio Ricardo Sodré Imbuzeiro, e do pai, Sione Benvenuti Stutz, na vida diária do pequeno.

“Miguel nasceu em 2018 e o pai e eu sempre trabalhamos fora. As avós ainda trabalham. Então, quando fomos agraciados com a chegada do Miguel a tendência era de que ele precisasse ficar no colégio em período integral.

(Miguel e o vovô)

Mas, em 2019, o avô que era bancário se aposentou e prontamente se disponibilizou a ajudar nos cuidados com ele. Esse apoio e a presença ativa do pai e do avô possibilitaram atender as necessidades do Miguel sem que a figura materna fosse prejudicada na sua vida profissional.

Assim, o pai e avô compartilham várias responsabilidades do dia a dia do Miguel, levando-o ao colégio, acompanhando-o nas atividades extracurriculares, nas consultas médicas, preparando refeições, etc.

(Miguel e o papai)

Esse compartilhamento de tarefas intensifica a presença da figura paterna na vida do Miguel, além de fortalecer a ligação entre avô e neto, que inclusive ultrapassou qualquer laço sanguíneo.

O apoio e o envolvimento de avô e neto é tanto que, na família, brincamos que o pai e eu não saberíamos o que seria da nossa vida sem a aposentadoria do avô e o avô não saberia o que seria da aposentadoria dele sem a existência do Miguel.”

Avô cuida do neto para pais poderem trabalhar

Daniela Pontes, mãe do Arthur, de  2 anos, fala sobre a dedicação de seu sogro, Edgar Mafort, no dia a dia do filho e também do papai, Victor de Ornellas Martins, que se desdobra para oferecer o melhor pro pequeno. 

“Meu sogro cuida do Arthur para trabalharmos desde que ele tinha 7 meses. Até ele completar 1 ano e 2 meses, ele ficava meio período e depois passou a ficar em tempo integral.

Ele simplesmente cuida do Arthur em todos os aspectos, desde a troca de fralda até nos valores passados. Tentamos mandar o almoço para facilitar, mas nem sempre conseguimos, então ele faz almoço, dá lanche, faz dormir, leva para passear, faz compras com ele, inventa e ensina brincadeiras. São verdadeiros melhores amigos.

(Arthur e o vovô)

Não temos a menor preocupação em relação a nada. Sabemos que ele compartilha dos mesmos valores, então, é a continuidade da nossa criação. Ele ensina a pedir licença, por favor, agradecer, etc. Inclui Arthur nas atividades diárias, desde cozinhar até limpar algo que sujou.

Vovô Edgar sempre se mostrou muito disponível e quando se aposentou e se ofereceu para ficar com nosso pequeno, nós vimos essa oportunidade como a melhor para ele e para nós, pois esse vínculo com os avós é tão importante, quanto os vínculos com tios, primos e pais. 

E o papai Victor, filho do Edgar, não poderia ser diferente. Desde a gestação ele já assumiu a paternidade, nos aprendizados sobre a gestação e parto. Depois, com a introdução alimentar. Estamos sempre alinhados ao que desejamos para a criação dele. Sobre os cuidados com Arthur, o pai sempre está presente, desde o nascimento. Eu amamentava e até hoje o banho fica a cargo dele. Na alimentação nos dividimos também. Para não precisar colocar Arthur na creche no meu retorno ao trabalho, tanto eu como ele passamos, na ocasião, a ficar meio período na empresa e meio período em home office. Enquanto ele estava na empresa, eu ficava em casa e vice-versa. Ele dava a mamadeira e depois a alimentação.

(Arthur e o papai)

Sempre evitamos a tela e isso nunca foi uma questão ou um problema. Ele se dedica a achar novas brincadeiras e está sempre interagindo com ele. São companheiros e possuem um vínculo lindo.”

Avô que pega a estrada para cuidar das netas

Duas filhas, Luana Pontes, que mora em Niterói e é mãe de Maria Carolina, de 10 anos, e de Maria Liz, de 7 anos; e Paula, mãe de Cecília, de 12 anos, falam sobre a disponibilidade do avô, Paulo Pontes, que se desdobra para ajudar, quando precisam. 

“Meu pai tem me ajudado muito com as minhas pequenas. Eu moro em Niterói e toda minha família em Nova Friburgo. Não tenho rede de apoio aqui. Não tem um momento sequer que eu tenha precisado do meu pai e ele não tenha pegado a estrada para ajudar com minhas pequenas. As funções de pai e avô se misturam quando ele está aqui. Ele se desdobra, deixa as atividades dele em Nova Friburgo pra nos socorrer.

Ele faz tudo o que é necessário para o bem estar das meninas: dá mamadeira, banho, faz comida, vê desenho, leva ao parquinho, faz dormir, separa briga... em qualquer circunstância.

(O vovô Paulo)

É uma alegria imensa poder contar com essa ajuda, não que minha mãe não faça, mas nem sempre tem a mesma disponibilidade de vir aqui.  O meu pai é quem esteve comigo em todos os momentos, no nascimento das minhas filhas, nas horas em que preciso ele vem me socorrer.

Eu só tenho elogios e muita gratidão no meu coração por meu pai ser como ele é, ser um avô que não mede esforços e que faz tudo para essas crianças. Além de ser muito amoroso, muito habilidoso, ele faz tudo com muito carinho.

Ele é nossa força, nossa paz, que nos traz tranquilidade para que a gente consiga também exercer a nossa própria maternidade, tanto em  ensinamentos quanto em apoio.”

“Papai começou a tomar conta da Cecília, ajudando mamãe desde os quatro meses. Sempre foi um avô super presente, me ajudava a arrumar ela antes de ir trabalhar e deixar na creche. Sempre trocou fralda, deu banho, passeou, brincou, viajou sozinho com ela, ensinou a cozinhar. Não me lembro nenhuma situação de ter algo que ele não fizesse ou não soubesse fazer.

Ele sempre esteve disponível e sempre me deixa muito à vontade caso eu precise pedir. Hoje em dia, ela está com 12 anos, e é ele quem pega no ela no colégio quando não posso e a leva nas aulas de vôlei. Ela quem liga e combina os horários com ele.

Para ele, parece uma coisa muito natural fazer tudo. Ele se dedica e tem sempre um sorriso e uma tranquilidade, transmitindo amor em cada ato.

E Cecília também tem um super pai. Fomos pais novos e foi um susto para os dois. Não tínhamos referência de outros casais próximos, mas ele sempre ficou preocupado em entender e participar de todos os momentos.

(Cecília e seu papai)

Aprendeu a trocar fralda, a dar banho, a ninar. Participou de todas as consultas com o pediatra, está presente ou procura estar a par de tudo que se passa no colégio. 

Em casa gosta de passar o tempo vendo filmes e séries com ela, leva ela ao cinema e também curtem muito jogos de tabuleiro. Ela ama quando ele escolhe filmes de quando era criança e curtem juntos, saboreando batata e nuggets.”

Avô não só das 5 netas e 1 bisneta, mas de tantos outros

A jornalista que fez essa matéria, Christiane Coelho, se emociona ao falar da presença do seu pai, Joandy, na vida das filhas, Maria Rita, de 18 anos, das gêmeas Maria Cássia e Maria Rosa, de 13 anos; da vida de suas sobrinhas, Ana Carolina e Maria Eduarda, já adultas e da sobrinha-neta, Aurora, de  5 anos.

“Eu não poderia escrever uma matéria com lindas histórias de dedicação de pais e vovôs, sem falar da história daquele que, pra mim é o melhor pai, avô e bisavô de todos, meu pai, Joandy Braz Coelho. Pequenino em estatura, mas com um coração tão gigante, que faz papel de pai e avô para muitos outros que não são filhos ou netos biológicos.

(Vovô e bisavô Joandy)

Todo espaço dessa matéria seria pouco para contar o quanto ele já fez e faz por nós e por todos que dele precisam. Me emociona ter em minha vida um exemplo tão grande de generosidade, de doação.

Ele, que veio de baixo, e com muito trabalho, conseguiu oferecer uma vida com mais conforto aos filhos e, hoje, às netas e bisnetas. Mas, nunca deixou de ajudar os demais, sejam mãe, sogra, irmãos, cunhados, sobrinhos e amigos.

Se eu e minhas filhas, num período muito difícil pelo qual passamos, não tivéssemos meus pais, digo pais, porque a presença da minha mãe também sempre foi constante, não sei o que seria de nós. Assim como na vida das minhas sobrinhas e agora, sobrinha neta. E até hoje, é da mesma forma.

Como ele mesmo fala, quando se dá, não se faz propaganda. Então, eu não vou descrever, mas quem o conhece, quem convive com ele, sabe exatamente do que estou falando. E, não é só materialmente. São tantas horas de doação, tantas vezes que larga tudo para ajudar, socorrer, levar a um médico, mesmo fora da cidade, ter uma conversa para trazer conforto, fazer uma oração…

Estou escrevendo e chorando, mas de gratidão a Deus por ter Joandy como pai, avô das minhas filhas e sobrinhas, bisavô de Aurora, mas que cumpre esse papel com tantos outros. Um exemplo de figura paterna no seu real sentido para todos nós.”

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