Hábito de leitura estimula o cérebro e beneficia a saúde mental

Também auxilia no combate a doenças e no desenvolvimento de habilidades como a escrita, a criatividade e o senso crítico
sexta-feira, 26 de abril de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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Quem nunca estipulou como meta ler mais? Uma atividade com múltiplas funções, ler pode ser uma forma de entretenimento, um meio de informação ou um caminho simples e acessível para adquirir conhecimento. Independente da motivação, o processo de leitura também é capaz de auxiliar no desenvolvimento de habilidades, contribuindo, inclusive, para a saúde mental. 

De acordo com pesquisador do Instituto do Cérebro (InsCer/PUC-RS) e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Augusto Buchweitz, ler pode atuar como um exercício que estimula o cérebro.  

“O hábito de leitura tem relação comprovada com uma melhor qualidade de saúde mental. Por envolver imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem (sempre aprendemos, ao menos, palavras novas), funciona como um ‘exercício’ para o cérebro humano. Apesar de não ser um músculo, o nosso cérebro precisa ser estimulado”, destaca o pesquisador. 

Outro fator que enfatiza a relação entre a leitura e a qualidade de saúde mental é a ação na redução do estresse. A professora Aline Fay, coordenadora do curso de licenciatura em Letras com ênfase na Língua Inglesa, ressalta que pesquisas já demonstraram resultados positivos sobre essa contribuição. 

“Uma pesquisa realizada pela Universidade de Sussex [Reino Unido] mostrou que ler ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Durante o estudo, os sujeitos analisados diminuíram a frequência cardíaca e aliviaram a tensão dos músculos”, destaca a professora. 

Ler protege a mente hoje e no futuro 

Os benefícios da leitura não atuam no nosso cérebro apenas no presente. Estudos apontam que ler pode ser uma forma de proteger a mente contra o surgimento de doenças neurodegenerativas. Segundo Aline Fay, quando lemos melhoramos o funcionamento cerebral, o que ajuda a ‘atrasar’ sintomas de doenças como demência e Alzheimer. 

Ela cita pesquisas que comprovam o aumento das conexões neurais durante a leitura. Um destes estudos, realizado pela Universidade Emory [Atlanta/EUA], descobriu que ler afeta nosso cérebro da mesma forma como se realmente tivéssemos vivenciado os eventos sobre os quais estamos lendo. Diante disso, a professora ainda aponta que, ao lermos, podemos aumentar nossa empatia, ou seja, a capacidade de compreender e se solidarizar emocionalmente com o outro. 

Mas nem todos os gêneros literários agem da mesma forma. O professor Augusto afirma que, de acordo com o conteúdo de cada história, outras regiões cerebrais são ativadas, resultando em comportamentos, emoções e experiências distintas. [...]. 

“O ilustre professor Ivan Izquierdo [falecido em 2021], um dos maiores especialistas em memória do mundo, frequentemente ressaltava em suas entrevistas que profissões como a de professor e artista de teatro, entre outras, por envolverem a leitura e aprendizagem constante, são profissões que ajudam a ‘proteger’ o cérebro de quem as desempenha”, comenta o pesquisador do InsCer. 

Para além das páginas lidas 

Para a professora Fay, ler é uma forma de ampliar competências. “A leitura favorece a escrita, expande o vocabulário, trabalha a criatividade e auxilia na formação do senso crítico”, afirma. Segundo ela, não há um tempo diário específico a ser dedicado à leitura para que as habilidades sejam desenvolvidas.  

“O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, por exemplo, diz ler um livro a cada duas semanas, já Bill Gates diz ler todos os dias durante uma hora. Tudo varia em função do tempo e disponibilidade de cada um. O importante é desenvolvermos o hábito da leitura diária e criar estratégias, tais como reservar um momento do dia somente para a leitura, selecionar livros/temas que achamos interessantes, ter sempre um livro na cabeceira e, acima de tudo, ter paciência e resiliência”, recomenda a professora. 

Para Augusto Buchweitz, a leitura pode estimular desde habilidades e conhecimentos mais fundamentais até aprendizagens que abrangem outros domínios, como o desenvolvimento de raciocínio e do pensamento científico. 

“Se pensarmos que aprendemos a ler e, por fim, podemos ler para aprender, o que estiver ao alcance da aprendizagem pela leitura está ao alcance do leitor”, conclui.  (Fonte: www.pucrs.br/blog)

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