Golpe do Pix: força-tarefa aperta o cerco contra quadrilha

Operação Market Fake cumpriu mandados de prisão contra criminosos que vem fazendo vítimas no estado
sexta-feira, 30 de junho de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), deflagram, nesta semana operação Market Fake. A investida visa cumprir 54 mandados de prisão preventiva e outros de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa denunciada por roubo majorado, sequestro relâmpago e extorsão mediante sequestro, na modalidade Pix.

Os mandados começaram a ser cumpridos em diversos municípios fluminenses, entre eles a capital, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Queimados e São Gonçalo. Somente durante a manhã da última quarta-feira, 28, haviam sido cumpridos 28 mandados de prisão e apreendidos em poder dos presos aparelhos celulares, documentos, máquinas de cartão e um carro roubado.

O trabalho de investigação do Ministério Público revelou que a organização criminosa é estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, estabelecida entre os mais de 50 integrantes que atuaram em pelo menos 35 registros de ocorrência em delegacias do estado do Rio, tendo lesado no mínimo 50 vítimas, deixando um prejuízo estimado em mais de R$ 600 mil. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, que acatou integralmente os pedidos do MPRJ.

As vítimas eram atraídas por um falso anúncio de venda de carros publicado em uma rede social. O lugar combinado para mostrar os veículos pelo suposto vendedor era sempre próximo a algum acesso do loteamento Parque São José, no Complexo de Santa Tereza, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Chegando no local, as vítimas eram rendidas com o emprego de arma de fogo e levadas para o interior da comunidade, onde os criminosos utilizavam os celulares das vítimas para efetuar transações bancárias e empréstimos pré-aprovados pelas instituições financeiras, obtendo grandes quantias disponíveis nas contas correntes, através de Pix para integrantes da organização. Além disso, os cartões bancários das vítimas eram utilizados em máquinas de pagamentos registradas em CPF’s e CNPJ’s dos próprios criminosos.  

Com o intuito de conseguir ainda mais dinheiro, os integrantes da organização criminosa agrediam as vítimas que, por vezes, foram torturadas de forma cruel, física e psicologicamente. Algumas relataram que foram sufocadas por meio de asfixia mecânica com sacos plásticos. Outras relataram terem sido agredidas covardemente até mesmo com “tijoladas”. Enquanto eram agredidas e torturadas, os criminosos faziam videochamadas para familiares exigindo vultosas quantias em troca de suas vidas.  

A organização criminosa atuava sob o comando e liderança dos denunciados Lázaro da Silva Alves e Leandro dos Santos Sabino, ambos apontados pela investigação como chefes do tráfico de drogas do Parque São José, em Belford Roxo, região controlada por facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. Os dois foram identificados pelo MPRJ como responsáveis por autorizar e determinar a execução efetiva dos crimes. 

Ainda segundo a denúncia, a organização criminosa é dividida pelos seguintes núcleos: anunciantes, braço armado, operadores de máquinas de cartão, beneficiários de Pix e receptadores dos aparelhos celulares das vítimas. A denúncia destaca também que inúmeras vítimas, temendo retornar à cidade de Belford Roxo, deixaram de comparecer à 54ªDP, daquele município, para comunicar o ocorrido, o que acarretou a realização de registros de ocorrência em diferentes delegacias, sendo, por esta razão, altíssima a probabilidade de o número de vítimas ser muito maior do que o apurado até o momento.

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