Febre Maculosa: Estado orienta municípios para o período de maior incidência

De janeiro ao último dia 14 o Rio registrou oito casos da doença e duas mortes
segunda-feira, 19 de junho de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Reprodução/Saúde RJ)
(Foto: Reprodução/Saúde RJ)

Com a proximidade dos meses de maior risco de transmissão da febre maculosa, entre junho e setembro, a Secretaria estadual de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, vem reforçando as orientações às prefeituras dos 92 municípios fluminenses sobre os riscos da doença, transmitida pelo carrapato-estrela e com alto índice de letalidade. 

De janeiro ao último dia 14, por exemplo, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 40 casos suspeitos de febre maculosa, oito foram confirmados e dois evoluíram a óbitos. As duas mortes ocorreram no município de Itaperuna, no Noroeste do estado, em março e maio deste ano.

Equipes da SES têm solicitado às prefeituras fluminenses a identificação dos locais prováveis de infecção e a realização de buscas pelos vetores da doença. Foram realizadas reuniões com as secretarias municipais de Saúde para orientar os técnicos das vigilâncias epidemiológica e ambiental, atenção primária à saúde, médicos e enfermeiros da assistência, sobre notificação, investigação de casos e de ambientes, diagnóstico e tratamento da febre maculosa.

Desde 2020, todo caso de febre maculosa é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes.

"É importante que as pessoas tomem alguns cuidados caso residam ou visitem áreas endêmicas, como as regiões Serrana, Noroeste e parte do Norte do Estado do Rio de Janeiro. Para quem está nessas localidades, recomendamos que evitem caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e optem por roupas claras. A tonalidade da roupa facilita a identificação da presença do carrapato para que possa ser retirado", orienta Mário Sérgio Ribeiro, superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES.

Casos confirmados em anos anteriores

Em 2022 foram confirmados 33 casos de febre maculosa no Estado do Rio, 12 deles resultaram em mortes. Em 2021, foram 21 casos e nove mortes; e em 2020, 11 casos e duas mortes.

O que é a febre maculosa

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato.

No Brasil, os principais vetores são os carrapatos-estrela. Entretanto, potencialmente, qualquer espécie de carrapato pode albergar a bactéria causadora da febre maculosa, como por exemplo, o carrapato do cachorro.

Sintomas

  • Febre;

  • Dor de cabeça intensa;

  • Náuseas e vômitos;

  • Diarreia e dor abdominal;

  • Dor muscular constante;

  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;

  • Gangrena nos dedos e orelhas;

  • Paralisia dos membros que se inicia nas pernas e pode chegar aos pulmões causando parada respiratória.

Além disso, com a evolução da febre maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Quando procurar um médico

O diagnóstico oportuno da febre maculosa é difícil, principalmente durante os primeiros dias de doença, tendo em vista que os sintomas também são parecidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, malária, meningite, sarampo, pneumonia, entre outras. 

No entanto, o médico fará avaliação dos sintomas e deverá perguntar onde o paciente mora ou se esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas, onde possa ter sido picado por um carrapato. Ele também poderá solicitar uma série de exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico. Caso apresente sintomas com histórico associado à ida em locais como esses, é preciso ir imediatamente até uma unidade de saúde.

Existe tratamento

O tratamento é feito com antibiótico específico. Em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de sete dias, devendo ser mantida por três dias, após o término da febre. A falta ou demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso podendo levar ao óbito.

Prevenção

  • Use roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato, uma vez que ele é escuro;

  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

  • Use repelentes de insetos;

  • Verifique se você e seus animais de estimação estão com carrapatos;

  • Se encontrar um carrapato aderido ao corpo, remova-o com uma pinça;

  • Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água;

  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após a utilização, coloque todas as peças de roupas em água fervente para a retirada dos insetos. (Fonte: saude.rj.gov.br)

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