O símbolo, classificado como o primeiro emoticon digital, pelo Guinness World Records, foi visto como precursora dos milhares de emojis usados nas mensagens postadas nas redes sociais, e passou a ser uma forma de transmitir o sarcasmo dos jovens on-line.
Quando o professor de ciência da computação Scott Elliot Fahlman juntou “dois pontos, um hífen e um parêntese” e postou o símbolo :-) que lembrava uma carinha sorridente, no quadro de avisos on-line da Carnegie Mellon University (Pittsburgh, Pensilvânia), não tinha ideia de que entraria para a história da internet.
O quadro de avisos da universidade, onde leciona até hoje, era uma espécie de rede social primitiva, que podia ser acessada através da intranet da faculdade, restrita a textos. Assim surgiu o “smiley”.
“Quando você está em um meio de internet apenas de texto, as pessoas não sabem se você está brincando ou não. Não há linguagem corporal, nem expressões faciais para indicar a sua intenção ”, comentou Fahlman, membro da Associação Americana de Inteligência Artificial.
Nas décadas seguintes, emoticons e emojis se tornaram figurinhas fáceis nas conversas on-line e até mesmo off-line. Atualmente, existem, talvez, cerca de 4 mil emojis disponíveis para que os usuários expressem todas as suas emoções, seja com uma mão acenando, um rosto chorando ou jogando beijinhos, coraçãozinhos ou uma carinha um tanto quanto curiosa usando um monóculo.
Chefe do Emoji Subcommittee do Unicode Consortium, uma organização sem fins lucrativos que supervisiona os padrões de emoji, Jennifer Daniel sintetiza: “Os emojis nos oferecem coisas que as palavras não conseguem exprimir”.
De acordo com uma pesquisa do Unicode, 92% da população on-line usa diariamente alguns — ou muitos, dos milhares de emojis disponíveis no mundo digital.
O que começou com alguns sinais de pontuação digitados em um quadro de mensagens de uma universidade, décadas depois se tornou um esforço global para expandir as mais diferentes formas digitais de expressão, abrangendo funcionários de empresas de tecnologia e contribuições de usuários.
EVOLUÇÃO
Em pouco tempo, o emoticon original e suas variações se espalharam para além da Carnegie Mellon. No entanto, levaria tempo para que os emojis conquistassem os Estados Unidos.
Já os emojis surgiram no Japão na década de 1990 e são caracterizados por pertencerem a uma biblioteca de figuras prontas. Eles foram concebidos por Shigetaka Kurita, um jovem que elaborou a palavra a partir das expressões japonesas “e” (imagem) e “moji” (personagem), que em português significa “pictograma”. Por essa razão, os emojis também agrupam o smiley e outros símbolos originalmente considerados emoticons, porém apenas em suas versões em desenho.
Por exemplo, a NTT Docomo, empresa japonesa de telefonia celular, incluiu um pequeno coração preto nos pagers. Em 1997, a SoftBank, também japonesa, lançou um conjunto de emojis de 90 caracteres, mas os gráficos não pegaram até a coleção de 176 caracteres da Docomo, em 1999.
Em 2010, o Unicode, que estabelece padrões internacionais de tecnologia para oferecer suporte a diferentes idiomas, assumiu a tarefa de padronização de emojis, a pedido de empresas de tecnologia como Apple e Google.
Hoje, existem diretrizes muito claras para novos emojis e envios de usuários, mas os primeiros dias da padronização de emojis do Unicode permitiram algumas opções um tanto quanto questionáveis, como por exemplo, um caractere de dedo médio.
Em 2011, a Apple adicionou um teclado emoji oficial disponível fora do Japão. Em 2015, o emoji de rosto com lágrimas foi nomeado a “palavra” do ano do Dicionário Oxford. Esse emoji continua sendo o favorito entre os usuários dos EUA, de acordo com um estudo da Adobe divulgado em setembro de 2022.
O TEMPO NÃO PARA
Da mesma forma que a linguagem evolui, o mesmo acontece com os emojis, e talvez os estimados 4 mil não sejam suficientes para um universo incomensurável. Todo mês de setembro, o Unicode lança atualizações do conjunto de emojis depois de analisar as propostas enviadas e responder às tendências globais.
A versão 15.0.0 adicionou 20 caracteres emoji, incluindo um palito de cabelo, maracas e água-viva. E, vale lembrar, que essas atualizações são lançadas progressivamente nos dispositivos móveis.
Após críticas por falta de representação de raça, gênero, sexualidade e deficiência, no emoji 2.0 de 2015, o Unicode lançou cinco opções de tons de pele e duas opções de gênero para profissões no Emoji 4.0 de 2016, de acordo com Emojipedia.
Emojis de acessibilidade foram adicionados em 2019, bem como opções de casal com inclusão de gênero. No ano passado, os novos emojis refletiram mudanças sociais, como homem trans grávido e aperto de mão com 25 tons de pele.
SIGNIFICADO DE ALGUNS EMOJIS MAIS USADOS
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O emoji da carinha que parece estar chorando de rir é o mais usado no mundo e está em 5% de todas as mensagens que contêm os símbolos. Já uma das variantes dela, essa aqui, inclinada, significa estar “rolando no chão de tanto rir”.
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Carinha “bufando”, indica raiva, frustração, mau humor.
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Fogo pode ser usado para representar calor e chama propriamente ditos, mas, geralmente, é utilizado no sentido figurado para dizer que alguém é atraente ou que uma situação está tensa.
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O punho para frente é o cumprimento que representa encorajamento, apoio, parceria.
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Ombros levantados: não sabe o que dizer, ou é indiferente, no sentido de “tanto faz”.
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Olhos atentos indica “estou te vigiando”, o bordão “estou de olho” em certa situação, fato ou pessoa.
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Carinha pensativa é utilizado para demonstrar que precisa de mais tempo para responder algo. O emoji também pode ser usado para duvidar.
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Olhos revirados é ideal para representar um momento em que alguém falou algo absurdo que te deixou sem paciência. Além de impaciência, esse emoji pode significar outros sentimentos como desaprovação, tédio, desdém e frustração.
(Fonte: Globo, CNN Business, agências e sites)
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