Dengue: casos já passam de 100 mil no Estado do Rio

Secretaria de Saúde faz alerta para o risco da automedicação; vacinação, por enquanto, não contempla o interior
sexta-feira, 08 de março de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: NIAID/Fotos Públicas)
(Foto: NIAID/Fotos Públicas)

A epidemia de dengue continua preocupando a população e as autoridades de saúde de todo o Estado do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) contabilizou nesta quinta-feira, 7, a marca de  100.651 casos da doença em todo o território fluminense. Só em Nova Friburgo, 500 tiveram a dengue confirmada através de exames laboratoriais. Além da necessidade de prevenir e combater potenciais focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que se prolifera em água parada, a SES faz um alerta sobre os riscos da automedicação. Em casos de dengue, alguns remédios podem até agravar a doença. 

“Os anti-inflamatórios, por exemplo, são muito utilizados por pessoas que estão com dor de garganta e outros sintomas gripais. Eles têm sido muito procurados ultimamente por pessoas que apresentam sinais de dengue e, em vez de procurarem atendimento médico, preferem se automedicar. Alguns desses remédios apresentam inúmeros riscos, principalmente pela possibilidade de sangramentos. Com a dengue, a contagem das plaquetas sanguíneas tende a reduzir, aumentando o risco de hemorragias. Por isso, em caso de febre, dores no corpo e de cabeça, por exemplo, o paciente deve procurar atendimento médico, não a farmácia”, destaca Daniela Vidal, médica e assessora técnica da subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária em Saúde, do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

“Na lista dos anti-inflamatórios que devem ser evitados estão o Cetoprofeno, Ibuprofeno, Nimesulida, Diclofenaco e a Aspirina. Além deles, outros medicamentos contraindicados são os corticosteroides, como Prednisona, Dexametasona e Betametasona”, explica a médica Débora Fontenelle, assessora técnica da Superintendência de Vigilância Ambiental e Epidemiológica, da SES. 

O avanço da epidemia tem deixado as autoridades de saúde em alerta máximo. Dados do Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ divulgados na quarta-feira, 6, mostram que o Estado Rio de Janeiro já contabiliza em pouco mais de dois meses, quase o dobro dos 51.494 dengue  registrados no ano passado inteiro. 

Salas de hidratação

Para garantir o atendimento de quem procura as unidades estaduais com sintomas de dengue, a SES-RJ estabeleceu um fluxo de atendimento exclusivo para esses pacientes e ampliou a estrutura das salas de hidratação montadas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) espalhadas por todo o estado. 

Com esse conjunto, é possível atender - em média - 50 pessoas por dia a mais do que já vinham sendo atendidas. As 27 UPAs da rede estadual de saúde possuem salas de hidratação – também conhecidas como salas de hipodermia.

Vacinação 

A imunização com a vacina japonesa Qdenga é um importante aliado no combate à dengue, mas por enquanto, a campanha nacional contempla apenas crianças e adolescentes, de 11 a 14 anos, no Estado do Rio. A vacinação acontece em 11 municípios da Região Metropolitana e Baixada Fluminense, nenhum deles no interior. 

Desde o início da campanha, em 23 de fevereiro, foram aplicadas 48 mil doses da vacina somente na capital fluminense. O objetivo é imunizar todos os 345 mil jovens de 10 a 14 anos. Essa faixa etária foi escolhida por ser a de maior incidência da doença, inclusive com hospitalizações. “A expectativa é vacinar nos próximos dias 90 mil crianças. Infelizmente tivemos uma baixa adesão do público de 10 e 11 anos. A vacina é nova, é natural que haja baixa adesão no início, mas reforçamos que ela é muito segura. Ao tomar a Qdenga, a criança fica protegida para a vida toda contra a dengue, os quatro sorotipos”, explica o secretário de Saúde da prefeitura carioca,Daniel Soranz. 

A vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda, está disponível em todas as 238 unidades de atenção primária do município, mas por enquanto, somente para os que moram na capital. O esquema vacinal é de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Jovens que já tiveram dengue também devem receber o imunizante. As exceções são gestantes, lactantes, pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida — como terapias imunossupressoras, infecção por HIV sintomática ou evidência de função imunológica comprometida — e pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina. Quem teve quadro recente de dengue deve esperar seis meses para receber a vacina. (Com informações do Governo do Estado RJ e Agência Brasil) 

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