Confirmada licitação para retomada da obra do Hospital do Câncer

Projeto prevê, além da internação e cirurgia, 58 leitos, central de quimioterapia, consultas ambulatoriais, análises clínicas e centro de imagem
sexta-feira, 25 de março de 2022
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
O prédio abandonado (Fotos: Henrique Pinheiro)
O prédio abandonado (Fotos: Henrique Pinheiro)

Com o anúncio da licitação da obra do Hospital do Câncer de Nova Friburgo, em edição extra do Diário Oficial do Estado, na noite da última  quinta-feira, 24, reacende uma nova esperança de que o projeto, finalmente saia do papel. A licitação, marcada para o dia 2 de maio, prevê um valor estimado de R$ 51 milhões para a execução da obra em um terreno de aproximadamente 82.300 metros quadrados, na Ponte da Saudade, onde funcionava o antigo Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs). O prazo para a entrega da obra pela empresa vencedora da licitação é de um ano.

De acordo com o Governo do Estado, o Hospital de Oncologia Francisco Faria terá perfil assistencial de atendimento a pacientes oncológicos adultos. Contará com emergência regulada, realizando atendimento imediato, procedimentos cirúrgicos, internação clínica e cirúrgica, terapia intensiva, diagnóstico e terapia e reabilitação. Além da internação e centro cirúrgico, o hospital terá oncologia clínica, com central de quimioterapia, consultas ambulatoriais, laboratório de análises clínicas, acesso a serviço de anatomia patológica e centro de imagem, para o diagnóstico diferencial e definitivo, estadiamento e acompanhamento dos pacientes neles respectivamente cadastrados

De acordo com o projeto, o Hospital do Câncer de Nova Friburgo contará com dois blocos: A e B. Além de blocos de serviços, utilidades e estacionamento. O bloco A terá três pavimentos. Nele serão centralizadas as áreas de internação: Cirurgia Oncológica, Oncologia Clínica, Medidas de Suporte e Cuidados Paliativos. Nessa unidade também estará o salão de quimioterapia, com 16 leitos, sendo três leitos para quimioterapia longa. Também abrigará os quartos de internação: 17 quartos de internação, com dois leitos cada, três enfermarias com quatro leitos e dois quartos de isolamento clínico, totalizando em 48 leitos. 

A Unidade de Terapia Intensiva oncológica terá dez leitos, um deles de isolamento. Já o centro cirúrgico contará com quatro salas de cirurgia de alta complexidade e uma sala de cirurgia endoscópica para média complexidade. No bloco A, também ficará o Núcleo Interno de Regulação (NIR), uma cozinha industrial e refeitório com 48 lugares para público e 40 lugares para funcionários. Além disso, também terá nesse prédio a entrada principal , o espaço ecumênico e o auditório.

Ainda de acordo com o projeto feito pelo Governo do Estado, o bloco B terá de dois pavimentos e abrigará os setores de diagnóstico e reabilitação. No primeiro andar, deverá acontecer a entrada de pacientes regulados, onde passarão pela recepção para o público, que terá 14 lugares de espera, um consultório de triagem, dois leitos de estabilização e cinco leitos de urgência referenciada. Também haverá uma entrada independente para acesso de pacientes e acompanhantes externos ao setor de imagem. Nesta área, a espera contará com 19 lugares. 

Os serviços de imagem disponibilizados terão: uma sala de mamografia, uma de raio-x, duas de ultrasson, um tomógrafo, uma ressonância e um PETScan, além de todas as áreas de apoio. O pavimento inferior do bloco B também abrigará a central de abastecimento farmacêutica, responsável pelo abastecimento de toda a unidade. O pavimento térreo deverá ter sete consultórios ambulatoriais, sendo dois consultórios de especialidades e cinco oncológicos. Além disso, o andar contará com uma sala de fisioterapia, que deverá ter seis boxes, uma sala de cinesioterapia e uma sala de exames para realização de colonoscopia/endoscopia. O andar também possui laboratório e área administrativa.

O Hospital do Câncer de Nova Friburgo também deverá ter um Bloco de Serviços, com áreas destinadas ao depósito de roupa limpa e roupa suja, almoxarifado, vestiários e morgue; um Bloco de Utilidades. Nesta, onde ficarão os geradores, centrais de gases medicinais, engenharia clínica, oficinas de manutenção, resíduos e arquivos; e um estacionamento, com 62 vagas.

Hospital já deveria estar pronto

Em 2016, o Hospital Estadual de Oncologia de Nova Friburgo, previsto para atender cerca de 500 mil pessoas de toda a Região Serrana, deveria ter sido inaugurado, segundo anúncio do então governador Luiz Fernando Pezão. E essa foi a segunda data de inauguração. O ex-governador Sérgio Cabral havia prometido entregar o hospital em 2014.

O vereador José Roberto Pacheco Folly (foto), incansável defensor da criação da unidade oncológica e das demandas dos pacientes, ao perceber que os antigos projetos não passavam de “projetos”, criou o movimento SOS Hospital do Câncer para atrair parceiros não só do bairro mas de toda a comunidade friburguense. No início do ano, entregou ao governador Cláudio Castro um dossiê com toda a história e as condições do prédio onde deverá funcionar o Hospital do Câncer.

Desde então, várias equipes do Governo do Estado vem visitando o local para a elaboração do projeto de construção do hospital. A licitação acontecerá agora dez anos depois do primeiro anúncio da construção do Hospital do Câncer em Nova Friburgo.

Em 2012, o então governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral, assumiu o compromisso de entregar ao município de Nova Friburgo, uma unidade oncológica com 120 leitos, 10 UTIs, 30 leitos para tratamento infantil, além de três salas cirúrgicas e um Centro de Imagens. O hospital deveria estar funcionando no prédio do antigo Cavs, no bairro Ponte da Saudade, desapropriado pelo Governo do Estado. A Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) começou as obras de adaptação ainda em 2012, mas por pouco tempo. O governador pretendia inaugurar a unidade dois anos depois, ou seja, em 2014. Não foi inaugurada naquele ano nem nas gestões seguintes.

Em julho de 2014, o então prefeito de Nova Friburgo, Rogério Cabral, assinou com o governador Luiz Fernando Pezão e a presidente da República Dilma Rousseff, o edital de abertura da licitação para uma nova tentativa de fundar no município uma unidade de tratamento oncológico. O edital foi publicado no D.O. do Estado do Rio após cumprimento de todas as formalidades burocráticas previstas em lei.

O investimento foi orçado em mais de R$ 48 milhões, valor então liberado pelo Governo Federal, com inauguração prevista para 2016, com capacidade para 200 leitos, sendo 30 de oncologia infantil. Entre as modalidades integradas de prestação de assistência ao paciente constava: diagnóstico, cirurgia oncológica, oncologia clínica, radioterapia, medidas de suporte, reabilitação e cuidados paliativos, mais de 280 consultas por dia no ambulatório e cerca de quatro mil procedimentos cirúrgicos por ano. 

Ao longo desses dez anos, a degradação do espaço saltava aos olhos e a população assistiu, indignada e revoltada, ao abandono, invasão e até um incêndio. “Tivemos que fazer diversas interferências durante todo esse tempo, para que o dano ao terreno e ao prédio não fosse ainda maior, talvez até inviabilizando a recuperação do local. Tínhamos que tomar conta para o local não ser invadido, para o mato não encobrir o terreno e a construção, e evitar até que o fogo destruísse tudo, quando ocorreu um incêndio. Com a ajuda dos bombeiros impedimos que a estrutura fosse totalmente comprometida”, lembrou Folly.

O vereador  está confiante que agora o projeto sairá do papel. “Tive a oportunidade de conversar mais uma vez com o governador Cláudio Castro, com o secretário de Obras, Marcos Lemos, e com o secretário de Saúde, Alexandre Chieppe, a respeito da retomada da obra. O governador garantiu, mais uma vez, a reconstrução do hospital. Trata-se de um projeto complexo, de alto custo, que demanda muita experiência e grande equipe, e que já tem verba assegurada. Por fim, torço para que em breve possamos anunciar que temos um Hospital do Câncer”, encerrou.

 

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TAGS: saúde | obra | Governo