Com Andreotti e garotos, Frizão aposta na busca do acesso

Sem nomes famosos, mas com o trabalho sendo feito diariamente, o Tricolor pensa grande na competição
terça-feira, 09 de maio de 2023
por Vinicius Gastin
Tricolor reúne jovens atletas e aposta no trabalho para voltar à primeira divisão estadual (Fotos: Reprodução)
Tricolor reúne jovens atletas e aposta no trabalho para voltar à primeira divisão estadual (Fotos: Reprodução)

O Campeonato Carioca da Série A2 vai começar. A partir do próximo sábado, 13, entra em campo o sonho de figurar entre os principais times de futebol do Estado do Rio de Janeiro. Contudo, apenas o campeão da divisão de acesso à elite poderá integrar o grupo de clubes que irão disputar a Série A1 em 2024. Dentre essas equipes que buscam o acesso está o Friburguense, acostumado a estar entre os maiores na maioria do tempo nos últimos 25 anos.

Além dos adversários dentro das quatro linhas, o Tricolor da Serra já teve que superar alguns momentos de indefinição. Como a proposta apresentada para gerir o clube foi rejeitada pela maior parte do Conselho Deliberativo – foram 22 votos a 6 -, o gerente de futebol José Eduardo Siqueira, o Siqueirinha, segue à frente.

Segundo o dirigente, mesmo com a instabilidade criada, falaram mais alto o carinho pelo Tricolor e o pouco tempo para um possível trabalho iniciado do zero, às vésperas do início da competição, algo que não foi colocado durante a reunião para apresentação da possível nova gestão.

“Eu continuo fazendo o futebol porque a gente sabe que não foi apresentado, na reunião, nenhum tipo de trabalho para a Série A2. Quando se fala de uma pessoa como o Conca, logo se imagina melhorias físicas, dentro do seu patrimônio, ou melhorias com uma grande comissão técnica e nomes de alguns jogadores. E isso não foi apresentando em momento nenhum. E esse possível grande trabalho poderia angariar votos para a nova gestão, com uma chance de chegar à série A1. Ela que dará tranquilidade para trabalhar e colocar a gente na vitrine. Continuo no trabalho porque eu vi a possibilidade de o Friburguense ter derrotas por W.O., cair para uma Série B1 disputada neste mesmo ano e até cair para uma B2. Esse é o trabalho que estou fazendo para tentar evitar isso. Se tem contrato ou não, discutimos depois. Eu nunca me preocupei com isso. Não quero deixar o Friburguense ser entregue sem critério”, comentou Siqueirinha.

Dentro deste contexto, mesmo com a possibilidade de mudança, já havia um trabalho sendo feito – que na verdade nunca parou. Com as divisões de base ativas, o Friburguense manteve a base que foi no Carioca da Série A2 Sub-20 do ano passado, e apostou em Gerson Andreotti, um dos maiores técnicos da história recente do Frizão. Através de parcerias com outros clubes, reforços foram contratados para somarem aos garotos e a outros jogadores que já passaram anteriormente pelo Eduardo Guinle.

“A gente tinha uma base muito boa, fizemos um excelente campeonato Sub-20 no ano passado, e temos alguns garotos daquele time. Inclusive, alguns já jogaram dentro do profissional no ano passado. Trouxemos de volta a sabedoria do Gerson Andreotti, em especial na forma de conduzir o trabalho com os garotos e alinhar o pensamento na forma de o time jogar. Briguei bastante para trazê-lo e, graças a Deus, tivemos sucesso. Em cima do que foi produzido e tivemos de resultados, trouxemos o Dionata, o Maurício e, provavelmente, o Lucas Mineiro, que são mais experientes. Temos sempre aqueles que nos disponibilizam alguns jogadores, e o Volta Redonda vai nos mandar três atletas. O Serra Macaense, outros dois. Tudo numa velocidade que mais de 20 anos de mercado pode te dar”, explica o dirigente.

É desta forma que o Friburguense se prepara para buscar o tão sonhado acesso. Sem nomes famosos, mas com o trabalho sendo feito diariamente, o Tricolor pensa grande na competição. Em que pese a fuga de possíveis investidores, após o cenário de instabilidade criado a pouco tempo do início da Série A2.

“O torcedor sempre pergunta: vai ser um time para subir ou para cair? Quando a gente coloca isso, é falta de amadurecimento de nossa parte. O que parece ser ruim pode subir, e o que parecer bom, cair. A questão é o trabalho, como fizemos em 2019, e efetivamente eu preciso de gente que entenda onde e como queremos chegar, que entenda o nosso momento financeiro. O grande problema é exatamente esse: o desafio de trazer os jogadores sem ter muito a oferecer, pois nos foi tirado o espaço e o investidor para este ano. Não escondo de ninguém que tenho o Evandro, que já fez o Kennedy para a gente, quando conseguimos pagar dívidas. Lá atrás, essa gestão assumiu com uma dívida muito grande, com a responsabilidade de fazer um grande trabalho e chegamos até aqui. Mas o Evandro perdeu a confiança a partir de tudo o que aconteceu, e não posso falar que ele estará junto com a gente efetivamente. Tem outro empresário, o Felipe, que ano passado apostou bastante. Ele trocou o que investiu, através da parceria com o Maycon Douglas”, disse Siqueirinha.

Mesmo diante de um contexto diferente em relação aos últimos anos, o gerente de futebol do Friburguense mantém a confiança. E mais do que isso: tenta blindar os jogadores de qualquer tipo de divergência entre as partes gestoras, buscando motivá-los a competirem para buscar a taça do Carioca Série A2 e, consequentemente, o acesso.

“Esse é um assunto que eu trouxe à tona para o torcedor entender, mas eu não falo muito com os jogadores sobre isso. Problema de gestão, de ser A ou B, eu deixei bem claro e o conselho vai decidir. Mas o fato é que eu não posso parar, se não o Friburguense não disputa a Série A2. Pode até se dizer que o Friburguense tinha um time montado, mas não foi colocado isso em momento nenhum na apresentação da proposta. E a minha preocupação é disputar a Série A2 de maneira forte, sem deixar que os jogadores percebam que existe um desequilíbrio, que não podemos esconder. O trabalho já vinha sendo feito. Mas de maneira alguma, se for campeão, vou chegar, bater no peito e dizer que estava certo. Da mesma forma, se cair, vou assumir qualquer tipo de culpa ou responsabilizar. Hoje você tem uma chance de ser campeão e duas possibilidades de queda. Mas o futebol, por melhor que seja o projeto ou investimento, o trabalho é que vai nos direcionar. E estamos trabalhando para chegar na Série A1 É o que quero passar ao torcedor: a força, que parece que poderia ter sido tirada do grupo, ela continua”, completa Siqueirinha.

Foto da galeria
Técnico em 2011, Gerson Andreotti volta em busca de mais um acesso no comando do Friburguense
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