Cientistas estudam homem de 93 anos com idade biológica na casa dos 30

Richard Morgan começou a treinar depois dos 70 anos, faz musculação todos os dias e é campeão mundial de remo
sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Fotos: Reprodução)
(Fotos: Reprodução)

O irlândes Richard Morgan, de 93 anos, está sendo investigado por estudiosos na tentativa de desvendar os segredos para viver mais tempo. Isso porque ele começou a se exercitar por volta dos 70 anos e hoje tem um motor aeróbico que se assemelha de uma pessoa de 30 anos, corpo composto por 80% de músculos e apenas 15% de gordura.

Morgan começou a se exercitar aos 73 anos e o remo indoor se tornou sua grande paixão. Ao participar de um treino de remo de seus netos, um técnico o convidou para experimentar uma máquina de remo. Naquele momento descobriu a importância do condicionamento físico, e desde então remou o equivalente a 10 vezes a distância para dar a volta ao redor do mundo, vencendo quatro campeonatos mundiais. 

“Há um certo prazer em conquistar um campeonato mundial. Comecei do nada e de repente percebi que gostava muito de fazer isso”, contou em entrevista ao jornal Washington Post.

Ele treina cerca de 40 minutos por dia, começando com uma remada de 30 quilômetros, treino de musculação com pesos para melhorar sua força e outros treinos misturando alta e baixa intensidade. Pesquisadores da Universidade de Limerick registraram a atividade cardíaca, pulmonar e muscular de Morgan enquanto remava, e os detalhes foram descritos em um estudo de caso publicado no Journal of Applied Physiology, em dezembro de 2023.

Seu pulso atingiu o pico de 153 batimentos por minuto, ultrapassando a frequência cardíaca máxima prevista para sua idade e ficando entre os picos mais altos registrados para indivíduos na faixa dos 90 anos, indicando um coração muito forte, de acordo com os pesquisadores.

“Foi um dos dias mais inspiradores que já passei no laboratório. É incomum ver um nonagenário em condições físicas tão primitivas”, afirmou Philip Jakeman, professor de envelhecimento saudável, desempenho físico e nutrição na Universidade de Limerick e autor sênior do estudo de caso, ao Washington Post.

Ex-fabricante de baterias e padeiro que começou a praticar exercício físico há apenas 20 anos, Morgan se tornou um exemplo fitness. Ele também segue uma dieta rica em proteínas, que é fundamental para construir músculos e manter o metabolismo acelerado.

Estudos já revelaram que pessoas com 65 anos ou mais que praticam atividade física têm um risco 28% menor de mortalidade por todas as causas do que aquelas que não o faziam. Além disso, um estudo de 2022 publicado na revista Circulation descobriu que aqueles que participavam de atividades físicas vigorosas entre 75 e 149 minutos por semana tinham um risco 19% menor de morte por qualquer causa. Pessoas que treinaram entre 150 e 299 minutos por semana tiveram um risco 21% a 23% menor.

Efeito da atividade física na velhice

O neto de Morgan, doutor Lorcan Daly, 29, é professor assistente de ciências do exercício na Universidade Tecnológica de Shannon e um dos autores do estudo. Depois de ver a transformação física do seu avô, Daly apresentou a ideia do estudo aos seus colegas Philip Jakeman, professor de envelhecimento saudável, desempenho físico e nutrição na Universidade de Limerick (Reino Unido), e Bas Van Hooren, investigador doutoral na Universidade de Maastricht, na Holanda.

Daly disse que as descobertas são únicas porque “além de um pouco de arremesso na escola”, seu avô começou a se exercitar muito tarde na vida. “Isso nos revela que o condicionamento físico é muito responsivo. Você pode começar a qualquer momento. Nunca é tarde demais”, acrescentou.

Praticar apenas 20 minutos de atividade física por dia pode reduzir em cerca de um terço o risco de câncer, demência e doenças cardíacas, sendo mais eficaz do que alguns medicamentos. Um estudo de 2004 mostrou que pessoas com 65 anos ou mais que se exercitavam tinham 28% menos risco de morrer por qualquer causa. 

Morgan deixou o exemplo de que nunca é tarde demais para começar a cuidar da saúde e nos dedicarmos ao exercício físico.

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