Brasil tem mais de 203 milhões de pessoas, e Nova Friburgo, quase 190 mil

Sudeste é a região que mais ganhou habitantes e o estado do Rio está em 3º lugar, com 16 milhões
sexta-feira, 30 de junho de 2023
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)
(Foto: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)

Os primeiros resultados do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que a população do Brasil é de 203.062.512, um aumento de 6,45% em relação ao Censo de 2010. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem sendo os estados mais populosos do país, com os três concentrando mais de 40% da população brasileira. São Paulo, o maior deles em termos de população, conta com 44,4 milhões de habitantes; Minas Gerais, 20,5 milhões; e Rio de Janeiro, 16.054.524, que representa um aumento de 0,4% quando comparado ao censo anterior.

O censo é um processo amplo de coleta de informações sobre a população brasileira, realizado a cada 10 anos pelo IBGE, para traçar um perfil socioeconômico do país. A última coleta foi feita em 2010, e a atual edição deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada por conta da pandemia de covid-19. 

Em 2021, houve novo adiamento em razão da falta de recursos do governo. Além de saber exatamente qual o tamanho da população, o censo visa obter dados sobre as características dos moradores — idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios, entre outras informações.

Neste momento inicial, o IBGE apresentou apenas os números populacionais do país, das suas grandes regiões e dos municípios. Nas Unidades da Federação (UFs), a população sofreu pouca alteração de distribuição. A região Sudeste continua sendo a mais populosa, e na sequência, estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%), Norte (8,5%) e Centro-Oeste (8%).

Sobre as cidades do Rio, São Paulo e Brasília

Entre os municípios, a capital paulista permanece sendo, com folga, a cidade mais populosa do país: 11.451.245 habitantes, um aumento de 5,3% em relação a 2010. O Rio é o vice-líder, com mais de 6,2 milhões e queda de 1,72%. Brasília (DF) vem na sequência, com uma população de 2,8 milhões de habitantes, alta de 9,52%. A menor cidade do país é Serra da Saudade (MG), com 833 habitantes.

No estado do Rio, a capital é a mais populosa: 6.320.446 habitantes. Outros municípios fluminenses com grande concentração populacional são: São Gonçalo (999.728), Duque de Caxias (855.048), Nova Iguaçu (796.257), Niterói (487.562) e Belford Roxo (469.332). Uma curiosidade: o bairro mais populoso do Brasil é Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, com 367.160 pessoas.

Sobre a distribuição da população, o estado do Rio é a unidade federativa mais urbanizada do Brasil, com cerca de 96,7% dos habitantes residindo em áreas urbanas; apenas 3,3% da população ocupa áreas rurais. Com relação ao sexo, 52,3% são mulheres e 47,7%, homens.

Na serra fluminense

    Entre quedas e aumento populacional da região serrana do estado do Rio, destacamos (por ordem alfabética): 

  • Bom Jardim = 28.102 (+ 10,93%)

  • Cachoeiras de Macacu = 56.943 (+ 4,66%)

  • Cantagalo = 19.390 (- 2,22%)

  • Carmo = 17.198 (- 0,41%)

  • Duas Barras = 10.980 (+ 0,46%)

  • Macuco = 5.415 (+ 2,77%)

  • Nova Friburgo = 189.937 (+ 4,33%)

  • Petrópolis = 278.881 (- 5,71%)

  • Santa Maria Madalena = 10.232 (- 0,86%)

  • São Sebastião do Alto = 7.750 (- 12,87%)

  • Teresópolis = 165.123 (+ 0,84%)

  • Trajano de Moraes = 10.302 (+ 0,13%)

  • Sumidouro = 15.206 (+ 1.98%)

Sobre repasses

As estimativas populacionais divulgadas pelo IBGE também servem de parâmetro para obrigações do Estado brasileiro, como repasses de dinheiro da União aos municípios.

A distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios (FPM) pelo Tribunal de Contas da União (TCU) é uma das atribuições do Estado que leva em conta os números do Censo. Para a grande maioria das cidades — todas aquelas que não são capitais e que têm menos de 142.633 habitantes —, o critério utilizado para o repasse de recursos é populacional.

O número de habitantes contabilizado pelo IBGE define o coeficiente em que a cidade se enquadra. Esse índice determina qual será a participação de determinado município no fundo. Quanto menor a população, menor o coeficiente — e, portanto, menor o valor do repasse realizado pela União.

A diminuição da população em relação às estimativas anteriores pode alterar o enquadramento dos municípios. Em 2023, não haverá mudança na distribuição, pois o TCU havia estabelecido que seriam aplicados os mesmos parâmetros de distribuição utilizados no ano passado. Para 2024, no entanto, esses números ainda não foram definidos.

Importante saber

Portanto, pelo exposto até aqui, o censo identifica informações essenciais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas e para a realização de investimentos públicos e privados. Interfere, por exemplo, na distribuição das transferências da União para estados e municípios e na identificação de áreas de investimento prioritário em saúde, educação, habitação, transportes e energia. Detalhando, é o seguinte:

  • Recursos para as cidades — As cidades recebem recursos federais de acordo com a população, que é estimada anualmente pelo IBGE, com base no censo. Como a população divulgada é menor que a estimada até agora, com muitas cidades perdendo população, especialistas dizem que haverá ações na Justiça contestando o levantamento.
  • Vacinas e remédios — O censo determina a distribuição de vacinas e remédios, servindo para definir o tamanho do serviço de atenção primária e o número de leitos por habitante, por trazer dados desagregados por cidade e bairros.
  • Pessoas com deficiência — Só o censo traz o número de pessoas com deficiência e as condições socioeconômicas dessa população.
  • Déficit habitacional — O censo permite calcular quantas famílias estão sem moradia, em lares precários ou com custo muito alto de aluguel, calculando o déficit habitacional por cidade.
  • População indígena — Só o censo pesquisa a população de povos originários. 
  • Previdência Social — A concessão de benefícios e a previsão de gastos futuros da Previdência têm como base a população, a distribuição por idade e a expectativa de vida dos brasileiros, também calculada com dados do censo. 

Resumo do histórico do Censo no Brasil

A primeira contagem da população brasileira foi realizada em 1872, ainda durante o Império, mas foi a partir de 1890, já sob a República, que os censos se tornaram decenais. O Brasil mantém um excelente retrospecto dos censos regulares e inovadores; foi, por exemplo, o primeiro País a incluir o tema fecundidade e o único da América Latina a colher informações sobre renda.

Os censos demográficos são a única forma de informação sobre a situação de vida da população em cada um dos municípios e localidades do país. As demais pesquisas domiciliares são levantamentos por amostragem, que não são representativas para todos esses níveis geográficos.

Não só o governo federal e a sociedade civil se beneficiam de informações do censo; a descentralização político-administrativa reinstaurada com a Constituição de 1988 aumentou enormemente a demanda por informações mais desagregadas. Prefeitos, governadores, órgãos municipais e estaduais de planejamento, investidos de maior autonomia e de novas responsabilidades, dependem hoje, como nunca, dos Censos Demográficos para realizarem suas escolhas com base em informações atualizadas sobre a população.

A partir de 1960 os recenseamentos passaram a adotar a técnica de amostragem na coleta das informações e os resultados divulgados classificados em dois grupos: Resultados do Universo, que abrange os dados comuns aos dois tipos de questionários, e Resultados da Amostra.

Para a operação do Censo 1990, o IBGE precisava contratar mais de 180 mil pessoas em caráter temporário. Quando a contratação desse contingente foi autorizada, em julho de 1990, não havia mais tempo hábil para se realizar o processo seletivo público dos recursos humanos destinados ao censo, cuja coleta de dados estava programada para se iniciar no mês de setembro. Por tal motivo, o IBGE decidiu realizar o Censo Demográfico de 1990 em 1991. A partir daquele ano, utilizou-se pela primeira vez disquetes e sistemas informatizados de consulta aos microdados e dados agregados como forma de disseminação das informações censitárias.

Em 1º de agosto de 2022, o Brasil tinha 203.062.512 habitantes. Desde 2010, quando foi realizado o Censo Demográfico anterior, a população do país cresceu 6,5%, ou 12.306.713 pessoas a mais. Isso resulta em uma taxa de crescimento anual de 0,52%, a menor já observada desde o início da série histórica iniciada em 1872, ano da primeira operação censitária do país. Os dados são dos primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, divulgados na sexta-feira, 28, pelo IBGE. (Fontes: IBGE, Agência Brasil, O Globo)

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: