Desde a última segunda-feira, 26, a vizinha, Teresópolis, vem sofrendo com as consequências de um incêndio que atingiu o lixão que recebe todo os resíduos domésticos do município. “O lixão traz diversos tipos de problemas, entre eles: a poluição do solo, ar e água; atração de vetores e pragas; além da situação de vulnerabilidade das pessoas que o utilizam como fonte de alimento e sustento.
O gás produzido em lixões é majoritariamente o metano (CH4) proveniente da putrefação de matéria orgânica e há risco de emissões de gases em lixões, pois não há coleta e controle deste gás. Alguns acidentes antigos como o do Morro do Bumba, em Niterói, em abril de 2010, são exemplos do que pode ocorrer em lixões ativos e desativados sem a remediação de vazadouros necessária”, explica Ana Moreira, doutora em Ciência e Tecnologia de Polímeros e coordenadora do Laboratório de Sustentabilidade e Química de Polímeros (LaSQPol) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) - campus Nova Friburgo.
Ainda de acordo com Ana Moreira, em aterros sanitários, como o que existe em Nova Friburgo, e é gerido pela Empresa Brasileira de Meio Ambiente (EBMA), concessionária responsável pela coleta e tratamento de resíduos domiciliares do município, esse gás é coletado e queimado de forma controlada, transformando o metano em gás carbônico. “E assim mitigando a emissão de gases de efeito estufa e mantendo o manejo no aterro de forma segura”, esclareceu ela.
Situação em Nova Friburgo
De acordo com a Prefeitura de Nova Friburgo, o maciço atual do aterro sanitário está operando desde 2011 e a concessionária EBMA é a responsável pela operação, controle e monitoramento do antigo vazadouro. Em nota, a prefeitura informou que “a fiscalização é realizada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que verifica se todas as condicionantes ambientais estão sendo cumpridas conforme compromisso.”
A segurança do aterro sanitário
Para Ana Maria, o aterro sanitário é um local adequado de disposição final de rejeitos. “É uma atividade que exige licenciamento ambiental e, portanto, constantemente fiscalizada. Tem controle do processo de aterramento, com impermeabilização do solo, coleta e tratamento do chorume e gás”, enumerou ela.
De acordo com a prefeitura, são coletados, em média 160 toneladas, de resíduos por dia em Nova Friburgo. A prefeitura informou também que o resíduo domiciliar vai para o aterro sanitário e o material seletivo vai para a usina de triagem, ambos de responsabilidade da EBMA. Informou também que “não existe rotina para fiscalização ao serviço prestado pela EBMA, mas o acompanhamento do serviço é constante. São verificados os quantitativos de resíduos coletados e destinados, bem como a qualidade na execução dos serviços, se as reclamações estão sendo sanadas.”
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