André Bringuenti: o estilo desconstruído do artista

"A arte é a manifestação de uma inquietação"
sexta-feira, 22 de setembro de 2023
por Ana Borges (ana.borges@avozdaserra.com.br)
(Fotos: Acervo Pessoal)
(Fotos: Acervo Pessoal)

Em 20 e poucos anos de carreira, André Bringuenti experimentou diversos estilos, com preferências iniciais pela pop art, impressionismo, entre outros. Dos pintores consagrados, aprecia Picasso, Modigliani, Monet, Manet, Van Gogh. 

Mas acabou por fazer da “desconstrução” o seu próprio estilo, batizado por ele de “Bringuentino”, que o artista vem aprimorando ao longo das duas últimas décadas. Pintou seu primeiro quadro, inconscientemente, já nesse estilo, em homenagem ao seu filho Iago, morto após sofrer um acidente de skate em 2016. 

Nascido em 1970, no Rio de Janeiro, Bringuenti veio com a família para Nova Friburgo em 2001, época em que passou a viver exclusivamente de sua arte. Dez anos depois, perdeu casa e ateliê com a enxurrada de janeiro de 2011. 

De volta ao Rio — e apesar da tragédia climática que abalou a esposa Jack e os filhos Jamille, Iago e Clara Lua —, André conta que nesse retorno vivenciou um período importante, “pois o colorido da cidade influenciou meus trabalhos”. Em 2015 veio de novo para Nova Friburgo, município que escolheu para viver definitivamente, mais precisamente no distrito de Lumiar. 

Segundo André, o estilo Bringuentino “tem um traço mais fluídico, solto, como se os personagens não tivessem uma estrutura óssea, e sem preocupação com proporções. Os olhos saltam da face, não tem boca, as mãos têm cinco dedos, mas os pés têm quatro, e geralmente os personagens estão descalços”. 

Ele não frequentou cursos, nem ateliês de outros artistas. Não teve orientação artística, é autodidata, desde sempre, apenas desenhando desde a infância. Assim, praticou diversas “escolas”, experimentou estilos os mais variados. 

Quando decidiu abraçar a carreira de pintor, começou pela pop art, depois se dedicou ao impressionismo, sem nunca deixar de lado sua tendência natural pela “desconstrução”. Sem influência de qualquer artista renomado, André conta que o jeito de se expressar artisticamete surgiu de maneira “fluídica” [o que não é palpável]. E ao expor em seu primeiro quadro a dor pela perda do filho Iago, sentiu que havia criado algo novo.

Caminho das Cores

André conta que o projeto Caminho das Cores foi idealizado pelo empresário Gustavo Faria, com quem hoje tem uma parceria, “concretizada quando fizemos uma pintura no Inea/APA Macaé de Cima, para comemorar os 21 anos da criação da APA. Além do muro, pintamos os dois postes que ficam em frente à sede. 

Ao ver esse trabalho, ele teve a idéia de pintar os postes do Vale dos Peões, e embarcamos nessa proposta que foi muito feliz, transformando o vilarejo numa galeria de arte a céu aberto. Agora estamos na segunda fase desse projeto, com a pintura de flores nos muros e postes, sem nenhum custo para o morador que queira aderir. Esse novo trabalho teve início assim que voltamos da exposição em Paris, em novembro de 2022”, conta André.

O artista já realizou diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior, como a última, no Salão Internacional do Carroussel du Louvre, em Paris, além de Portugal. Para conhecer o trabalho do artista, acesse o portfólio www.canva.com. Contatos pelo WhatsApp: (22) 99289 5421.

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