Alguns dos maiores músicos brasileiros

Atualmente, diversos gêneros musicais fazem parte do nosso repertório
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Alguns dos maiores músicos brasileiros

No Brasil, a música é uma das expressões culturais mais importantes e se formou a partir da mistura de diversos elementos oriundos dos europeus, com os colonizadores portugueses, e indígenas e africanos, povos escravizados em território brasileiro. Atualmente, diversos gêneros musicais fazem parte do nosso repertório, como MPB, choro, bossa nova, axé, baião, forró, pagode, sertanejo e o xote, que cada vez mais, desde a bossa nova, fazem sucesso também no exterior.

Tom Jobim

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (RJ, 1927 — NY, 1994), foi compositor, pianista, violonista, arranjador e cantor. A obra de Tom Jobim, a um só tempo popular e sofisticada, mescla samba e jazz, canção e música instrumental, oralidade e cultura letrada. Seu interesse pela música surgiu por influência de dois tios, um violonista erudito, outro popular, universos que se fundem em sua obra. Aos 14 anos, tocava violão e gaita, e começou suas primeiras aulas de piano. Em 1946, alternava o primeiro ano da faculdade de arquitetura com o trabalho de pianista em boates de Copacabana e Ipanema, até abandonar a arquitetura em prol da música. 

Ao lado de João Gilberto e Vinicius de Moraes, integra o tripé fundador do movimento musical bossa nova. Escreve com Vinicius, Garota de Ipanema, em 1962, que logo alcança grande sucesso nos Estados Unidos. No mesmo período, a versão instrumental de Stan Getz e Charlie Byrd para Desafinado leva a gravadora a promover um concerto de bossa nova no Carnegie Hall (NY), onde Jobim passa alguns meses. Ali, lança seu primeiro álbum solo, The Composer of Desafinado Plays, em 1963. A partir de então, divide-se entre o Brasil e os EUA, grava oito LPs, incluindo Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967) e assina contratos para atuar no cinema, na TV e no Grammy.

Ao longo da carreira, recebe inúmeras homenagens e honrarias. Simples e sofisticada, sinfônica e cancional, marcada por influências estrangeiras e pelo nacionalismo musical brasileiro, a obra de Tom Jobim traça um painel dos caminhos e conflitos da música brasileira do século 20.

Vinícius de Moraes

Um dos maiores compositores da música popular brasileira, além de ter sido um dos fundadores da Bossa Nova, foi dramaturgo e diplomata, além de poeta e jornalista. Poeta essencialmente lírico, que lhe renderia o apelido “poetinha”, Marcus Vinicius da Cruz Melo de Moraes (1913 — 1980 RJ), notabilizou-se pelos seus sonetos. Entre seus maiores sucessos, Garota de Ipanema, letra de sua autoria e música de Tom, em 1962. 

Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro e em 1933, ano de sua formatura, publicou seu primeiro livro de poemas intitulado O Caminho Para a Distância. Nessa época, já era amigo dos poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswaldo de Andrade.

Milton Nascimento

Cantor, compositor e multi-instrumentista, Milton Nascimento começou a carreira na juventude, se apresentando em bares e casas noturnas de Belo Horizonte (MG). Foi neste período que passou a compor e em 1962 gravou Barulho de Trem. Entre os sucessos, destacam-se Travessia, Maria, Maria, Canção da América e Caçador de Mim.

Com uma trajetória que completa 60 de anos de carreira, 48 álbuns gravados, vencedor de cinco Grammys, carreira internacional, título de Doutor Honoris Causa em música pela Universidade de Berklee (Boston), e 80 anos de vida, Milton Nascimento decidiu que chegou a hora de se despedir dos palcos. Mas, para que esse ciclo ficasse completo, o artista decidiu prestar uma última homenagem aos fãs com uma turnê internacional que promete ser épica: “A Última Sessão de Música”.

“Eu jamais poderia encerrar essa parte da minha vida de tantos anos na estrada sem homenagear aqueles que me acompanham esse tempo todo: os fãs. E essa turnê foi pensada especialmente pra vocês!”, disse Milton em apresentação histórica no Mineirão (BH), no dia 13, após mais de 30 shows em turnê pelo Brasil, Estados Unidos e Europa. Mas, para felicidade geral da nação, afirmou que não vai parar com a música. 

Gilberto Gil

Nascido em 1942, ele é cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e político brasileiro. O músico soma, até o momento, mais de 50 álbuns lançados e em suas composições misturam influências ecléticas, como rock, música africana, funk e reggae, com gêneros típicos do Brasil.

Foi um dos criadores do movimento Tropicalista, que unia elementos da música inglesa e americana com as músicas de João Gilberto e Luiz Gonzaga. O movimento foi importante para um novo momento da música popular brasileira, porém foi considerado como um ato de rebeldia durante o período da ditadura militar.

Com isso, Gilberto Gil acabou preso, junto com Caetano Veloso e depois, em 1969, foi exilado e se mudou para Inglaterra. No ano de 1972, o músico voltou a morar no Brasil.

Além dos diversos prêmios conquistados, Gilberto Gil foi recentemente eleito para ocupar a cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras.

Chico Buarque

Aos 78 anos, o artista continua brindando o público com seu talento para criar composições que são verdadeiras obras-primas. São muitos os títulos que o músico, compositor, dramaturgo e escritor brasileiro Francisco Buarque de Hollanda recebe: um dos maiores nomes da MPB e uma das personalidades mais politizadas na música, por exemplo. Na lista de sucessos que fazem a história da música brasileira estão muitas canções de Chico Buarque, como "Construção" e a "A banda".

Caetano Veloso

Aos 80 anos e mais de meio século de carreira musical, do samba-canção ao rock, do tango ao reggae, da experimentação mais radical ao sucesso brega, já lá se vão 55 anos desde que o jovem Caetano pisou no palco do festival da TV Record para cantar Alegria, Alegria, momento inesquecível da vida do artista. Também naquele ano foi lançada sua primeira participação em um LP,  o clássico Domingo, em dupla com Gal Costa, estreia dela, em 1967.

No disco seguinte, em colaboração com outros músicos da vanguarda da MPB da época, Caetano inaugurou a chamada Tropicália, movimento que iria abalar as bases da nação e seguir reverberando, décadas mais tarde. Ao seu lado estavam Gilberto Gil, Tom Zé, Torquato Neto, Os Mutantes, Rogério Duprat e Gal Costa, entre outros.

Roberto Carlos

Aos 81 anos, o Rei Roberto foi líder do movimento musical chamado Jovem Guarda nos anos 60. Quando tinha 12 anos mudou-se com a família para Niterói (RJ), onde começou cantando em programas de adolescentes. Mais tarde a família mudou-se para o subúrbio Lins da Vasconcelos, onde conheceu Tim Maia. Em 1957, com a popularização do rock’n roll, forma a banda The Sputniks, com Tim Maia, Arlênio Lívio e Wellington Oliveira, e se apresentam no programa Clube do Rock, de Carlos Imperial, na Rádio Tupi. 

Disposto a cantar sozinho, imitava João Gilberto na boate do Hotel Plaza; decidido a gravar um compacto, Roberto e Imperial foram até a gravadora Copacabana, mas foi recusado; após várias tentativas mal sucedidas, conseguiu gravar na Polidor; não emplacou e o contrato foi encerrado.

Em 1960, Imperial procurou Corte Real, da gravadora Colúmbia, e finalmente Roberto lançou um compacto. Algum tempo depois, Corte Real chamou Imperial, propondo lançar Roberto com repertório para jovens. O novo compacto, em 1961, teve boa aceitação, e a carreira começou a deslanchar. Então, conhece Erasmo Carlos. 

Em 1963, com o disco Splish splash, e as músicas Parei na contramão, O calhambeque e É proibido fumar, finalmente vê uma luz no fim do túnel. Em 1965, estreia o programa Jovem Guarda que alcança os maiores índices de audiência, com o trio Roberto Carlos, Wanderléa e Erasmo. 

No fim daquele ano, Roberto compôs com Erasmo, aquela que se tornaria um tremendo sucesso: Quero que vá tudo pro inferno. Em 1968, Roberto participa do famoso Festival da Canção de San Remo, na Itália, e conquistar o 1º lugar, com Canzone per te, de Sérgio Endrigo. Volta triunfante. 

O resto é história conhecida por todos, aqui e no exterior.

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