Melhorando a confiança para uma melhor saúde mental

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

No site www.webmd.com/mental-health/signs-trust-issues foi colocado um interessante artigo sobre confiança e saúde mental. Se você tem dificuldade para confiar, isto pode ter relação com coisas que podem ser melhoradas. Confiança em relacionamento humano tem que ver com crer no caráter, na habilidade, na verdade de alguém. Precisamos de confiança para desenvolver relacionamentos saudáveis, seguros e satisfatórios. Viver desconfiando é um estresse. Para você seguir bem num relacionamento, é preciso confiar na pessoa.

Quando não existe confiança num relacionamento, surgem pensamentos, sentimentos e ações prejudiciais, como julgamentos negativos, suspeita e ciúme. Se a desconfiança persiste, podem surgir problemas como abuso emocional e físico. As pessoas podem ter problemas de confiança ligados a depressão, ansiedade excessiva, medo de abandono, estresse pós-traumático, esquizofrenia e outros fatores.

Quer saber se você tem problemas de confiança? Veja alguns sinais: 1) Ficar verificando os fatos que lhe disseram, mesmo sem motivo para duvidar do que a pessoa lhe disse. 2) Sempre esperar o pior do que farão com você, suspeitando dos motivos dos outros. 3) Manter-se afastado das pessoas com dificuldade de se abrir para elas, com medo de ser vulnerável e íntimo. 4) Ter muito ciúme, sentindo-se sempre ameaçado como se o outro o fosse enganar.

O que fazer para melhorar os problemas de desconfiança? Se eles estão muito graves e criando muitos problemas nos seus relacionamentos, pode ser útil ter algumas consultas com psicólogo para discutir estas coisas e verificar que possivelmente está existindo o cultivo de pensamentos distorcidos sobre desconfiança por alguma razão que pode não ser ligada ao fato do outro estar enganando ou não ser confiável. Às vezes podemos trazer para a vida adulta problemas de confiança por situações traumáticas vividas no passado infantil e isto perturbar relacionamentos adultos nos quais não existe motivo para desconfiar.

Na terapia psicológica com bom profissional aprende-se a ter novas maneiras de pensar para vencer sentimentos negativos, ajuda a separar problemas passados de medos futuros e se reconstrói a confiança nos relacionamentos atuais.

Se houve em sua vida alguma situação que produziu a perda da confiança, como num caso de infidelidade conjugal, é possível reconstruir a confiança. Quem traiu precisa pedir perdão, mostrar sincero arrependimento pelo erro cometido, oferecer alguma compensação pelo deslize praticado e não mais repetir o mesmo comportamento que perturbou a confiança.

Se um amigo, esposo, esposa ou outro ente querido tiver problemas de confiança, esforce-se para ser mais honesto e transparente em suas interações com ele e, na verdade, com todos. Faça esforços para ser menos defensivo no contato com eles, expondo suas ideias, seus propósitos, com palavras claras, sinceras e honestas.

Diga o que quer dizer, mas faça isso com respeito e clareza. Procure ser direto, objetivo, claro ao pedir o que você quer do seu relacionamento. Não use frases genéricas tipo “quero ser mais amada”, ou “melhore seu relacionamento comigo”. Explique para o outro o que isto significa em termos práticos. O amor não é uma bola mágica de maneira que você diz uma frase genérica, não clara e o outro tem que adivinhar tudo o que você não disse.

Abrir o coração, falar do que sente, ser honesto em seus pensamentos, sentimentos e conduta, ser objetivo nos pedidos, fazer isso com respeito, sem gritaria, sem crises histéricas, sem manipulação, tudo isso favorece um bom relacionamento com amor e promove a confiança.

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O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

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