Vacina contra poliomielite: veja como funciona e quando tomar

Imunização é a única forma de prevenção contra a doença que pode causar paralisia infantil. Campanha nacional acontece entre maio e junho deste ano
segunda-feira, 27 de maio de 2024
por Thiago Lima (thiago@avozdaserra.com.br)
(Foto: Marcos Lopes/MG)
(Foto: Marcos Lopes/MG)

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite 2024 começou nesta segunda-feira, 27, e vai se estender até 14 de junho em todo o país. O movimento tem como objetivo conter o risco de reintrodução da doença no território brasileiro.

A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas. Em casos graves, pode levar à paralisia. A vacina contra a poliomielite é a única forma de prevenção da doença e a cobertura vacinal vem apresentando resultados abaixo da meta (95%) desde 2016, segundo o Ministério da Saúde.

Dados em Nova Friburgo

  • Início da campanha e fim: Desde segunda-feira, 27, até 8 de junho;

  • Público estimado a ser vacinado: ⁠1 a 4 anos 11 meses e 29 dias (7.854 crianças);

  • Número de vacinas disponíveis: São 1.000 doses de VOP disponíveis para início da campanha. Agendada a retirada de 3.400 doses (primeira parcela);

  • Datas, horários e locais onde as crianças podem ser vacinadas: Segunda à sexta-feira, de 8h às 16h30, nas salas de vacina (postos de saúde do Suspiro, Cordoeira, Olaria, Conselheiro Paulino e São Geraldo). Dia D - 8 de junho (sábado) das 9h às 15h, também nestes locais.

Tipos de vacina contra poliomielite

Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite: a VOP (Vacina Oral Poliomielite), que contém o vírus enfraquecido e é administrada por gotinhas, e a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), que contém o vírus inativado (morto) e é administrada via intramuscular.

Em julho do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que irá substituir gradualmente a VOP pela VIP a partir de 2024. A decisão foi tomada após discussão e aprovação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as evidências científicas recentes para proteção contra a doença.

Como será a transição

Até que a transição da VOP para a VIP seja finalizada — a previsão é que isso aconteça no segundo semestre deste ano  — o esquema de vacinação é feito da seguinte forma, segundo o Programa Nacional de Imunizações (PNI):

  • Vacina VIP: três doses no primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses de idade);

  • Vacina VOP: doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos de idade, além das campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.

Após a transição, a vacina VIP será usada exclusivamente para a imunização contra a poliomielite. Com isso, não será mais administrado um reforço contra a pólio aos 4 anos. Desta forma, o esquema oferecido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) será de três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e apenas um reforço aos 15 meses de idade, com a VIP. Apesar do fim do uso da VOP, o Zé Gotinha, símbolo da imunização infantil, permanecerá participando das campanhas do Governo Federal, de incentivo à vacinação.

Cuidados para a vacinação

De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacinação com qualquer uma das vacinas não deve ser realizada em crianças com febre moderada a alta (acima de 38 ºC). A orientação é adiar a imunização até a melhora do quadro clínico.

Qualquer sintoma grave ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que aplicou a vacina. No caso da vacina VOP, caso haja diarreia ou vômitos, a recomendação é adiar a vacinação ou repetir a dose após quatro semanas. Também é aconselhável interromper a amamentação por uma hora antes e depois da administração da vacina.

Contraindicações

A VOP é contraindicada para gestantes, pessoas que sofreram anafilaxia após o uso de componentes da fórmula (antibióticos neomicina, polimixina e estreptomicina), pessoas que desenvolveram pólio vacinal após dose anterior, pessoas com deficiência do sistema imunológico, pessoas com HIV e pessoas que convivem com imunossuprimidos. Já a VIP é contraindicada apenas a quem tem história de anafilaxia à dose anterior da vacina ou a algum de seus componentes.

Efeitos colaterais

A vacina VOP, por conter o vírus vivo, embora enfraquecido, pode causar efeitos colaterais adversos, como: 

  • Poliomielite associada à vacina: quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Isso pode acontecer de quatro a 40 dias após a vacinação. A taxa de incidência é de um caso para cada 3,2 milhões de doses aplicadas, segundo a SBIm;

  • Meningite asséptica e encefalite: é um efeito colateral considerado muito raro e com maior risco para crianças imunodeficientes;

  • Reações de alergia: são raras e relacionadas aos componentes da vacina;

  • Poliomielite por vírus derivado da vacina: ocorre devido à instabilidade genética do vírus da vacina ou pela combinação do material genético do vírus vacinal com outros vírus que vivem no intestino. Até o final de 2013, nenhum VDPV foi identificado no Brasil.

No caso da VIP, os efeitos adversos podem incluir eritema (reação inflamatória) discreto no local onde a vacina foi aplicada, endurecimento da região e dor leve. São raros os casos de febre após a vacinação.

A doença 

A poliomielite, doença infectocontagiosa aguda, é caracterizada pela contaminação pelo poliovírus que pode causar paralisia muscular dos membros inferiores, de forma assimétrica e irreversível. Em casos graves pode evoluir a óbito, sendo a vacinação a principal forma de prevenção.

Sintomas 

A maioria das pessoas infectadas não manifesta sintomas ou apresenta poucos sintomas e estes são parecidos com outras doenças virais como:

  • Febre;

  • Mal-estar;

  • Dor de cabeça;

  • Dor de garganta e no corpo;

  • ⁠Sintomas gastrointestinais (náuseas e vômitos);

  • Constipação (prisão de ventre);

  • Espasmos;

  • Rigidez na nuca;

  • Meningite.

(Com informações do G1 e CNN)

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