Uso de cigarro eletrônico atinge maior nível em seis anos no Brasil

Alerta: uso de cigarro e vape cresce entre jovens brasileiros
sexta-feira, 30 de maio de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
A quantidade de fumantes nas capitais brasileiras avançou 2,6% em 2024, um retrocesso que põe o país de volta a índices de uso de cigarros de 12 anos atrás, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde apresentados na última quarta-feira, 28, pela pasta, em evento de comemoração pelo Dia Mundial Sem Tabaco (31de maio), em Brasília.

O cigarro eletrônico teve alta de usuários de 24% entre 2023 e 2024
Neste mesmo evento, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, revelou que, em 2024, cerca de quatro milhões de adultos eram fumantes de cigarros eletrônicos, o maior percentual desde 2019 — e uma alta de 24% em um ano. Além disso, o ano registrou o primeiro aumento na prevalência de fumantes adultos no Brasil, desde 2007.

Em 2024, 9,3% da população brasileira, ou seja, 19,6 milhões de pessoas, se declararam fumantes, sendo a prevalência maior entre os homens (13,8%) do que entre as mulheres (9,8%). Os dados integram o relatório Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

A maior prevalência de fumantes de cigarros eletrônicos está entre os jovens de 18 a 24 anos, que, de acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, são o foco da nova campanha do governo contra o tabagismo.

Ainda de acordo com o Inca, o tabagismo é responsável por 477 mortes por dia no Brasil, o que representa 174 mil óbitos evitáveis por ano. Entre as principais causas estão a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças cardíacas, diversos tipos de câncer, AVC, diabetes tipo 2 e fumo passivo, que sozinho responde por cerca de 20 mil mortes anuais.

Segundo o ministro, a principal ação contra o uso do cigarro eletrônico no Brasil é a manutenção da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização, importação, o armazenamento, o transporte e a propaganda desses dispositivos eletrônicos. 

“Uma das ações fundamentais é manter a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa. O Brasil tem um patamar cinco, seis, até sete vezes menor de uso desse dispositivo do que países que liberaram a utilização. Então, mostra o acerto da Anvisa com sua RDC e, junto com isso, campanhas do Ministério da Saúde, dos estados, até buscar atingir esse público. Nossa campanha, junto com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), tenta chegar mais próximo desse público através das redes sociais, dos instrumentos que esse público utiliza”, afirmou Padilha.

A resolução foi publicada pela Anvisa em abril do ano passado. A norma substituiu a resolução de 2009, e

endureceu as restrições para o cigarro eletrônico no país. Além de ampliar a proibição para venda, propaganda e importação dos produtos, medida imposta pela resolução de 2009, a nova norma vedou também a produção, armazenamento e transporte, além de proibir o uso de qualquer dispositivo eletrônico para fumar em ambiente coletivo fechado.

Sistema público sobrecarregado

De acordo com o Inca, doenças relacionadas ao tabagismo no Brasil, têm um custo anual de R$ 153,5 bilhões, somando gastos com tratamento médico e perdas econômicas por morte prematura, incapacidades e cuidados informais. Esse valor equivale a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Na contramão, a arrecadação de impostos federais com o setor alcançou R$ 8 bilhões em 2022, o que cobre apenas 5,2% dos custos totais causados pelo tabagismo ao país.

O diretor-geral do Inca, Roberto Gil, atribuiu o aumento do consumo de tabaco convencional à redução dos preços e destacou a importância da Reforma Tributária no enfrentamento ao tabagismo, uma vez que a criação do imposto seletivo (IS) pode encarecer os cigarros.

“O cigarro convencional se tornou muito barato, o segundo mais barato nas Américas. E agora a gente está discutindo uma retomada do preço de tributação. Por isso que o Ministério da Fazenda foi homenageado, porque na reforma tributária a gente precisa ter um preço do cigarro convencional que seja suficientemente alto, acompanhando outros países do mundo, para que haja um desincentivo ao seu consumo”, disse Gil. 

Devido à reforma tributária, que aumentou os impostos sobre a compra desse tipo de produto, o preço dos cigarros subiu de R$ 4,9 para R$ 5,3 em 2023, segundo dados do ministério. O aumento no preço é visto pela pasta como positivo para reduzir o consumo do tabaco no país, sobretudo entre populações vulneráveis.  

Leia mais sobre o assunto na edição do Caderno Z deste sábado. 

 

(Fontes: InfoMoney, O Globo)

 

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