Os Bambas do Samba!

Dizem por aí que o Brasil é o país do samba... e ninguém discorda de tal afirmação
sexta-feira, 25 de novembro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

ARLINDO CRUZ (1958-)

Arlindo Domingos da Cruz Filho é um nome incontornável no universo do samba. Começou a carreira na década de 70 criando o grupo Fundo de Quintal. Por lá ficou durante 12 anos, até decidir arrancar para a carreira solo. O cantor, compositor e instrumentista era filho de músico amador e entusiasta de carnaval. Integrou a ala de compositores da escola de samba carioca Império Serrano e também ajudou a criar o famoso bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Como compositor criou mais de 500 músicas que foram gravadas não só por ele como também por diversos parceiros.

ZECA PAGODINHO (1959-)

O querido boêmio ‘cervejeiro’ começou a carreira no subúrbio carioca, cantando principalmente nos arredores de onde morava (Irajá e Del Castilho). Sua primeira gravação aconteceu em 1983, com a música Camarão que dorme a onda leva foi um samba escrito em parceria com o camarada número 1 dessa lista: Arlindo Cruz. Sua carreira seguiu num crescente tendo Zeca surfado a onda com vários sucessos como Deixa a Vida Me Levar, Faixa amarela e Quando a gira girou

BETH CARVALHO (1946-2019)

Nascida na Gamboa, ela veio ao mundo no berço de uma família apaixonada por música. Dona Ressú, sua avó, já ensaiava bandolim e violão, quando Beth se matriculou na Escola Nacional de Música. Em 1965 fez a sua primeira gravação e, no ano seguinte, teve o privilégio de se apresentar ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela no show A Hora e a Vez do Samba, e participou de vários festivais de música durante os anos 60 e 70. Gravou o clássico Andança e outras pérolas como Coisinha do Pai, As Rosas Não Falam e 1.800 Colinas.

PAULINHO DA VIOLA (1942-)

Paulo César Batista de Faria é filho de Benedito César Ramos de Faria, violonista e membro da primeira formação do grupo de choro Época de Ouro. Não por acaso, Paulinho teve o privilégio de conviver, ainda criança, com grandes nomes da música como Jacob do Bandolim e Pixinguinha. Cavaquinista, bandolinista, cantor e compositor de samba e choro brasileiro, é conhecido por suas harmonias sofisticadas e sua voz suave e gentil. Baluarte da Portela, é autor de clássicos como Foi um rio que passou em minha vida, Pecado capital, Nervos de aço, Sinal fechado…

CARTOLA (1908-1980)

Nascido em Laranjeiras, zona sul carioca, Cartola se mudou para o Morro da Mangueira, onde tomou contato com a boemia. Foi lá que conheceu as famosas rodas de samba e começou a tocar violão e cavaquinho. Com 15 anos teve que se orientar na vida e trabalhou como pedreiro e tipógrafo. Amante do samba, foi um dos fundadores da escola Estação Primeira de Mangueira, e autor do primeiro samba da escola (Chega de demanda). Era no morro que Cartola vivia e compunha suas músicas, clássicos como O mundo é um moinho e As rosas não falam.

JORGE ARAGÃO (1949-)

É cantor, sambista, instrumentista, compositor e autor de clássicos cantados pelos grandes nomes do samba. Nasceu em Padre Miguel (subúrbio do Rio) e aprendeu a tocar violão sozinho quando tinha 10 anos. Depois vieram o cavaquinho e a guitarra. Participou do grupo Fundo de Quintal e gravou o primeiro LP do grupo, mas logo depois resolveu seguir carreira solo. Gosta tanto de samba que não tinha como não se meter com carnaval: Aragão integrou a ala dos compositores do bloco Cacique de Ramos e foi o autor da vinheta para o carnaval da Globeleza. 

PIXINGUINHA (1897-1973)

"Meu coração, não sei por quê / Bate feliz quando te vê /  E os meus olhos ficam sorrindo / E pelas ruas vão te seguindo"... Pixinguinha é autor desse e de uma série de outros clássicos do choro brasileiro. Sua primeira composição nasceu quando tinha apenas 13 anos. Filho de flautista, nessa primeira criação — Lata de leite — já era notável seu talento. Com 15 anos virou músico da orquestra do Teatro Rio Branco. Em 1917 e 1918 lançou discos com canções famosas e seu sucesso conquistou o Brasil e transcendeu fronteiras, tanto que Pixinguinha chegou a tocar em Paris e na Argentina. 

NOEL ROSA (1910-1937)

Noel Rosa viveu poucos anos, mas deixou um farto legado com mais de 300 músicas: Com que roupa? Fita amarela, Conversa de botequim … Nascido no bairro de Vila Isabel, Noel era filho de um comerciante com uma professora. Na escola começou a tocar bandolim e logo depois passou para o violão. Quando acabou o ensino médio, entrou para a faculdade de Medicina, mas abandonou o curso dois anos depois para seguir com a música e com o seu estilo de vida boêmio. Famoso nas rádios, com a agenda lotada de shows, cercado dos amigos, Noel viveu uma vida plena e rica. Mas viveu pouco, muito pouco. O artista teve tuberculose e faleceu com apenas 27 anos.

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