O rico cenário musical de Nova Friburgo

Cidade tem inúmeros grupos, conjuntos, instrumentistas, corais além de duas bandas centenárias
quinta-feira, 11 de julho de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Dizem que o samba nasceu na Bahia, outros no Rio de Janeiro. Entretanto, não há como negar que foi no Rio que o gênero musical escolheu morar. A cidade se consolidou como o principal destino para quem deseja conhecer, ouvir, cantar e dançar samba. Por isso, ganhou o status de capital mundial do Samba.

O ritmo mais carioca de todos vai completar 107 anos em 2024, embalando cidades não apenas no Carnaval, mas durante o ano inteiro, todos os dias da semana, nas rodas de samba formadas nos quintais das casas, nas lajes, em shows nos populares botecos de vários bairros, nas quadras das escolas de samba.

Em Nova Friburgo, bares, botequins e afins, inclusive espaços públicos, também são palco para rodas de samba, e muitos outros gêneros, como apresentações de corais, cantores do pop, rock, reggae, instrumentistas, além de recitais de piano e cordas em festivais promovidos em teatros e clubes.

Durante anos, um grupo de amantes do jazz promoveu encontros mensais para assistir apresentações e palestras sobre o tema; e um dos maiores orgulhos do município é a permanência de duas bandas sinfônicas, centenárias — a Euterpe Friburguense e a Campesina, ambas em plena atividade. 

Nas tardes de sábado, por exemplo, é possível apreciar o som de um talentoso saxofonista na Praça Getúlio Vargas, entre outros cantores e instrumentistas pelas calçadas do Centro.

O berço, o começo

Em meados do século 19, na zona portuária do Rio de Janeiro, entre os bairros de Saúde e Gamboa, surgiram as primeiras comunidades afro-brasileiras. Esta região acolheu negros de todo o país quando, devido o fim do tráfico de escravos no país, negros e africanos libertos da Bahia ou do interior viajavam para a capital do Império, em busca de oportunidades, de trabalho e de um local para viver.

Foi nessa região, que ficou conhecida como “Pequena África”, que se ergueram casas, locais de convívio cotidiano, centros religiosos, bem como as primeiras favelas. Foi ali também que surgiram diversos movimentos artísticos e culturais de raízes africanas.

Os artistas da época, marginalizados e proibidos de mostrar sua arte em público, buscavam refúgio nas casas das “tias baianas”. Eram mulheres que ganhavam a vida vendendo suas comidas ou com serviços de costura. Nessas casas, celebravam suas religiões (candomblé e, posteriormente, umbanda). Foi quando, então, a partir do maxixe e de outras referências de ritmos africanos, surgiram as primeiras rodas de samba.

Foi em uma dessas reuniões na casa da Tia Ciata (a “tia baiana” a mais importante das comunidades), que em 1916 o músico Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, e alguns parceiros, compôs “Pelo Telefone”. A canção foi gravada e registrada como o primeiro samba do Brasil.

Da 1ª escola às rodas de samba

No final dos anos 20, o samba carioca passou por uma segunda e definitiva fase. No bairro do Estácio, nas proximidades da Praça Onze, surgiu uma geração de artistas como Ismael Silva, Bide, Nilton Bastos e outros músicos que mudaram o jeito de fazer e tocar samba. Eles adicionaram novos instrumentos, como o surdo e o tamborim, e alteraram o ritmo do samba, tornando-o mais rápido e batucado.

Também inauguraram a primeira escola de samba do Brasil, a “Deixa Falar” em 1928. Os primeiros desfiles das escolas de samba eram realizados na Praça Onze sendo posteriormente movidos em 1984 para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí onde é realizado até os dias de hoje.

No entanto, há muito samba no Rio de Janeiro fora da Marquês de Sapucaí. Os encontros ou shows de samba, popularmente chamados ‘rodas de samba’. Um grande sambista carioca, Luiz Carlos da Vila, uma vez falou: “A melhor invenção do homem depois da roda, foi a roda de samba”. Que hoje tem em qualquer canto do Brasil, em Nova Friburgo também. (Fonte: riodejaneirobycariocas.com)

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