O frio aumenta chances de problemas cardíacos

Manter o corpo aquecido pode evitar aumento da pressão arterial e estreitamento das artérias
sexta-feira, 28 de junho de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

De junho a agosto vivemos sob o manto do inverno, que traz, além das baixas temperaturas, alterações importantes no funcionamento do sistema cardiovascular. Pois bem, o coração sente o frio e é afetado pela queda nos termômetros. 

Segundo estudos, há uma relação direta entre o inverno e o aumento significativo de casos de internações por doenças cardíacas, como arritmia, além de casos de morte súbita, decorrente de infarto do miocárdio. Por isso, é preciso redobrar a atenção ao coração nesse período do ano. 

Frio e mortalidade por doenças cardíacas têm sido tema de estudos há muitos anos, e as pesquisas mostram a relação direta entre exposição às temperaturas mais baixas e os reflexos no funcionamento do coração. De acordo com a American Heart Association (AHA), os quadros de arritmias cardíacas, morte súbita, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), crescem em até 25% durante esta época.

Em Londres, um grupo de pesquisadores do London School of Hygiene and Tropical Medicine descobriu que uma queda brusca na temperatura aumenta as chances de uma pessoa ter um infarto. Segundo os cientistas, a relação é tão estreita que a cada grau a menos em um único dia, há um aumento de 200 casos de infarto.

No Brasil, um estudo feito pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, entre os meses de junho e agosto, mostrou que as internações nos hospitais públicos da cidade de São Paulo por insuficiência cardíaca e infarto chegam a ser 30% maiores do que na estação do verão.

Mas, por que o frio interfere no aumento de casos de doenças do coração? Com o ambiente externo mais gelado, há uma resposta natural do organismo para manter sua temperatura corporal e, para que isso ocorra, há uma vasoconstrição, processo que reduz o diâmetro das artérias, causando aumento da pressão arterial.

Toda essa movimentação do corpo acontece para que haja compensação da perda de calor, no entanto, em alguns casos, esse ajuste no organismo dificulta a circulação regular do sangue, acarretando disfunções significativas do sistema cardiorrespiratório, como as arritmias.

E mais. Quando está frio, os receptores nervosos da pele são ativados e enviam uma mensagem ao sistema nervoso que desencadeia uma maior liberação de adrenalina. O hormônio, por sua vez, é responsável, entre outras funções, pela contração dos vasos sanguíneos.

O estreitamento dos vasos sanguíneos, ainda que pequeno, pode causar danos graves como a ruptura de placas de gordura nas artérias que irrigam o coração e o cérebro, provocando um infarto ou um AVC.

Poluição maior no frio, mais riscos ao coração

Outro fator que colabora para o aumento de casos de doenças do coração e de morte súbita, por infarto do miocárdio, é a poluição. Isso mesmo, frio, poluição e coração estão ligados.

Durante os dias mais frios, com a baixa umidade, a quantidade reduzida de chuva e as frequentes inversões térmicas, temos condições que tornam mais difícil a dispersão dos poluentes no ar — como monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e outras partículas nocivas à saúde.

Com o ar mais carregado de substâncias tóxicas, o pulmão também fica sobrecarregado, alterando a quantidade de oxigênio presente no sangue. Como consequência, há uma modificação na frequência cardíaca e a possibilidade de arritmias cardíacas.

Então, como proteger o coração no inverno?

Aquecer o corpo e a mente é uma iniciativa importante na saúde do coração durante o inverno. Manter o corpo aquecido é uma forma de proteção para evitar as situações de aumento da pressão arterial e constrição das artérias. 

Já manter a mente aquecida significa buscar por atividades e momentos de tranquilidade, de lazer e de bem-estar, fundamentais também para o bom ritmo do coração.

Além disso, é indispensável realizar o acompanhamento clínico com um médico cardiologista e fazer com regularidade os exames cardiovasculares capazes de detectar alterações ainda que silenciosas no coração. Somente por meio desse cuidado próximo é possível tomar medidas eficazes e seguras diante de um sinal de alerta. (Fonte: ccr.med.br)

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: