Novo presidente da Câmara quer uma aproximação maior com os friburguenses

Eleito em seu primeiro mandato como vereador Max Bill pretende trazer inovações para a Câmara
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

O novo presidente da casa legislativa de Nova Friburgo, Max Bill, assume a função a partir do dia 1º de janeiro. Ele será responsável por conduzir a Câmara Municipal no biênio 2023/2024. Max foi eleito em sua primeira candidatura e conseguiu a presidência da Câmara em seu primeiro mandato, com dois anos de experiência como vereador. Jovem e em sua primeira experiência política, o agora presidente, Max Bill pretende levar os friburguenses para participar do legislativo, mostrar como os vereadores trabalham, implantar ações de sustentabilidade e fazer o concurso público da Casa Legislativa.

A Voz da Serra: Esse é seu primeiro mandato como vereador. O que o levou a se candidatar?

Max Bill: Um grande amigo, o dr. Arthur Mattar, foi convidado a ser candidato a prefeito. Eu o apoiei por ser jovem e competente. Tempos depois, ele me ligou, informando que estava montando a nominata de vereadores e achando que eu tinha potencial pelo envolvimento com o universo cervejeiro, com segurança pública e minhas relações de amizade. Pensei por um tempo e decidi aceitar o desafio. Foi a primeira vez que me candidatei e comecei a estabelecer minha campanha de acordo com a minha vivência, baseado na segurança pública, já que sou policial civil, e no turismo, pois minha família já teve uma cervejaria artesanal e tive experiência com esse universo.

Você tinha algum envolvimento com política?

Eu tinha muito pouco conhecimento político. Mas, a partir do convite para me candidatar, comecei a estudar, a entender o coeficiente eleitoral. Analisando a nominata do Avante, vi que todos os candidatos tinham as mesmas chances. Eu ganhei com uma diferença de 32 votos do segundo colocado.

Quais os principais projetos para o biênio 2023/2024 na Câmara?

Quando decidi me tornar candidato a presidente da Câmara foi uma construção com um grupo de vereadores. O que a gente identifica na Câmara hoje? Temos muitos projetos bacanas, fazemos muitos trabalhos, os principais projetos da prefeitura passam pela Câmara  e, muitas vezes, a população não sabe disso. Muitos acham que vereador não trabalha, que só participa das sessões nas terças e quintas. E eu, como uma pessoa que entrou recentemente na política, falo com experiência, porque essa era também a minha visão sobre o trabalho do vereador. Acabei constatando uma realidade totalmente diferente, quando entrei. Temos vereadores que trabalham muito, que se dedicam o tempo inteiro, o telefone não para, não tem final de semana. E, a população precisa ter conhecimento dessa rotina da Câmara. E nisso a imprensa tem papel principal. A Câmara é muito rica em pautas, tem condições de abastecer a imprensa o tempo inteiro com as pautas que trabalhamos e não estamos fazendo essa comunicação de maneira adequada. Primeiro ponto é se comunicar melhor, primeiramente com a imprensa e, consequentemente com os representados. Aproximar representante e representado. Sentimos também que a Câmara está muito vazia, claro que também é consequência da pandemia, mas a gente precisa trazer a população aqui pra dentro. Nos dias de audiências públicas com mais participações populares, com a assistência lotada, com discussões inflamadas, os vereadores sentem-se satisfeitos. Isso é o parlamento. O segundo ponto é a nossa estrutura física. Temos um bom prédio, mas está perdendo qualidade. Também nossos veículos oficiais estão muito desgastados, com valor alto de manutenção. Também não temos a quantidade da frota adequada. Além disso, nós, como poder legislativo importante na nossa região, temos que passar alguns sinais para a população, adequados com o que a gente dialoga no mundo hoje, entre eles, a sustentabilidade. Vamos acabar com uso de copos de plástico, instalar placas de energia solar, implantar captação de águas pluviais. Isso também serve de exemplo para o poder executivo e para as empresas da nossa cidade.

A vereadora Priscilla Pitta, que foi sua adversária na eleição para a presidência da Câmara, disse que só se candidatou porque não poderia votar em um aliado do governo municipal. Fale sobre essa ligação com o executivo.

Tenho uma excelente ligação com o prefeito Johnny Maycon. Eu sou um vereador da base do governo, acredito muito no Johnny. No primeiro ano de mandato, eu votei contra alguns projetos do executivo, mas o Johnny tem uma característica que me conquistou desde o início: é uma pessoa correta, muito séria. A própria forma de dialogar com o parlamento, a forma como ele trata os assuntos do dia a dia da prefeitura, eu vi que ele é uma pessoa correta. Ali, ele me conquistou. Caminhar ao lado dele vai ser mais fácil. Agora, evidentemente, que se perceber, eu recebi votos de diversos vereadores de oposição. Eu não abro mão da independência do Parlamento. A Câmara Municipal vai ser um parceiro do governo Johnny Maycon, vamos pautar os projetos benéficos para a população. Agora, o presidente Max Bill não abre mão dessa independência da casa, do fortalecimento dos vereadores. Manter a independência e a harmonia entre os poderes.

O atual presidente da Câmara Municipal, Wellington Moreira, na sessão extraordinária do dia 23 de dezembro, informou que está deixando R$1milhão em caixa para usar em mudanças necessárias na Câmara. Onde pretende aplicar essa verba?

Eu e Wellington fizemos uma transição de quatro dias e ele deixou a Casa muito bem, nosso corpo técnico é muito bom. Administrativamente, eu pego a Casa em excelentes condições. A gente precisa de obra estrutural: pintura, reparo da calçada, correção da parte elétrica.

Na ocasião, ele também informou que, na luta pela austeridade, perdeu saúde e tem denúncias no MP. O senhor está preparado para, eventualmente, isso acontecer?

Quando a gente assume um cargo dessa magnitude, pra mim tem total importância pelo respeito que eu tenho pelo parlamento, evidentemente, começamos a desagradar algumas pessoas. Isso faz parte. Mas, temos personalidades um pouco diferentes. Não é crítica ao presidente. Mas, eu pretendo mitigar isso. Uma das partes que eu pretendo melhorar é na gestão de pessoas. Se acontecer, a gente vai responder, mas estou com a cabeça tranquila que a gente vai pensar sempre no melhor.

Em relação à estrutura de pessoal, como está o andamento do concurso já aprovado?

Temos o estudo do concurso em andamento, ele está suspenso até fevereiro de 2023. Precisamos fazer algumas adequações e vamos fazer o concurso da Câmara, que é fundamental. Entre outros, por exemplo, profissionais de Tecnologia da Informação são necessários.

Algumas mudanças feitas na atual gestão, como a criação da Rádio-web serão mantidas?

Achei muito interessante o que ele fez em relação à rádio interna. Mas é inegável que nós perdemos voz. A Rádio Câmara na Rádio Friburgo tinha um alcance enorme. Na sessão em homenagem aos 100 anos da rádio, eu comentei minha ida ao programa do Pedro Osmar e depois, muitas pessoas me abordando e falando  que me ouviram. Então, sem dúvida, esse vai ser um dos objetivos, o retorno da Rádio Câmara para a rádio aberta. Faremos através de todo trâmite necessário, claro, mas estaremos na rádio tradicional.

Isso também se aplica à TV Câmara?

Com certeza, permanece. A comunicação é o pilar da nova gestão, para aproximar cada vez mais a população do legislativo. E quem sabe também um impresso?

Deixe uma mensagem para a população.

A gente quer aproximar a Câmara da população. A gente precisa melhorar esse elo entre representante e representado. Falo com propriedade porque eu estava dois anos atrás fora e tinha uma noção totalmente diferente da Câmara de Vereadores do que realmente acontece. A gente vai trabalhar no sentido de tentar diminuir essa distorção.

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: