Enquanto esta notícia começava a ser escrita na tarde desta sexta-feira, 3, uma consulta às estatísticas em tempo real da Covid-19 no mundo, da Universidade Johns Hopkins, revelava números alarmantes: passavam de um milhão os casos de coronavírus em todo o planeta, mais exatamente 1.066.706 por volta das 14h30. Mas um número em verde, no canto direito da tela do computador, também merece, e muita, atenção: mais de 220 mil pessoas contraíram a doença e estão curadas. Quase quatro vezes a quantidade de mortes, estimada em 57 mil no mundo.
País onde o coronavírus surgiu, em dezembro, a China é hoje líder em casos de cura: mais de 76 mil pessoas recuperadas, um número 25 maior do que de mortos pela doença (pouco mais de três mil). A Itália, país onde a doença se mostrou mais letal (cerca de 14 mil óbitos até agora), conseguiu curar mais: 20 mil casos. A Espanha, que hoje registra 11 mil óbitos, tem 30 mil curados. A França, com cinco mil mortes, curou 13 mil. A Alemanha, que nem aparece entre os quatro países com mais óbitos, já curou 25 mil. O Brasil teria 127 recuperados, segundo o monitoramento da Johns Hopkins.
Não há um prazo certo sobre quanto tempo leva para uma pessoa se recuperar da Covid-19. Nos casos mais leves, autoridades têm pedido ao menos 14 dias de quarentena. A China estabeleceu outros 14, totalizando praticamente um mês, antes de declarar um paciente como curado.
Na Itália, há casos impressionantes de convalescência de centenários. Como dona Itálica Grondona, de 102 anos, que recebeu alta após 20 dias de internação, em Gênova. Ou o idoso de 101 anos, que não teve identidade revelada e voltou para sua casa, em Rimini, esta semana. Ambos sobreviveram à gripe espanhola e à Segunda Guerra Mundial.
Também se curaram o Príncipe Charles, de 71 anos; o tenor Plácido Domingo, 79; e o General Heleno, 74 - para citar idosos famosos. Integram a lista, ainda, o ator americano Tom Hanks e a apresentadora brasileira Fernanda Paes Leme, entre muitos outros.
Bebês também estão tendo a mesma sorte. Na Itália, na cidade de Corbetta, o pequeno Leonardo, de apenas 50 dias, se curou do coronavírus após ficar uma semana internado.
Em busca da cura e de uma vacina
Enquanto a humanidade, completamente vulnerável, tenta se defender do novo vírus, cientistas de todo o mundo se debruçam na busca por medicamentos e uma e uma vacina capazes de conter o Covid-19.
Ainda não existe nenhum remédio com eficácia confirmada. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 200 medicamentos antivirais estão sendo testados no mundo todo para combater a pandemia. No Brasil, instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se destacam na busca por essas respostas.
Existe uma corrida pelo remédio e outra pela vacina. Esta semana a Johnson & Johnson anunciou que financiará, junto com a agência Barda (Biomedical Advanced Research and Development Authority), dos Estados Unidos, uma vacina que pode estar pronta no início do ano que vem.
Também nos Estados Unidos, o Kaiser Permanente Washington Health Research Institute (KPWHRI), de Seattle, foi a primeira organização a realizar pesquisas por uma vacina contra o vírus. Os trabalhos são financiados pelo NIH (National Institutes of Health). Na Alemanha, a startup BioNTech e o laboratório Pfizer trabalham juntos em busca do antídoto.
A China também continua pesquisando uma vacina contra o Covid-19. Anunciada pelo governo chinês, a Academia Militar de Pesquisa Médica, ligada à Academia Militar de Ciências, lidera um dos estudos. No Brasil, cientistas do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP lideram uma pesquisa por uma vacina feita por meio de partículas artificiais parecidas com o novo coronavírus. Ainda não há previsão para a conclusão dos trabalhos, mas os pesquisadores esperam que a vacina já seja testada em animais nos próximos meses.
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