Johnny Maycon é eleito prefeito e Câmara de Friburgo terá 11 novos rostos

Apuração foi marcada por instabilidade no sistema do TSE, o que causou demora na totalização dos votos e no anúncio dos resultados
domingo, 15 de novembro de 2020
por Marcio Madeira e Fernando Moreira (redacao@avozdaserra,com,br)
Johnny (de costas) abraça eleitores na festa da vitória (Foto: Claudio Copque)
Johnny (de costas) abraça eleitores na festa da vitória (Foto: Claudio Copque)

Johnny Maycon (Republicanos) é o novo prefeito eleito de Nova Friburgo. A confirmação se deu às 22h50 deste domingo, 15, após quase seis horas de muita tensão e expectativa decorrentes de um processo de apuração e divulgação sensivelmente mais lento do que em eleições anteriores. O resultado dessa eleição histórica, marcada pelo número recorde de candidatos - 16 ao Executivo e 574 ao Legislativo - foi definido ao fim de uma disputa intensa com Wanderson Nogueira (PDT), em sintonia com as perspectivas indicadas pela única pesquisa oficial de opinião divulgada durante a campanha, encomendada por A VOZ DA SERRA.

O resultado final na disputa para prefeito

Com 100% dos votos apurados na cidade, a totalização de cada candidato ficou assim:

  • Johnny Maycon (Republicanos): vitória com 22.277 votos válidos (23,28%)
  • Wanderson Nogueira (PDT): 17.726 votos (18,52%)
  • Dr. Luis Fernando (PROS): 9.955 votos (10,40%)
  • Alexandre Cruz: 9.356 votos (9,78%)
  • Sergio Louback: 7.574 votos (7,92%)
  • André Montechiari (PRTB): 6.615 votos (6,91%)
  • Claudio Damião (PSOL): 5.088 votos (5,32%)
  • Delegada Danielle Bessa (PSL): 4.240 votos
  • Dr. Arthur Mattar (Avante): 3.628 votos (3,79%)
  • Renato Bravo (PP): 3.538 votos (3,70%)
  • Juvenal Condack (PSD): 2.222 votos (2,32%)
  • Silvia Faltz (PT):1.059 votos (1,11%)
  • Mariozam da Rádio (PTC): 856 votos (0,89%)
  • Cacau Rezende (PV): 641 votos (0,67%)
  • Lucidarlen Novaes (PMB): 614 votos (0,64%)
  • Hugo Moreno (PSTU): 298 votos (0,31%)

Os 21 vereadores eleitos

Além do prefeito que comandará a cidade pelos próximos quatro anos, os eleitores friburguenses também escolheram os 21 vereadores que irão legislar na Câmara Municipal pelo mesmo período. Os eleitos foram:

  • Maiara Felício (PT), líder com 1.870 votos
  • Marcinho (Republicanos), com 1.464 votos
  • Joelson do Pote (PDT), com 1.443 votos
  • Zezinho do Caminhão (PSB), com 1.427 votos
  • Dirceu Tardem (PSB), com 1.409 votos
  • Carlinhos do Kiko (PROS), com 1.282 votos
  • Christiano Huguenin (MDB), com 1.146 votos
  • Janio de Carvalho (DC), com 1.139 votos
  • Angelo Gaguinho (DC), com 1.130 votos
  • Isaque Demani (PP), com 1.125 votos
  • Cascão do Povo (Patriota), com 1.052 votos
  • Vanderleia Lima (PP), com 1.024 votos
  • Priscilla Pitta (Cidadania), com 920 votos
  • Professor Andre (PL), com 818 votos
  • Claudio Leandro (PL), com 814 votos
  • Repórter Maicon Queiroz, (PSC), com 783 votos
  • Wellington Moreira (PSL), com 751 votos
  • José Roberto Pacheco Folly (PSC), com 750 votos
  • Max Bill (Avante), com 599 votos
  • José Carlos Schuvalwb (PRTB), com 497 votos
  • Walace Piran (PSDB), com 496 votos.  

Também confirmando expectativas, a votação do novo prefeito eleito seguiu a tendência de redução que já vinha sendo observada em pleitos anteriores. Para efeito de comparação, em 2008 Heródoto Bento de Mello foi eleito com o apoio de 53.341 friburguenses, o equivalente a 47,56% dos votos válidos; em 2012, Rogério Cabral foi eleito com 37.962 votos,ou 35,58% do total válido; e em 2016, Renato Bravo chegou à prefeitura com o respaldo de 29.046 eleitores,  28,23% do total de votos válidos.

Abstenção de mais de 42 mil 

Dos 151.502 eleitores aptos a votar no pleito deste domingo, 108.918 (71,89%) compareceram às urnas, com uma abstenção de 42.584 eleitores (28,11%). Ao todo, 96.687 eleitores escolheram um candidato para votar. Por outro lado, 4.217 votaram em branco e outros 9.014 anularam o voto. 

Mesmo sem obrigatoriedade, muitos idosos saíram de casa para exercer a cidadania e dar o exemplo a eleitores mais jovens. Foi o caso do senhor Abdo Carin e de dona Carmelita Moura  (fotos abaixo). Ele aos 103 anos e ela aos 96 fizeram questão de tirar seus títulos das gavetas e ir votar.

Dos atuais 21 vereadores, apenas dez foram reeleitos: Marcinho, Joelson do Pote, Zezinho do Caminhão, Carlinhos do Kiko, Christiano Huguenin, Janio de Carvalho, Isaque Demani, Cascão do Povo, Vanderleia Lima e Wellington Moreira. Alguns atuais vereadores disputaram as eleições para prefeito, como o prefeito eleito Johnny Maycon e Alexandre Cruz,  presidente da Câmara. 

Nomes de fora

Por outro lado, oito vereadores que buscavam a reeleição não conseguiram a vitória desta vez. São eles: Alcir Fonseca, Luiz Carlos Neves, Marcio Damazio, Nazareth Catharina, Professor Pierre Moraes, Naim Pedro, Nami Nassif e Norival.

O prefeito eleito de Nova Friburgo - juntamente com seu vice, Serginho Doce Mania - tem 35 anos e é engenheiro mecânico formado pela Uerj. Foi eleito vereador em 2016 e teve o mandato marcado pelo perfil fiscalizatório, tendo, inclusive, presidido a CPI que apontou mais de R$ 1 milhão em sobrepreço nos seguidos contratos emergenciais para fornecimento de alimentação hospitalar ao Hospital Raul Sertã.

Uma das grandes surpresas na eleição para vereador foi a eleição de Maiara Felício (PT), negra, líder do coletivo Império das Nêgas e militante conhecida e atuante na cidade na luta contra o racismo e por mais espaço da população negra na política. Ela foi a mais votada da cidade, com 1.870 votos, superando vereadores e candidatos tradicionais que costumam ser bastante votados. 

A instabilidade no TSE

O domingo de eleição transcorreu tranquilo em Nova Friburgo, com apenas uma ocorrência, em que uma pessoa precisou ser encaminhada à delegacia. Já a totalização dos votos foi tensa porque o site e o aplicativo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentaram instabilidade e a apuração demorou pelo menos duas horas para ter início na cidade, que já havia encaminhado todas as urnas aos dois polos de carga, no ginásio do Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf), na Praça Dermeval Barbosa Moreira, e no prédio do antigo Fórum, na Praça Getúlio Vargas.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente TSE, afirmou que um problema técnico provocou uma lentidão na totalização dos votos nas eleições municipais. Segundo o ministro, uma falha em processadores de um computador provocou lentidão na totalização dos votos e, consequentemente, na divulgação dos resultados. Ainda de acordo com ele, “não há nenhuma relação (do problema) com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernética registrada pela manhã”.

Segundo o TSE, em todo o Estado do Rio de Janeiro 12.455.812 votantes exerceram o direito do voto em 32.126 seções eleitorais. O estado contou com 3.927 urnas de contingência para caso alguma apresentasse defeito. Ao todo, 563 urnas eletrônicas precisaram ser substituídas, o que representa apenas 1,56% do total. Em nenhuma seção foi necessário o voto manual (na cédula de papel).

Como foi a apuração

Após pelo menos duas horas de instabilidade no site e no aplicativo do TSE, a totalização dos votos em Nova Friburgo só teve início após às 19h. Após a primeira atualização, com apenas 17,56% dos votos apurados, Johnny Maycon (Republicanos) aparecia em primeiro na disputa para prefeito com 4.378 votos (25,41%), seguido por Wanderson Nogueira (PDT), com 3.048 votos (17,69%), Dr Luís Fernando (Podemos), com 2.062 votos (11,97%). Em quarto aparecia Alexandre Cruz (Cidadania), com 1.587 votos (9,21%) e Sergio Louback (PSC) em quinto, com 1.326 votos (7,70%). O candidato à reeleição, Renato Bravo (Progressistas) figurava naquele momento apenas em nono lugar, com apenas 641 votos (3,72%). 

No entanto, após essa primeira atualização oficial do TSE, a totalização dos votos ficou novamente paralisada.

 

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TAGS: eleições