Índice de lesões decorrentes do crossfit é menor que outras modalidades

Atividade atrai cada vez mais praticantes, inclusive em Nova Friburgo
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
por Vinicius Gastin
Bernardo Costa é um dos praticantes de crossfit que se destacam em Nova Friburgo
Bernardo Costa é um dos praticantes de crossfit que se destacam em Nova Friburgo

O crossfit não para de crescer em todo o Brasil. Em Nova Friburgo, o número de academias e praticantes parece se multiplicar a cada dia, e alguns atletas são destaques nas mais variadas competições da modalidade. Por se tratar de uma prática de alta intensidade, com a popularidade veio o estigma de que o crossfit oferece um grande risco de lesões. E muita gente desenvolve certo receio sobre procurar um box e iniciar atividades.

Um estudo de 2018 desenvolvido no Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício da Universidade do Estado de Santa Catarina, no entanto, desmente essa “crença”. O levantamento mostra uma revisão sistêmica do perfil de lesões entre os praticantes de crossfit, e conclui que a taxa de lesão variou de 1,94 a 3,1 lesões a cada 1.000 horas de treinamento, o que é considerado uma incidência baixa.

Como comparação, "foram encontradas taxas de 2,3 a 33 lesões na corrida de rua, 2,5 no handebol, 5,4 no triatlo, 5,45 na ginástica, 9,6 no futebol e 26,7 no rugby, a cada 1.000 horas de treinamento", como explicam os pesquisadores. Neste mesmo estudo, foi apontado que as regiões do corpo mais acometidas por lesões foram os ombros, seguidos pelas costas e joelhos, com cotovelos também afetados.

De acordo com especialistas, não é raro que os adeptos do crossfit tenham lesões prévias de outros esportes, o que impacta na realização dos treinos de alta intensidade. As lesões mais comuns são relacionadas aos ombros e costas porque a modalidade exige uma grande amplitude de movimento dessas regiões com grande carga sobre a coluna lombar.

No crossfit são realizados diversos movimentos de levantamento de peso olímpico, agachamentos e de empurrar e puxar. E esses movimentos, quando executados corretamente, ajudam a prevenir lesões já que promovem uma adaptação muscular e melhoram o condicionamento físico do esportista.

Casos mais graves, quando ocorrem rupturas de tendões no ombro ou hérnias de disco na região lombar, demandam tratamento cirúrgico, que resulta em um tempo maior de afastamento do esporte. Mesmo nestes casos, o retorno ao esporte é possível.

A lesão nos esportes é um assunto polêmico entre os especialistas, sendo necessário observar o condicionamento físico do praticante, técnica e condições gerais como sexo, idade e prática de outras atividades em conjunto. Mas um consenso é que uma das principais causas pelas quais os praticantes se machucam é tentar ultrapassar seus limites com muita velocidade e não respeitar o tempo de sua evolução na modalidade.

Diversos estudos apontam que, quanto mais forte a pessoa, menor o risco de lesões. E que a prioridade dos praticantes de crossfit deve ser o domínio da técnica, redobrar a atenção nos momentos de fadiga e respeitar o progresso dos treinos.

Devido ao excesso de carga e as repetições realizadas durante as aulas, é imprescindível a individualização dos treinos e orientações dos coaches quanto à execução correta dos movimentos e ajuste de progressão gradual das cargas para evitar lesões. A evolução dentro da modalidade não deve ser analisada somente pelo aluno, pois mesmo que ele se sinta apto para avançar, o treinador deve avaliar se a sua técnica está correta.

Inspirado no método de treinamento dos fuzileiros navais americanos, o crossfit se adapta de acordo com a capacidade de cada um, com o objetivo de aprimorar dez virtudes: força, potência, velocidade, resistência muscular e cardiorrespiratória, flexibilidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e precisão.

Os alunos enfrentam treinamentos que variam desde pular e subir em cordas até simular o movimento de remo, levantar peso, usar equipamentos de ginástica artística, como argolas e barras, subir e descer em caixas, dentre outras inovações. O tempo máximo médio de aula é de uma hora, sendo 20 minutos dedicados ao aquecimento, outros 20 à parte técnica e o restante ao WOD (Workout of the day — o treino do dia).

 

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