A Frente Empresarial e de Classe de Nova Friburgo (FEC-NF) anunciou neste sábado, 18, que não concorda com os critérios utilizados para a implantação da bandeira vermelha em Nova Friburgo, e cita alguns motivos para tal posicionamento. A FEC-NF reivindica melhorias na capacidade do sistema de saúde do município e pede a adoção de critérios mais adequados para a aferição do sistema de bandeiras em Nova Friburgo.
A entidade considera que a redução de três leitos de UTI do Hospital Serrano impactou de forma relevante a taxa de ocupação dos leitos destinados exclusivamente ao tratamento de pacientes com Covid-19 no município. E isso acabou resultando na mudança da bandeira amarela para a vermelha, mesmo sem a cidade sofrer uma variação significativa no número de pacientes internados.
Outra questão levantada pela FEC-NF é que o Hospital Municipal Raul Sertã - regido por um sistema de regulação estadual - poderia encaminhar pacientes para outras unidades hospitalares, distribuindo melhor essa taxa de ocupação. Como exemplo, entende-se que a cidade do Rio de Janeiro poderia absorver pacientes de cidades vizinhas ocupando a capacidade ociosa do sistema de saúde, onde inclusive já se observa a desativação de hospitais de campanha.
Para a entidade, a adoção da bandeira vermelha dessa forma e nesse momento trará como resultado principal um desnecessário agravamento da crise econômica e social que vive nossa cidade, com consequências perversas para toda nossa sociedade. E, de acordo com a FEC-NF, essa grave situação poderia ser evitada, não fosse a utilização de métodos tão restritivos e inadequados.
Segundo o consultor da FEC-NF, Rafael Spinelli, “o primeiro ponto a ser observado é que o status atual dos indicadores principais do risco epidemiológico ainda não refletem o impacto da retomada das atividades comerciais iniciada em 3 de julho, devido ao período típico de 14 dias de incubação da doença apenas ter vencido nessa sexta-feira 17, enquanto a graduação da bandeira é resultado de uma média entre os dias 11 e 17 de julho. O segundo ponto, é a retirada de três leitos de UTI realizada pelo Hospital Serrano, que significam 10% da capacidade total do sistema hospitalar do município, abrangendo rede pública e particular, que consideramos inclusive extremamente baixa, para uma cidade com mais de 186 mil habitantes e que atende a diversos municípios de toda uma região geográfica”, disse.
E Rafael continua: “como um comentário complementar, considero que ter somente um parâmetro como critério para o sistema de bandeiras não reflete o estado de risco que nos encontramos. Trabalhar com uma cesta de indicadores, como por exemplo, o faz o município de Niterói, resulta numa visão mais completa e adequada do grau de gravidade da pandemia”, acrescentando que “considerando a taxa de ocupação divulgada pela Prefeitura de Nova Friburgo no boletim da sexta-feira, 17, tivemos exatamente o mesmo número de 21 leitos ocupados da sexta-feira da semana passada. No entanto, como na última semana a oferta de leitos era maior, a cidade ficou em bandeira amarela. Nesta semana, com menos leitos, saltou para a bandeira vermelha”.
Adicionalmente, a FEC-NF nota que, infelizmente, algumas entidades, por interesses próprios, vêm gerando falso alarmismo e apavorando desnecessariamente a população, causando transtornos a todos. Nesse sentido, a FEC-NF tem buscado contribuir de forma efetiva nas ações para prevenção e controle da epidemia em nossa cidade. Assim está fazendo todos os esforços em diversas atuações, como campanhas massivas de conscientização para medidas de higienização e prevenção, orientação às empresas para manutenção de um ambiente de trabalho seguro, conscientização para o uso de máscaras e aumento exponencial da capacidade de testagem no nosso município.
Só para se ter uma ideia, com uma contribuição significativa da FEC-NF, Nova Friburgo teve um aumento de 81% na quantidade de testes realizados, somente na primeira quinzena do mês de julho, e com o apoio do poder público, através da Câmara Municipal e da Prefeitura promete continuar intensificando a testagem, que é uma das mais importantes medidas de controle epidemiológico.
Por fim, a FEC-NF reforça que não considera justo e adequado a implantação da bandeira vermelha numa cidade que possui baixo número de óbitos por milhão de habitantes, muito inferior às cidades vizinhas de mesmo porte.
A Frente Empresarial e de Classe de Nova Friburgo é compreendida pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (ACIANF), com a participação da Representação Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Câmara dos Dirigentes Lojistas de Nova Friburgo (CDL), Sindicato do Comércio Varejista de Nova Friburgo (Sincomércio), Sindicato das Indústrias de Vestuário de Nova Friburgo e Região (SINDVEST), Associação dos lojistas do Cadima Shopping (ALCAS), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, e de Material Elétrico de Nova Friburgo (SINDMETAL), Sindicato da Indústria da Construção Civil Centro Norte Fluminense (SINDUSCON-CN), 9ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Nova Friburgo Convention & Visitors Bureau, Sindicato de Hóteis, Restaurantes, Bares e similares de Nova Friburgo (SHRBSNF), Conselho Comunitário de Segurança de Nova Friburgo (CONSEG) e Associação do Comércio e da Indústria de São Pedro da Serra (ACISPS).
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