A 23ª edição do Brooklyn Film Festival, dos Estados Unidos, que teve início no último dia 29 de maio e vai até o próximo domingo, 7, tem uma novidade que agrada a cinéfilos de todo o mundo. Os 149 filmes que integram o festival - com produções de 40 países de todos os continentes - estão sendo exibidos de forma online e gratuita através do site do festival, o https://www.brooklynfilmfestival.org/.
Outro detalhe interessante que chamou a atenção dos friburguenses é que entre os filmes disponíveis está o longa-metragem nacional ‘Macabro’, baseado na história de crimes bárbaros cometidos pelos irmãos Ibraim e Henrique de Oliveira, os Irmãos Necrófilos, que aterrorizaram Nova Friburgo em meados da década de 1990.
Os irmãos são acusados de assassinarem mulheres de forma brutal, geralmente a machadadas, pauladas ou facadas e violarem sexualmente os cadáveres. O filme foi rodado na localidade de São Lourenço, distrito de Campo do Coelho, em 2018, embora a onde de crime da dupla tenha ocorrido no distrito friburguense de Riograndina. Os dois irmãos foram responsáveis pelo assassinato de oito mulheres, um homem e uma criança.
Todos os 149 filmes selecionados – incluindo ‘Macabro’ – podem ser assistidos de maneira bastante simples. Basta registrar uma conta gratuita no site do Brooklyn Film Festival preenchendo o formulário de inscrição. Depois disso, o expectador recebe uma mensagem de confirmação. A partir desse momento, todo o conteúdo estará disponível de forma online e totalmente gratuita.
O roteiro de ‘Macabro’, escrito por Lucas Paraízo e Rita Glória Curvo, é fruto de uma extensa pesquisa por parte dos roteiristas e do diretor, Marcos Prado, nos arquivos do jornal A VOZ DA SERRA - principal veículo de comunicação na cobertura do caso e que cedeu seu acervo para a elaboração da obra -, além de fóruns, processos, autos de julgamentos, entrevistas com moradores da região e com o próprio acusado, Henrique de Oliveira. Com cerca de uma hora e 40 minutos, o longa de ficção é baseado na história real dos chamados “Lobisomens de Friburgo” – dois jovens irmãos acusados de brutais assassinatos na Serra dos Órgãos. O elenco é composto por Renato Goés, Amanda Grimaldi, Guilherme Ferraz, Diego Francisco, Eduardo Tomaz, Juliana Schalch, Flávio Bauraqui, Paulo Reis, Osvaldo Mil e Laila Garin.
O filme teve estreia nacional durante a 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio e sua estreia internacional foi na competição oficial do Festival de Austin, no Texas, no qual foi premiado como melhor filme na categoria “Dark Matters”.
A VOZ DA SERRA, que este ano completou 75 anos de circulação ininterrupta e mais de dez mil edições publicadas, é um dos fios condutores da história. O jornal é citado nominalmente pelo menos quatro vezes, além de ter suas páginas mostradas do início ao fim da trama.
O diretor
Marcos Prado é sócio fundador da Zazen Produções e, além de Macabro (2019), também foi diretor de O Mecanismo (2018) – Original Netflix Séries, Paraísos Artificiais (2010) e dos documentários Curumim (2016) e Estamira (2004), ganhador de diversos prêmios nos principais festivais de cinema do mundo. Como produtor, Marcos produziu Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), filme que levou mais de 11 milhões de pessoas ao cinema e Tropa de Elite, ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlin 2008. Marcos Prado também produziu vários outros premiados documentários como Ônibus 174, Garapa e Segredos de uma Tribo.
Documentário bate recorde
Postado em 28 de setembro do ano passado no canal de A VOZ DA SERRA no YouTube, o documentário de média-metragem sobre os irmãos necrófilos, ouvindo os relatos de pessoas que conviveram com eles, bateu recorde de visualizações: quase 1,2 milhão até esta segunda-feira, 1º. A produção conta com direção e imagens de Henrique Pinheiro, roteiro de Guilherme Alt e edição de Alan Andrade.
Em março de 2018, uma equipe de A VOZ DA SERRA foi até a Janela das Andorinhas, no distrito de Riograndina, onde os irmãos viveram, em busca de depoimentos de pessoas que testemunharam o terror que Ibraim e Henrique Oliveira implantaram na região, em meados da década de 1990. O fotógrafo Henrique Pinheiro, inclusive, já trabalhava no jornal naquela época e testemunhou os fatos. O jornal chegou a encontrar uma sobrevivente. O material produzido é inédito, exclusivo e contém informações até então desconhecidas pela grande maioria das pessoas, bem como revelações chocantes.
Para assistir ao documentário ‘Irmão Necrófilos’, produzido por A VOZ DA SERRA, basta acessar este link.
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