Que o verão é a estação das chuvas, todo mundo sabe. Podem ser chuvas volumosas que duram poucos minutos ou que se estendem por períodos de três a sete dias consecutivos.
O motivo, além da circulação dos ventos global e particularmente sobre a América do Sul, é o maior aquecimento natural do ar e do mar, que organizam sistemas meteorológicos especiais, capazes de produzir grandes volumes de água.
Neste mês de fevereiro, continuaremos sob a influência do fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico). La Niña se estabeleceu na primavera de 2021 e continuará ativo durante todo o verão de 2022.
Em janeiro, La Niña ajudou a manter as chuvas volumosas no Sudeste, com acumulados acima da média histórica. Apesar do calorão que bateu recordes em várias cidades, o mau tempo persistente neste verão, até agora, fez a estação não ser das mais quentes, em média.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que é a falsa a notícia que circula em redes sociais sobre a previsão de uma forte onda de calor histórico em fevereiro. Segundo o órgão, essa notícia não tem qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática, tratando-se, portanto, de fake news.
Para Nova Friburgo está previsto tempo instável até o próximo fim de semana, com possibilidade de chuvas diárias, intercaladas com períodos de sol e nublado.
Os sistemas meteorológicos que atuam no Brasil no verão são:
- Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS): A organização de um canal de umidade descendo da Amazônia em direção ao litoral do Sudeste é um fenômeno tipicamente brasileiro que pode ser influenciado por fenômenos oceânicos-atmosféricos globais como El Niño e La Niña, formados a partir do aumento ou redução da temperatura do Oceano Pacífico, mais a temperatura do Oceano Atlântico Sul. O histórico de desastres naturais no Brasil está altamente relacionado com eventos de ZCAS.
- Frentes frias: Avançam da Antártica para o Brasil durante o verão. Trazem ar frio, de origem polar, que entra em choque com o ar quente e úmido, estimulando ou intensificando áreas de chuva. Aliviam o calor intenso no Sudeste.
- Alta Subtropical do Atlántico Sul (ASAS): sistema de alta pressão atmosférica (circulação anticiclônica de ventos) observada em torno de cinco quilômetros de altitude. Bloqueia o avanço de frentes frias do Sul do continente para o Sudeste do Brasil, dificultando a formação de grandes áreas de chuva.
- Alta da Bolívia: Outro sistema produtor de chuva volumosa no continente, associado a pressão atmosférica com circulação anticiclônica (sentido anti-horário) em altas altitudes.
- Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN): surge no Nordeste do Brasil e é caracterizado por uma circulação de ventos ciclônica (sentido horário) a dez quilômetros de altitude.
- Zona de Convergência Intertropical (ZCIT): Surge da interação entre os ventos alísios de nordeste, vindos do Hemisfério Norte, e dos alísios de sudeste vindos do Hemisfério Sul. Produz grandes volumes de chuva em parte do Norte e do Nordeste.
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