O retorno gradual às atividades físicas será aliado fundamental para ajudar a combater possíveis problemas enfrentados durante a pandemia. E estes vão além do ganho de peso, por conta da quarentena e do maior período em casa, com menores possibilidades de fazer exercícios. A depressão e a ansiedade são transtornos que já afetavam boa parte da população, e em meio a uma situação de restrições, passaram a atingir uma parcela ainda maior de pessoas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior incidência de ambas na América Latina. Mesmo antes da pandemia, estimava-se que aproximadamente 12 milhões de brasileiros sofriam desses transtornos. Recentemente, um estudo realizado por um pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revelou que os casos quase que duplicaram em decorrência da crise sanitária, sendo esse aumento de casos ainda mais expressivo em mulheres.
Segundo a OMS, a depressão é uma das doenças mais incapacitantes no mundo, e encontrar formas de combatê-la é fundamental. Passar a fazer exercícios, seja em contato com a natureza ou academias, mesmo com as restrições, são formas eficazes no caminho para atenuar os efeitos do transtorno. São inúmeros os estudos comprovando os efeitos positivos dos exercícios sobre a química cerebral.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato Mundial de Jogadores de futebol envolvendo 1600 atletas, 22% das mulheres e 13% dos homens passaram a apresentar sintomas compatíveis com a depressão em consequência do confinamento. Essa nova realidade nos leva então a buscar alternativas que possam atuar como a prevenção da ansiedade e depressão.
Pesquisas demonstram que a alimentação também possui uma parcela importante de contribuição, uma vez que o consumo diário do suplemento nutricional creatina é capaz de atenuar a depressão, principalmente em mulheres.
Estudos apontam também para o consumo de fibras, contribuindo para a melhor a disponibilidade de neurotransmissores como serotonina e gaba, substâncias que encontram-se em baixa concentração em portadores de ansiedade e depressão. Estudo realizado no Japão com 1.977 trabalhadores demonstrou que dentre aqueles que consumiam mais fibras por dia, provenientes principalmente de frutas e legumes, a prevalência de depressão e ansiedade era menor.
Além de atuar como coadjuvante no combate aos transtornos de ansiedade e depressão, o maior consumo diário de fibras também está relacionado com uma menor incidência de todas as causas de mortalidade, como mostram outros estudos.
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