(Foto: Divulgação)
Você atua em várias frentes, está sempre envolvido em diversos projetos. Como dá conta de tanta atividade, de onde vem tanta energia? Sou egresso do Teatro Tablado, onde meus pais se casaram e fizeram parte do grupo fundador, então durante toda a vida, desde que nasci, faço parte do universo cultural e artístico. Mas a minha primeira formação acadêmica foi em Educação Física. Cuidar da minha saúde é uma prioridade para me manter bem em todos os sentidos. Por exemplo, sempre fiz muitos exercícios respiratórios, visando não só qualidade de vida mas para estar em condições de atuar sem ter que parar. Exercito o aeróbico vocal, constantemente, porque falar e cantar ao mesmo tempo exige planejamento e um condicionamento físico forte. O ator é como um atleta, ele tem que estar sempre treinando para manter em ordem sua estrutura orgânica. Sobre a instabilidade na carreira que todo artista enfrenta, como você reage? Como tudo na vida, sempre temos altos e baixos, alegrias, decepções. Maria Clara Machado dizia que o fracasso dá caráter, então penso que devemos encarar os baixos da nossa profissão e da nossa vida como um aprendizado, como um trampolim, para melhorarmos como seres humanos, nos aperfeiçoar. Toda profissão tem decepções, alegrias, sucessos e fracassos de críticas, sucessos e fracassos de público, mas acredito que tudo serve para melhorar a nossa condição artística. Em uma de suas entrevistas recentes, você elogiou o momento pelo qual passa o audiovisual. Como avalia o mercado de trabalho para os artistas, hoje? Eu acho que com a chegada do streaming, houve uma abertura do mercado audiovisual para os setores artístico e técnico. Eu vejo colegas e amigos técnicos e artistas trabalhando sem parar. Portanto, é fato que o mercado tem crescido, tem muito mais opções para trabalhar em diversas frentes, mas, por outro lado, os salários tiveram uma queda. Com o fim dos contratos de longo prazo, do que chamamos de “emprego fixo”, as empresas adotaram o contrato por obra, quer dizer, ninguém está seguro de uma próxima escalação, de um próximo trabalho. Resumindo, temos que estar sempre correndo atrás pra sobreviver, embora eu não tenha do que me queixar, tenho trabalhado muito, do jeito que gosto. Mas nem todos estão tranquilos, porque há um movimento de mão-contramão, quer dizer, por um lado é bom, por outro, não, porque os salários oferecidos não são justos. Mas no geral, quero acreditar que o mercado vá melhorar para todos, o público tem prestigiado peças e filmes, em todo o país, o panorama cultural-artístico, de modo geral, é promissor.
(Foto: Divulgação)
Quais trabalhos destaca como os mais gratificantes? Eu sempre digo que os personagens são como filhos, você não gosta mais de um, nem de outro, você os ama incondicionalmente. Eu tenho duas filhas maravilhosas, e minhas personagens, todas, sem exceção, serviram para minha construção e aperfeiçoamento como ser humano, pai e artista. O que eu posso e devo destacar, é a Escolinha do Professor Raimundo, com o Seu Fininho, o Dom João VI, da minissérie Quinto dos Infernos, ambos na Globo, no cinema, tem o Deputado Fortunato, de Tropa de Elite 2, o Jorge Ochoa, da série Narcos, e muitos outros. São muitos personagens, em 40 anos de carreira, então, dizer que esse ou aquele foi melhor, seria injustiça porque todos eles foram fundamentais para minha formação. Entre teatro, novela, cinema, tem preferência? Eu gosto de fazer teatro, cinema, televisão, dublagem, locução, lecionar — também sou professor de teatro há 35 anos. Mas, o que eu sempre digo é que a essência do artista que carrego em mim, está no teatro. O teatro é arte da palavra, do momento presente, do encontro, da democracia. A televisão e o cinema também são maravilhosos, mas eles protegem [blindam] mais o artista. No teatro não, o artista está ali no palco, inteiro, ao vivo e a cores, diante da sua plateia. Como é a sua parceria com o músico friburguense Lincoln Vargas? Todas as parcerias que fiz na minha vida foram incríveis. O Lincoln eu conheci no Tablado, em 2000, ele foi meu aluno, é um artista e um músico sensacional, e um produtor maravilhoso. Então, estar aqui em Nova Friburgo, produzido localmente pelo Lincoln, que é meu amigo, é sempre um prazer e uma honra. Estaremos juntos em cena, então, é só alegria. Acho que o Dedé Show é um espetáculo excelente porque junta reflexão e comédia, fala de arte, vida, com muito bom humor, mas também com muita emoção. É o que chamamos de dramédia — comédia mais drama. Porque a boa comédia é aquela que te faz rir, chorar, emocionar, de uma maneira geral. E é isso que o público friburguense vai vivenciar neste sábado, no Teatro Municipal Laercio Ventura.
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Do diretor para o ator “André é meu parceiro de décadas, um velho amigo. Foi meu aluno, depois meu assistente. Já trabalhamos juntos no teatro, no cinema e na televisão e é um prazer dirigi-lo mais uma vez”, comemora Ricardo Kosovski. “O Dedé Show é um espetáculo que traz teatralidade, emoção e poesia, que comove ao mesmo tempo em que faz rir. André tem um sólido trabalho no teatro e no cinema. Na TV, é um ator bastante popular, um comediante incrível. Veio da Escolinha do Professor Raimundo, foi para a Record e em breve estará no SBT, as três principais emissoras do país, sempre fazendo personagens marcantes e de grande reconhecimento do público”, elogia Kosovski. Da atriz Heloísa Perissê “Eu achei o espetáculo fantástico, me tocou porque tem uma entrega muito grande do André. Penso que o momento que nós estamos passando hoje é esse, de conseguir chegar nas pessoas de coração aberto, focando a conciliação entre todos. Ele faz isso, nos leva a isso. Eu amei a peça!”. Do ator George Sauma “Acabei de assistir o Dedé Show e achei incrível, com o mestre André Mattos dando um show de interpretação, de histórias, de teatro. Me emocionei, morri de rir, é imperdível! Viva Dedé, viva o teatro!”.
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De Zico para André “André, muito obrigado por ter me convidado, o espetáculo foi maravilhoso, mais uma vez você mostrou seu talento, sua competência, sua capacidade de nos fazer rir e nos emocionar com suas histórias. Deus o conserve sempre assim, alegrando a todos nós. Um beijo grande, meu querido!”. Serviço “Dedé Show”- Temporada: 16 de novembro, 20h
- Local: Teatro Municipal Laercio Ventura
- End.: Praça do Suspiro, Centro
- Ingressos: R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira)
- Duração: 70 min. Classificação: 12 anos.
- Ingressos pela Sympla e/ou na bilheteria do teatro:
- https://www.sympla.com.br/dedE-show__2684537
- Roteiro e atuação: André Mattos
- Direção: Ricardo Kosovski
- Direção de arte: José Dias
- Trilha Sonora: Ary Sperling
- Música ao vivo: Lincoln Vargas
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