O agravamento da pandemia causado pelo coronavírus e o aumento das restrições na quarentena estão afetando gravemente os setores de comércio e serviços. É o que revela levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), entidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) realizado com 903 empresários do Estado do Rio de Janeiro, entre os últimos dias 6 e 10.
Para 85,7% dos empresários, o faturamento bruto de suas empresas nas duas primeiras semanas de abril foi pior do que no mesmo período de março, mês em que foram decretadas as primeiras medidas de isolamento social. A queda média no faturamento foi igual a 50,9%.
Empregos e negócios em risco
A pesquisa também aponta que dos comerciantes que possuem funcionários, 33,1% demitiram algum empregado desde o início da quarentena. A estimativa é que aproximadamente 108 mil trabalhadores do setor tenham perdido o emprego neste período de isolamento social. Se além das demissões, acrescentarmos a redução de jornada e salário (utilizada por 40,4% dos empresários), além da suspensão temporária de contrato (utilizada por 32,2% dos empresários), estima-se que 441 mil trabalhadores tenham sido afetados pela pandemia.
A redução da jornada de trabalho e de salário, bem como a suspensão temporária do contrato laboral, já se tornou realidade para 333,2 mil trabalhadores formais do setor de comércio e serviços do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com o estudo, 69,5% dos empresários informam ter fechado a sua empresa por conta da pandemia. Quando perguntados se teriam condições financeiras de reabri-la, 72,6% disseram que não. Isso significa que aproximadamente 214 mil empresários podem vir a encerrar as suas atividades devido ao isolamento social.
Expandindo os resultados para a economia do Estado do Rio de Janeiro, em torno de 400 mil pessoas, entre empregadores e empregados, estariam desocupados em função da quarentena. O estudo mostra que o impacto negativo no mercado de trabalho se deve a dois fatores: queda da demanda percebida pelos empresários; e a insuficiência das medidas adotadas até agora pelo governo.
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