Em pandemia, procura por doces de Cosme & Damião é pequena nas lojas

Tradição da distribuição dos saquinhos recheados de guloseimas para a garotada vem diminuindo; este ano, mais ainda
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Doces expostos em lojas de Friburgo (Foto: Thiago Lima)
Doces expostos em lojas de Friburgo (Foto: Thiago Lima)

O dia dos santos Cosme e Damião é comemorado neste domingo, 27 de setembro, pelos seguidores da umbanda e do candomblé. Já os católicos celebram a data um dia antes, neste sábado, 26, mas independente do dia da celebração, a devoção aos santos gêmeos costuma ser marcada pela distribuição de saquinhos de doces para a criançada. Entretanto, devido à pandemia da Covid-19, essa tradição deve ser bastante prejudicada este ano, ainda mais com a recomendação das autoridades de saúde para que a população evite aglomerações e contatos físicos. Portanto, a algazarra das crianças na corrida aos doces pelas ruas, certamente não acontecerá, ou então, de forma bem tímida.

A tradição da distribuição de doces acontece anualmente por devotos dos santos, instituições de assistência infantil e centros espíritas ou até mesmo nas ruas ou nas casas dos fiéis. A tradição costuma ser muito esperada pelas crianças, mas vem diminuindo com o passar dos anos. Geralmente os devotos dos santos distribuem docinhos à garotada por sete anos consecutivos em agradecimento a alguma bênção recebida com a intercessão dos santos. Na foto abaixo, aglomeração provocada pela distribuição de doces no Perissê, em 2017 (Arquivo AVS)

A pandemia este ano, no entanto, desanimou também os comerciantes. Nas lojas especializadas em doces no centro de Nova Friburgo, o estoque de guloseimas para os saquinhos de Cosme e Damião foi reduzido sensivelmente. Nas lojas que anteriormente, ficavam repletas de doces nesta época, este ano, apenas algumas prateleiras foram reservadas para a tradição.  

Um vendedor de uma loja de doces no centro da cidade informou que este ano, por causa da pandemia, a procura de clientes está muito reduzida. “O movimento não é o mesmo dos anos anteriores. Esse ano nem encomendamos as sacolinhas de papel com a imagem de São Cosme e São Damião”, relata o vendedor esperando que a procura pelos doces aumente até o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro. Em outras lojas, o estoque de guloseimas sequer foi reforçado para a ocasião e ao invés das guloseimas tomarem conta de toda a loja, apenas algumas prateleiras foram reservadas para esta tradição. 

Os santos gêmeos

Cosme e Damião eram dois irmãos gêmeos médicos e viveram na Ásia Menor. Ficaram conhecidos porque curavam pessoas e animais sem cobrar dinheiro. Morreram por volta do ano 300 d.C. degolados, vítimas de uma perseguição do imperador romano Deocleciano. No candomblé e na umbanda, eles são conhecidos como os orixás ibejis. São filhos gêmeos de Xangô e Iansã. Os devotos e simpatizantes têm o costume de fazer caruru (uma comida típica da tradição afro-brasileira), chamado também de “Caruru dos Santos” e “Caruru dos sete meninos” que representam os sete irmãos (Cosme, Damião, Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi), e dar para as crianças.

Na Igreja Ortodoxa, os santos são celebrados no dia 1º de novembro. Já os ortodoxos gregos comemoram em 1º de julho. Cosme e Damião também são considerados protetores dos gêmeos e das crianças. Por isso, as pessoas criaram o costume de distribuir os doces para homenagear os santos ou cumprir promessas feitas a eles.

Por que ganhamos doces? 

Diz a lenda que há muito tempo havia uma senhora sem filhos, que vivia cercada de riquezas, mas sentia falta da alegria das crianças. Durante um ano, nos dias pares, ela subiu uma montanha e fez orações pedindo a Deus a graça de ter filhos. Seu desejo foi realizado e, em 27 de setembro, nasceram dois filhos que receberam os nomes de Cosme e Damião.

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