Meu erro
Paralamas do Sucesso
“Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora não peça
Não me faça promessas
Eu não quero te ver
Nem quero acreditar
Que vai ser diferente
Que tudo mudou
Você diz não saber
O que houve de errado…”
Nova Friburgo tem um novo prefeito, que há de governar para todos. Preocupações existem, para quem não acompanha a política local e não sabe quem é o ainda vereador Johnny Maycon, eleito prefeito do município nesse último dia 15.
Me desculpe, prefeito, mas essa é uma realidade a ser enfrentada, e vamos aqui relembrar, por tratar-se de algo relevante, sua atuação como membro do chamado G5, grupo que, incansavelmente, fiscalizou a atual gestão, e de forma sistemática denunciou e protocolou junto ao Ministério Público, fatos com evidentes sinais de irregularidades.
Não podemos esquecer os seguintes números: 28,11 % de abstenção; 3,8% de votos brancos; e 8,28% de votos nulos. Que servem como um sinal do desinteresse e descrédito da população com a política.
O jornal A VOZ DA SERRA, no cenário complexo de 16 candidatos, em plena pandemia, e com toda a dificuldade e urgência de tempo para ouvir propostas, contratou uma pesquisa, como qualquer órgão de imprensa faz. No dia acertado para sua divulgação, a direção do jornal foi comunicada pela empresa contratada que alguns partidos teriam entrado com uma impugnação da referida pesquisa, o que nos causou espanto: afinal, o Instituto Paraná Pesquisas não tinha nada que o desabonasse, muito pelo contrário.
Pesquisas costumam esquentar os debates e claro, esta, precisamente, não seria diferente.
Nos acusaram de mentirosos, levantaram acusações sobre o responsável da empresa, mas estávamos seguros em relação a todo o procedimento, de acordo com a legislação eleitoral.
Enfim, o jornal detentor do direito de publicar a pesquisa no dia 10, e sem nenhuma citação nos impedindo, mesmo assim optou, por respeito a uma decisão que poderia vir do juiz eleitoral — caso atendesse o pleito dos partidos — resolvemos não publicar no impresso, que é rodado na madrugada.
Diferentemente de termos postado na “calada da noite”, como um candidato ousou publicar em rede social, nada nos impediu de publicarmos em nosso site, e assim o fizemos.
Acusações de jornalistas “assessores” que tomaram partido do seus candidatos, tentaram desacreditar a pesquisa de todas a maneiras, ainda que a mesma não tenha revelado um favorito, mas o elevado número de indecisos, além de empates técnicos. Questionaram a quantidade de pessoas entrevistadas, declarando não conhecer “ninguém” que tivesse sido entrevistado, em um total desconhecimento da estrutura de pesquisas.
Outros tantos, diretamente ligados ao governo atual, dependentes de seus cargos de confiança, diziam que o jornal nem serviria para embrulhar peixe. Hoje, entendemos porque não queriam a divulgação da pesquisa, ou porque tentaram, de todas as formas, desacreditá-la: a pesquisa apenas antecipou as posições muito desfavoráveis de vários candidatos que afirmavam estar liderando o pleito.
Ou ainda, no caso do atual prefeito, a revelação do número de rejeição assustador de sua gestão e candidatura. Onde estão essas pessoas, agora? Nada a declarar diante dos acertos da mesma?
Essa longa introdução tem por objetivo apenas resumir para o leitor os últimos dias de produção de notícias por nossa equipe, até chegarmos ao dia seguinte da eleição do nosso novo prefeito.
O jornal A VOZ DA SERRA, com 75 anos de existência, tem sido testemunha de inúmeras eleições. Viu nascer, crescer e falecer muitos políticos. E pode afirmar que mereceu o respeito da maioria dos que passaram pelo palácio Barão de Nova Friburgo. Mas, os dois últimos governos puderam conferir, e confirmar que jamais nos vendemos.
Queremos deixar bem claro: somos um jornal em que o friburguense acredita, confia, e tentar nos atacar no que fazemos de melhor é um erro que se acerta lá na frente e nas urnas.
Ameaçar tirar os atos oficiais como moeda de troca e depois usar a “desculpa” de economizar para o Município, também não “cola”. Sem falar no golpe baixo, perpetrado durante essa campanha, ao publicar frases do tipo “Jornal sem verba, vira Jornal de oposição”.
Se a população não entende de licitação, de leis e da obrigatoriedade de publicidade de atos oficiais, podemos até entender, mas de um governante, nunca. E caso tenha esquecido de explicar que existe uma enorme diferença entre a obrigatoriedade de publicação e de propaganda, podemos aqui explicar.
E talvez revele que não foram capazes de fazer sequer uma licitação para contratação de uma agência de propaganda, nos primeiros anos de governo, o que é permitido por lei. Esqueceram de dizer a esses políticos que os tempos mudaram. Nós tentamos avisar, não quiseram escutar.
Ao atual prefeito, o recado foi dado pessoalmente, pelos laços que se imaginava existir, procurando alertar sobre os erros, equívocos e ao espaço dado a colaboradores forasteiros, que queriam, desde o primeiro dia deste mandato, “acabar” com A VOZ DA SERRA. Talvez, já antevendo o que veriam em nossas páginas, denúncias da Justiça Federal e do Ministério Público.
O que reiteramos, mais uma vez, é que a nossa Voz não se cala.
Em nossas páginas e máquinas vibra um coração, repleto de memória da ética de dois diretores sérios que trabalharam por essa cidade, e jamais, jamais se venderam. E aqui deixaram seu legado.
Triste realidade hoje, senhor prefeito, ter que contar 3.538 votos, que certamente se originam em sua maioria do cabide de empregos que se tornou nossa prefeitura. Ao senhor, que traiu amizades, desrespeitou relações de décadas, para um projeto pessoal, escolheu decisões equivocadas, o nosso Adeus.
Ao novo prefeito, desejamos sorte, coragem e sucesso, e a promessa de mantermos nossos ouvidos atentos às necessidades de nossa população, exercendo nosso papel com seriedade e responsabilidade.
E a nossa Voz ao lado da verdade, e sempre com um grito pronto contra a corrupção.
Que se inaugure um novo tempo para nossa Nova Friburgo e seu povo!
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