Coronavírus pode levar 500 milhões de pessoas no mundo para a pobreza

Taxa de desemprego média no Brasil deve subir de 11,9% para 17,8% este ano, projeta a FGV
sexta-feira, 01 de maio de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Coronavírus pode levar 500 milhões de pessoas no mundo  para a pobreza

A crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus pode levar mais de 500 milhões de pessoas para a pobreza, a menos que ações urgentes sejam tomadas para ajudar países em desenvolvimento. O alerta é da Oxfam, entidade da sociedade civil que atua em cerca de 90 países com campanhas, programas e ajuda humanitária.

Para a entidade, apesar de urgentes e necessárias, as medidas de distanciamento social e de restrição do funcionamento das cidades agravam a situação dos trabalhadores, com demissões, suspensão de pagamento de salários ou inviabilidade do trabalho informal.

O novo relatório da Oxfam, "Dignidade, não Indigência", mostra que entre 6% e 8% da população global, cerca de 500 milhões de pessoas, poderão entrar na pobreza conforme os governos fecham suas economias para impedir que o coronavírus se espalhe em seus países. “Isso pode representar um retrocesso de uma década na luta contra a pobreza. Em algumas regiões, como a África subsaariana, o norte da África e Oriente Médio, essa luta pode retroceder em até 30 anos. Mais da metade da população global poderão estar na pobreza depois da pandemia”, destacou a entidade.

Globalmente, apenas um em cada cinco desempregados têm acesso a benefícios como seguro-desemprego. Dois bilhões de pessoas trabalham no setor informal pelo mundo - 90% nos países pobres e apenas 18% nos países ricos. No Brasil, para a Oxfam, a situação é ainda mais preocupante devido às moradias precárias, à falta de saneamento básico e de água e aos desafios no acesso a serviços essenciais para os mais pobres. O Brasil tem cerca de 40 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e cerca de 12 milhões de desempregados. A estimativa é que a crise econômica provocada pelo coronavírus adicione, ao menos, mais dois milhões de pessoas entre os desempregados.

“O coronavírus coloca o Brasil diante de uma dura e cruel realidade, ao combinar os piores indicadores sociais em um mesmo local e na mesma hora. E é neste momento que o Estado tem papel fundamental para reduzir esse impacto e cumprir sua responsabilidade constitucional tanto na redução da pobreza e das desigualdades quanto na garantia à vida da população”, afirma Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, em comunicado.

Para a entidade, a renda básica emergencial de R$ 600, por três meses, para trabalhadores informais não será suficiente para amenizar o impacto, e o governo deverá, entre outras medidas, ampliar o número de pessoas atendidas e estender o período de concessão.

Desemprego no Brasil

O Brasil deve encerrar este ano com uma taxa média de desemprego de 17,8%, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgada nesta última sexta-feira, 24. No ano passado, a taxa média de desemprego foi de 11,9%.

O Ibre também espera que a massa de renda média recue 8,6%, na média, em 2020 em relação ao apurado em 2019. Com essa redução, a renda efetiva média fechará este ano em R$ 2.206 mensais, abaixo dos R$ 2.413 observados no ano anterior. Já a massa de rendimentos efetivos do trabalho deve cair cerca de 14,4% em 2020, puxando tanto pelo recuo da renda média como pela redução esperada de 6,6% na população ocupada.

Dessa forma, segundo o Ibre, a massa salarial vai encerrar este ano 3,2% abaixo do seu menor nível desde o início da série histórica, em 2012. "No mercado de trabalho, o cenário é de grande perda de empregos e rendimento. A composição das perdas também dificilmente será homogênea, e será dependente das políticas públicas adotadas", apontou o instituto em seu Boletim Macro.

O desempenho ruim projetado para o mercado de trabalho tem como pano de fundo a recessão econômica esperada para este ano diante dos efeitos provocados pelo coronavírus. O Ibre projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) recue 3,4%. "O Governo Federal prevê que 70% dos trabalhadores de empresas privadas estarão sob esse acordo nos próximos meses, o que corresponde a cerca de 25 dos 35 milhões de empregados nesta categoria", disse o Ibre. "No entanto, até 15 de abril, apenas 1,7 milhão de trabalhadores estava sob esse novo regime.

 

 

LEIA MAIS

Confira a origem da data e a importância do profissional na sociedade

Instituição recebeu medicamentos que deveriam ter sido descartados há dois anos

Ao todo, cerca de 18 imunizantes estarão disponíveis para todas as idades, mas especialmente para as crianças e adolescentes

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra