O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,2 pontos de novembro para dezembro deste ano. Com essa, que foi sua terceira queda consecutiva, o indicador chegou a 78,5 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.
A queda foi puxada principalmente pela confiança dos consumidores brasileiros em relação ao futuro, medida pelo Índice de Expectativas, que cedeu 3,7 pontos e passou para 85,6 pontos. O Índice da Situação Atual, que mede a confiança dos consumidores no presente, caiu 2,1 pontos e chegou a 69,7 pontos.
“A terceira queda consecutiva da confiança dos consumidores decorre de piora tanto da satisfação dos consumidores com o presente quanto das expectativas em relação aos próximos meses. Diante de uma segunda onda de covid-19, fim dos benefícios emergenciais e desemprego elevado, os consumidores, principalmente os de menor poder aquisitivo, sinalizam que continuarão contendo consumo. O comportamento mais cauteloso está relacionado principalmente a uma percepção de dificuldade de se obter emprego: 97,5% dos consumidores avaliam que está difícil obter emprego no momento, fazendo com que o indicador atinja o menor nível dos últimos 16 anos. A despeito da aproximação do início das campanhas de vacinação, o consumidor continua desanimado em relação a 2021”, relatou a coordenadora das Sondagens, Viviane Seda Bittencourt.
Entre os quesitos que medem o grau de satisfação com a situação atual, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral caiu 1,6 ponto em dezembro, para 74,1, menor nível desde julho. A percepção de piora da situação corrente é ainda pior nas avaliações sobre as finanças familiares, cujo indicador recuou 2,6 pontos, para 65,9, após três meses em queda.
Em relação às expectativas, o indicador que mede as perspectivas sobre as finanças das famílias foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês, ao recuar 5,8 pontos, para 87,4, o menor nível desde junho de 2020 (80,6 pontos). Esse movimento afeta novamente o ímpeto de compras com bens duráveis para os próximos meses, com retração de 5,8 pontos, para 63,7.
A análise por faixas de renda mostra que houve recuo da confiança em todas as famílias exceto nas de renda acima de R$ 9,6 mil, cujo ICC registrou aumento de 1,2 ponto, após cair 3,1 pontos no mês anterior. A queda foi mais intensa para as famílias de menor poder aquisitivo: o ICC-R1 caiu 8,7 pontos, influenciado pela piora na situação financeira das famílias.
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