Na edição da última quarta-feira, 16, A VOZ DA SERRA publicou reportagem informando que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), celebra a recuperação do setor após alguns meses críticos e de prejuízos devido a pandemia da Covid-19, sobretudo entre março e junho. De acordo com a Firjan, as indústrias friburguenses já criaram 800 postos de trabalho desde junho, recuperando cerca de 60% das vagas perdidas em decorrência da Covid-19.
De acordo com dados disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – que ainda não divulgou os números referentes a outubro e novembro -, a indústria não é o único setor que conseguiu “respirar” após o período mais crítico de recessão este ano. O comércio de Nova Friburgo também tem apresentado boa evolução e figura como o setor que mais cresceu a partir de julho na cidade, sobretudo em setembro, mês que fechou com 206 contratações a mais que demissões, um sinal claro de recuperação da economia, mesmo ainda em meio à crise.
“Não tenho dúvidas de que Nova Friburgo tem o comércio mais forte do interior do Estado. Cada vez mais consumidores de cidades mais distantes têm vindo à cidade para fazer as suas compras. O comércio é de fundamental importância para a economia de Nova Friburgo. Talvez a mola mais importante na geração de empregos e renda do município. Apesar de a pandemia ter afetado bastante o comércio, o setor foi um dos primeiros a se reerguer”, declarou Braulio Rezende, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista de Nova Friburgo (Sincomércio).
Neste mês de dezembro, apesar da alta de novos casos de Covid-19 - que vem desde novembro o comércio local está com a expectativa de que parte dos prejuízos acumulados durante o ano seja amenizado com as compras de Natal. Só na Avenida Alberto Braune – coração econômico e comercial da cidade –, são várias as lojas que já contrataram e outras que ainda estão contratando funcionários temporários para o período. Uma oportunidade e tanto para quem deseja se firmar e entrar 2021 empregado.
Ainda segundo Braulio Rezende, a retomada do setor teve início em julho, mas o ápice foi mesmo em novembro, quando as vendas dispararam: “Setembro foi um mês muito bom para o comércio, especialmente após alguns meses de muitas dificuldades. Na verdade, esse crescimento começou em julho, mas o pico foi mesmo em setembro. Atribuímos isso ao auxílio emergencial, que foi direto para o consumo do cidadão, e também a Black Friday, que ajudou a impulsionar as vendas. Acreditamos que dessa forma teremos uma diminuição do prejuízo causado por todos os meses de comércio fechado”, afirmou o presidente da CDL e do Sincomércio.
“Isso gerou também uma grande dificuldade de reabastecimento das lojas. Muitas estão com produtos em falta, tamanha foi a explosão de consumo em setembro. Foi uma espécie de antecipação das compras do fim de ano. Diversas lojas tiveram que fazer contratações temporárias antecipadas em função da maior demanda em setembro e outubro. Já em novembro, percebemos que houve uma pequena desaceleração em relação ao mês de setembro, por exemplo”, ponderou Braulio.
Números de setembro
As indústrias fecharam o mês com saldo positivo de 162 vagas de emprego, o setor de serviços com 51 postos de trabalho e a agropecuária com saldo positivo de quatro vagas. O segmento de construção civil foi o único a fechar setembro com saldo negativo de oito vagas de emprego. Ao todo, no mês foram 1.544 admissões contra 1.149 demissões, um saldo positivo de 415 vagas.
Ainda tento o nono mês do ano como parâmetro, do total de contratações, 915 eram homens e 649, mulheres. Dessas 1.544 pessoas que foram admitidas no mês, 809 têm o ensino médio completo e 553 estão na faixa etária de 18 a 24 anos. O curioso é que entre as demissões o perfil médio dos trabalhadores é o mesmo. Das 1.149 demissões, 628 atingiram homens e 521 mulheres. Desse total, 535 também têm o ensino médio completo e 317 têm entre 18 e 24 anos. Isso sugere que as oportunidades no mercado de trabalho estão surgindo para jovens com ensino médio completo.
Dos 415 trabalhadores que foram contratados em setembro e mantiveram o emprego até o fim do mês, 287 são homens e 128 são mulheres. E o perfil é o mesmo. Desse total 274 pessoas têm o ensino médio completo e 236 têm entre 18 e 24 anos.
2020 ainda com saldo negativo
Apesar dessa retomada, 2020 ainda apresenta um saldo negativo de 1.717 postos de trabalho. Ao todo, foram 9.965 admissões e 11.682 desligamentos de janeiro até setembro – último mês cujos dados foram divulgados pelo Caged.
Porém, setembro foi o terceiro mês seguido com saldo positivo de vagas de trabalho, após março, abril, maio e junho fechando negativos. O pior mês, disparado, foi abril, com 1.544 demissões a mais que contratações. A recuperação teve início em julho, justamente quando começaram a ser flexibilizadas as atividades econômicas no município. O mês fechou positivo com 149 vagas de emprego. Agosto seguiu a tendência de melhora e também fechou positivo, com 245 postos de trabalho. No entanto, em setembro esse número praticamente dobrou, terminando com 415 contratações a mais que demissões, o melhor resultado apurado nos nove primeiros meses do ano.
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