A campanha de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil) e multivacinação, que começou no dia 8 de agosto e segue até a próxima sexta-feira, 9, ainda não conseguiu atingir a meta de cobertura dos públicos alvos de 95%. De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, apenas 34,4% do público-alvo - crianças entre seis meses e 4 anos 11 meses e 29 dias de idade - foi imunizado com 3,9 milhões de doses aplicadas. Em Nova Friburgo, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal da pólio chega a 47% das crianças.
A meta do Ministério da Saúde era chegar a 95% do público-alvo: 11,5 milhões de crianças. Entretanto, mais da metade delas, 7,5 milhões, ainda não receberam a gotinha contra a paralisia infantil. No ranking dos estados que conseguiram vacinar mais da metade da população-alvo aparecem apenas dois: Alagoas (50,8%) e Sergipe (50.5%). Na sequência, Santa Catarina (47,6%) e Paraíba (46.6%). Já entre os estados que menos vacinaram crianças contra a poliomielite estão Roraima (12,8%) , Acre (17%) e o Rio de Janeiro (17,1%).
Segundo ainda o Ministério da Saúde, todos os imunizantes do calendário do Plano Nacional de Imunização (PNI) estão com baixa cobertura vacinal. E a da pólio vem caindo ano após ano. Em 2015, o Brasil vacinou 98,3% dos pequenos, contra a poliomielite. Em 2021, essa cobertura vacinal caiu para 69,9%. Já no Estado do Rio de Janeiro, a situação está ainda mais crítica: enquanto houve cobertura de mais de 100% em 2015, em 2021, apenas 53,9% do público alvo foi imunizado contra a poliomielite.
De acordo com a Prefeitura de Nova Friburgo, a campanha contra a pólio e todas as demais vacinas de rotina continuarão sendo oferecidas para todas as idades, especialmente crianças e adolescentes por tempo indeterminado. A imunização acontece nas salas de vacina das unidades básicas de saúde (postos Sylvio Henrique Braune, no Suspiro; Tunney Kassuga, em Olaria; Ariosto Bento de Mello, no Cordoeira; José Copertino Nogueira, em São Geraldo e Waldyr Costa, em Conselheiro Paulino), de segunda a sexta-feira, a partir das 8h.
Sem vacinação, doença pode voltar
O Brasil é considerado um país livre da pólio desde 1994, mas com a baixa adesão vacinal, médicos alertam para os riscos de volta da doença, especialmente após o registro de novos casos no exterior em países como os Estados Unidos e Israel.
Além da vacina contra a Poliomielite, a campanha nacional também abrangeu outros 17 imunizantes, que fazem parte do Plano Nacional de Imunizações (PNI), para que as vacinas do calendário pudessem ser atualizadas. De acordo com a prefeitura, em Nova Friburgo, foi notada a procura por outras doses também com maior demanda como, por exemplo, tríplice viral e BCG, que ultrapassam 65% de cobertura vacinal, mas não chegaram aos 95% ideais de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a adoção da estratégia de multivacinação acontece diante do cenário de baixas coberturas vacinais e a reintrodução do Sarampo, além do risco da reintrodução da poliomielite e o aumento de casos de doenças até então controladas.
“Esse é um problema do mundo inteiro. A cobertura vacinal tem caído. Durante a pandemia essa queda foi mais acentuada em face da tragédia sanitária decorrente da pandemia da Covid-19. A estratégia que nós usamos é essa: conversar com a população brasileira e esclarecer sobre a importância das vacinas do nosso calendário de vacinação, sobretudo para as crianças”, ressaltou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à época do lançamento da campanha em agosto.
A campanha de vacinação coincide com a imunização contra a Covid-19 em andamento. Segundo o Ministério, as vacinas da Covid podem ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo com as demais do calendário nacional, na população a partir de 3 anos de idade. A Secretaria Municipal de Saúde vai preparar campanhas itinerantes nos bairros mais afastados. (Fonte: Agência Brasil e Ministério da Saúde)
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