O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Nova Friburgo (Procon-NF) já começou a dar uma resposta aos friburguenses no combate a uma possível cobrança abusiva nos preços de itens básicos pelos supermercados do município. Na última quinta-feira, 10, o coordenador do Procon-NF, Alexandro Gabetta, junto com sua equipe jurídica, fiscalizou seis mercados do Centro, três em Nova Suíça e dois em Campo do Coelho.
Segundo Gabetta, até o momento, nenhum mercado foi punido, já que nesta primeira fase da operação os estabelecimentos são notificados e têm um prazo de até dez dias para apresentar as notas fiscais, além de informar o preço repassado ao consumidor. “Tiramos fotos dos preços dos produtos para que não haja conflito de informação. Queremos saber se o problema do aumento dos preços é feito pelo mercado ou pelo fornecedor primário. Da última vez que saímos vimos que o valor do leite estava superfaturado direto na cooperativa. Caso haja uma cobrança abusiva, tomaremos as medidas de praxe”, disse.
Moradora de Nova Suíça, Patrícia Klein, trabalha no centro da cidade. Ela alterna entre os bairros, na hora de fazer as compras. Para Patrícia, há pouca diferença entre os preços cobrados nas duas localidades. “Antes eu me permitia comprar um produto de melhor qualidade e pagar a mais por isso, mas diante da alta dos itens básicos que eram baratos e agora estão caros, não tem como. Há um exagero no preço cobrado pelo arroz, feijão, leite e óleo de soja, produtos que estão na nossa mesa e consumimos diariamente. Caso os mercados do centro e de Nova Suíça estejam abusando do consumidor, espero que sejam punidos. É importante que a fiscalização aconteça em todo município e frequentemente”, desejou.
No distrito de Campo do Coelho a situação é similar. Nos dois mercados fiscalizados pelo Procon, as queixas dos consumidores são muitas. “Já estava no nosso planejamento ir até lá porque recebemos muitas reclamações, assim como em Nova Suíça”, disse o coordenador do órgão. Uma moradora de Campo do Coelho, que preferiu não se identificar, informou à nossa reportagem que é comum os mercados do distrito repassarem ao consumidor um preço acima do normal. “Acho que por ser mais distante do centro. Não temos muito para onde correr”, completou.
A moradora precisou ir a um supermercado com preços mais acessíveis de outro bairro para fazer compras. “Segundo o meu pai, um saco de arroz, com cino quilos é vendido a R$ 29 aqui no distrito. Por isso, fomos a um mercado mais barato em um bairro mais distante. Em Campo do Coelho, uma vez por semana, eu compro mais laticínios, alimentos da padaria e congelados. O resto, compro em outro lugar, porque sei que são mais caros, mesmo. A carne mais barata aqui é o acém, que está quase R$ 25 o quilo, frutas são caras também”, reclamou.
Como informado por A VOZ DA SERRA na edição da última quinta-feira, 10, segundo especialistas, dois fatores explicam a alta dos alimentos. O primeiro é o dólar alto que incentiva os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno. Em segundo, o auxílio emergencial. O benefício do Governo Federal estimulou o aumento do consumo e foi direcionado, em grande parte, para a população mais pobre do país, que tem uma cesta de compras formada, em sua maioria, por produtos básicos, como alimentos.
Deixe o seu comentário