Nesta quarta-feira, 6, às 9h, Nova Friburgo recebe uma importante visita técnica que pode representar um marco para a inclusão socioeconômica de catadores e catadoras de materiais recicláveis do município.
A atividade será realizada no Centro Paroquial Dom Clemente Isnard (Rua João Agostinho da Costa, 02/
162, Jardim Ouro Preto), e contará com a presença de representantes do governo federal e de entidades nacionais ligadas à reciclagem popular.
O encontro é promovido pelo Instituto de Políticas Públicas Municipal (IPPM), com articulação do presidente eleito do PT de Nova Friburgo, Zé Alexandre, e envolve o Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadores e Catadoras de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC), vinculado à Secretaria-Geral da Presidência da República, além da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat).
Demandas e estratégias
O objetivo central é realizar um pré-diagnóstico da cooperativa Recicla Friburgo, grupo formado por cerca de 8 a 10 catadores que trabalham sem sede própria, com pouca infraestrutura e recursos limitados. Os profissionais atuam em condições precárias, sem equipamentos adequados, e a maioria encontra-se em situação de vulnerabilidade social. A visita pretende levantar as principais demandas e traçar estratégias para a inclusão desses trabalhadores no Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular.
Coordenado pelo CIISC, o programa é uma iniciativa do governo federal que articula ações entre ministérios, empresas públicas, setor privado e organizações da sociedade civil, com foco na valorização do trabalho dos catadores. Entre os objetivos estão:
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Fortalecimento de cooperativas e associações;
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Melhoria das condições de trabalho;
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Acesso a linhas de financiamento público;
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Inclusão produtiva e socioeconômica;
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Ampliação da coleta seletiva, logística reversa e educação ambiental.
Segundo Zé Alexandre, a ação representa uma oportunidade histórica para os catadores de Friburgo. “Temos um grupo que atua com muita força de vontade, mas sem estrutura mínima para exercer sua função com dignidade. Queremos mudar essa realidade, garantir apoio técnico, equipamentos e reconhecimento. O catador precisa ser visto como um agente ambiental essencial na política de resíduos sólidos”, enfatizou.
A presença da Ancat também reforça a importância da agenda. Com mais de 20 anos de atuação em todo o país, a associação é uma das principais referências no apoio à categoria, trabalhando pela profissionalização, geração de renda, inclusão e respeito aos direitos dos trabalhadores da reciclagem.
Inserção de Nova Friburgo
A visita técnica contará com a presença de representantes do poder público local, lideranças comunitárias, organizações da sociedade civil e, claro, os próprios catadores, que terão espaço para apresentar suas dificuldades, reivindicações e propostas. A expectativa é que, a partir do diagnóstico inicial, seja possível construir um plano de ação que fortaleça a cooperativa local e promova a inserção de Nova Friburgo na agenda nacional da reciclagem popular.
Além do impacto ambiental positivo que a atividade dos catadores já representa, sua valorização também contribui para a geração de emprego e renda, redução da informalidade e estímulo à economia circular.
(Foto: Arquivo Pessoal Fernando Cavalcanti)
Segundo Fernando Cavalcanti, engenheiro ambiental e coordenador da Câmara Técnica de Meio Ambiente e Resíduos Sólidos da Acianf-NF, “o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), enviado pelo poder Executivo à Câmara Municipal, prevê que a operação da esteira de catação e a estrutura de separação dos resíduos recicláveis e sua venda, ficará a cargo de uma cooperativa de catadores.
Assim, também no edital de licitação para contratação de empresa para gerenciar os Resíduos Sólidos Urbanos e a gestão do aterro sanitário, também prevê que haverá uma cooperativa de catadores operando a estrutura de separação, prensagem e venda dos resíduos recicláveis. Agora só falta o prefeito [de Nova Friburgo] tomar uma atitude. Fazer um chamamento público para que as cooperativas de catadores se cadastrem para indicação de uma delas para operarem no aterro. A Câmara ainda não cumpriu seu papel e não votou o PMGIRS que custou mais de 1 (hum) milhão de reais, e até o momento não serviu para nada”.
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