Segundo o juiz Marcelo Villas, as eleições em Nova Friburgo transcorreram dentro do previsto, salvo alguns eventos ocasionais, como troca de urnas, acrescido do cadastramento da biometria — que nem sempre funcionou a contento. A dificuldade de certos eleitores, como idosos, o despreparo de outros para lidar com votação eletrônica também foram apontados como responsáveis por longas filas em algumas zonas eleitorais.
Já o planejamento da segurança pública, com a união de várias forças militares e civis, funcionou bem, assim como o empenho de mesárias de cada seção, além dos(as) presidentes e secretários(as). “Não foi registrado nenhum episódio de violência, dentro ou fora dos locais de votação, e todas as equipes estão de parabéns”, destacou o juiz.
“Algumas urnas que recebemos eram bem antigas, de 2011, e acabaram dando alguns problemas. Trocamos cerca de 15 delas, outras tinham que ser inicializadas, e isso levava algum tempo. Mas todas passaram por testes de integridade, em termos de segurança as urnas não correram nenhum risco”, garantiu Marcelo Villas, ressaltando ainda o comportamento do friburguense, “um povo ordeiro”, que encontrou por onde passou.
O magistrado ressaltou que este pleito levou mais de 155 milhões de brasileiros às zonas eleitorais de todo o país. “Foi um recorde, e em Nova Friburgo não se registrou nenhuma ocorrência. Não houve baderna, ninguém foi preso. Não seria exagero dizer que assistimos a uma verdadeira festa da democracia. Às seis horas da manhã, nos dirigimos para os locais de votação, depois, já com o delegado Henrique Pessôa, visitamos as Zonas Eleitorais nas quais detectamos a necessidade de tomar providências, nada demais, apenas algumas sugestões, como no Colégio N.S. das Dores, depois na Candido Mendes, e assim foi até o encerramento da votação. E seguimos o nosso trabalho noite adentro”.
Em todo o Brasil, as mesmas questões
Em todo o país foram observadas filas intermináveis, reclamação com o cadastramento da biometria junto com a votação, agravada por eleitores que não levaram a cola com o nome e o número dos seus candidatos. Tudo somado à histórica adesão de parcela do eleitorado apto a votar sem ser obrigado — de 16 e 17 anos e acima dos 70 anos — provocou irritação nos eleitores.
Após avaliação do 1º turno, o TRE-RJ está anunciando medidas para a organização das seções eleitorais e mais treinamento de mesários, ajustes considerados necessários para o 2º turno, no próximo dia 30.
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio destaca que, devido ao menor número de candidatos e à maior familiaridade dos eleitores com os locais de votação, a tendência é de que a votação no 2º turno transcorra de forma mais tranquila.
Quanto às vantagens do aplicativo e-Título, serão reforçadas por meio de notícias e postagens. No 1º turno, cerca de 3,2 milhões de eleitores que tiveram seus dados aproveitados a partir do banco de identificação civil do Detran-RJ foram identificados biometricamente. Com a validação do TSE, esses eleitores não precisarão comparecer futuramente a um cartório eleitoral para realizar o cadastro, o que deve representar uma economia de pelo menos R$ 12,8 milhões em recursos públicos.
É importante destacar que, no segundo turno, esses eleitores, bem como aqueles que já fizeram o cadastro na Justiça Eleitoral, serão novamente identificados por meio de suas digitais no momento da votação. Em qualquer caso, se as digitais não forem reconhecidas após quatro tentativas, o mesário, utilizando sua própria digital, liberará o acesso do eleitor à urna eletrônica.
Além disso, para não dar margem a questionamentos infundados, todo eleitor será instado a assinar no caderno de votação, independentemente de possuir ou não o cadastro biométrico.
Depoimentos de leitores:
Márcia, professora de educação física:
“Minha seção foi a 101º na Universidade Candido Mendes, no bairro Vilage. Fiquei 3h e 20 minutos na fila, meu marido desistiu de votar devido o tamanho da fila, que era única para entrar na faculdade. Somente após entrar na unidade é que se descobria a localização da sessão de votação.”
Ângela:
“Votei em uma escola em Olaria e após uma (1) hora numa fila descobri que podia estar na fila de prioridades por ter mais de 60 anos. Demoramos para fazer a biometria, foram 3 tentativas para conseguir.”
Mayara Silva:
“Comigo tentaram cadastrar biometria por quatro vezes e o aparelhinho não funcionou. Foi no Colégio Júlio Salusse. E os mesários deixaram minhas filhas entrarem na cabine com celular… Não pediam para deixar com mesários, talvez porque estivessem, discretamente, guardados nos bolsos.”
Joaquim Ferreira:
“Como sou idoso, me deixaram entrar assim que cheguei e a fila lá dentro [Candido Mendes] nem estava tão grande porque a minha seção tinha pouca gente. Foi rápido, antes do almoço. Mas depois, tive que ficar quase duas horas esperando a minha filha sair, porque não posso ir embora sozinho. Pensei que com ela ia ser rápido também, mas não foi. Uma pena essa diferença por causa de idade.”
Josias Knust:
“Fui votar no Colégio N.S. das Dores, a fila tava enorme, voltei pra casa almoçar e dar um tempo, mas quando voltei, a fila estava maior. Muita gente reclamando da biometria, dizendo que esse cadastro atrasou muito. E pessoas muito velhinhas, demoravam muito, não tinham capacidade de lidar com as máquinas. Acabei ficando até o fim do prazo, mas votei.”
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